sábado, 18 de janeiro de 2014

130- BERNARDO GALVÃO CASTRO




Bernardo Galvão Castro, filho de Joventino  Castro e Olava  Galvão Castro, nasceu em 9 de setembro de 1913, em Tamburi, hoje Marcionílio de Souza, município localizado a 336 km de Salvador.

O menino Bernardo aprendeu as primeiras letras em sua terra natal. Aos 8 ou 9 anos, ele e seu irmão Ricardo  se mudaram com o restante da família para a cidade de Castro Alves onde fizeram o curso primário na escola dos professores Jairo Matos da Silva e Vicente José de Lima e conheceram Antônio Loureiro de Souza,  da mesma idade, que tempos depois seria jornalista, escritor, membro da Academia de Letras da Bahia. Loureiro estudava no Colégio S. José, localizado na mesma rua.

Esgotadas as condições locais, seus pais sentiram a necessidade de enviar Bernardo e Ricardo  para a capital. Com muito estudo e persistência, Bernardo e Ricardo  fizeram o curso ginasial no Ginásio Ipiranga, dirigido pelo grande educador Isaias Alves de Almeida.

Terminados os preparatórios, os irmãos Castro se submeteram ao concurso vestibular: Bernardo, Medicina; Ricardo, Engenharia.

Bernardo obteve boas notas e se matriculou na Faculdade de Medicina da Bahia, templo sagrado onde pontificaram os professores Jonathas Abott, Pirajá da Silva, Virgílio Damásio, Alfredo Brito, Augusto Viana e outros professores famosos.

No decorrer do terceiro ano acadêmico  instalou-se em seu espírito uma dúvida que o atormentou cada vez mais.  Desejoso de ajudar seus pais, conseguiu um emprego de bedel no Colégio Ipiranga. No início a ocupação lhe pareceu um passatempo fugaz mas o convívio com o professor Isaias Alves acabou  influenciando seu espírito. A dúvida o conduziu a uma decisão que marcou o rumo de sua existência: seria professor!  E assim abandonou o curso de medicina...

Bernardo iniciou e terminou sua carreira docente ensinando Geografia e História. Começou no Ginásio Ipiranga, onde além de censor, foi professor. Em seguida, no Ginásio da Bahia; depois, no Colégio Sophia Costa Pinto e, finalmente no Ginásio Pâmphilo de Carvalho por ele fundado.

 “Seu longo sacerdócio, afirma Amálio Couto de Araújo Filho, começou desde jovem e prolongou-se por mais de meio século, gerando um seleto grupo de ex-alunos alguns quais tiveram a graça de viver o suficiente para participarem das comemorações do seu centenário”.

Segundo Osvaldo Barreto Sampaio, “Bernardo Galvão Castro foi um educador nato, cuja utopia era  dar educação a   todos, pois trazia consigo a filosofia de que a educação é o tijolo, o ferro, o cimento e a argamassa com que se constrói o país. Educar era o seu viver, o seu viver e o seu fazer”.  

O Prof. Bernardo sofreu aos 59 anos de idade, um acidente vascular cerebral que o obrigou a encerrar o magistério. Mudou-se para a  Pituba  onde, em sua residência,  apesar das limitações, continuou a ser amigo e protetor dos pobres, alfabetizando   “meninos de rua”.

Em sua casa era procurado pelos antigos alunos que iam ao seu encontro para manifestar  reconhecimento e gratidão.
Após longa enfermidade, faleceu em sua residência no dia 26 de abril de 1984.

Ao ter conhecimento da infausta notícia, o Conselho Estadual de Educação aprovou um  voto de pezar pelo falecimento do Prof. Bernardo Galvão  Castro.

O Deputado Nestor Duarte, da Assembléia Legislativa da Bahia,  apresentou  “Moção de Pezar”, aprovada por unanimidade em sessão realizada  no dia  4 de maio de 1982.

O mesmo ocorreu na Câmara de Vereadores de Salvador.

Em homenagem ao Prof. Bernardo Galvão há três estabelecimentos de ensino:  o primeiro, em Salvador (antigo Colégio Pâmphilo de Carvalho); o segundo, em Marcionílio de Souza (Colégio Municipal Bernardo Galvão Castro); o terceiro, em Itaberaba (Escola Bernardo Galvão).

O exemplo deste homem extraordinário que abandonou a medicina mas nunca deixou o sacerdócio, é o testemunho de uma  verdade: Os grandes homens são os que plantam no jardim de nossas vidas a firmeza de atitudes, o respeito, o desprendimento e a dignidade  !!!







2 comentários:

  1. Irmão do meu pai José Castro (falecido em 1945). Na cidade de Santos, SP.

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  2. Meu avô, Bernardo Galvão Castro, Galveta Bahia porreta. Muuiiita falta me faz. Sou feliz por ser neto desse homem integro.

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