Bernardo Galvão Castro, filho de
Joventino Castro e Olava Galvão Castro, nasceu em 9 de setembro de
1913, em Tamburi, hoje Marcionílio de Souza, município localizado a 336 km de
Salvador.
O menino Bernardo aprendeu as
primeiras letras em sua terra natal. Aos 8 ou 9 anos, ele e seu irmão
Ricardo se mudaram com o restante da
família para a cidade de Castro Alves onde fizeram o curso primário na escola dos
professores Jairo Matos da Silva e Vicente José de Lima e conheceram Antônio
Loureiro de Souza, da mesma idade, que
tempos depois seria jornalista, escritor, membro da Academia de Letras da
Bahia. Loureiro estudava no Colégio S. José, localizado na mesma rua.
Esgotadas as condições locais, seus
pais sentiram a necessidade de enviar Bernardo e Ricardo para a capital. Com muito estudo e
persistência, Bernardo e Ricardo fizeram
o curso ginasial no Ginásio Ipiranga, dirigido pelo grande educador Isaias
Alves de Almeida.
Terminados os preparatórios, os irmãos
Castro se submeteram ao concurso vestibular: Bernardo, Medicina; Ricardo, Engenharia.
Bernardo obteve boas notas e se matriculou
na Faculdade de Medicina da Bahia, templo sagrado onde pontificaram os professores
Jonathas Abott, Pirajá da Silva, Virgílio Damásio, Alfredo Brito, Augusto Viana
e outros professores famosos.
No decorrer do terceiro ano
acadêmico instalou-se em seu espírito
uma dúvida que o atormentou cada vez mais.
Desejoso de ajudar seus pais, conseguiu um emprego de bedel no Colégio
Ipiranga. No início a ocupação lhe pareceu um passatempo fugaz mas o convívio
com o professor Isaias Alves acabou
influenciando seu espírito. A dúvida o conduziu a uma decisão que marcou
o rumo de sua existência: seria professor! E assim abandonou o curso de medicina...
Bernardo iniciou e terminou sua
carreira docente ensinando Geografia e História. Começou no Ginásio Ipiranga,
onde além de censor, foi professor. Em seguida, no Ginásio da Bahia; depois, no
Colégio Sophia Costa Pinto e, finalmente no Ginásio Pâmphilo de Carvalho por
ele fundado.
“Seu longo sacerdócio, afirma Amálio Couto de
Araújo Filho, começou desde jovem e prolongou-se por mais de meio século,
gerando um seleto grupo de ex-alunos alguns quais tiveram a graça de viver o
suficiente para participarem das comemorações do seu centenário”.
Segundo Osvaldo Barreto Sampaio, “Bernardo
Galvão Castro foi um educador nato, cuja utopia era dar educação a todos, pois trazia consigo a filosofia de
que a educação é o tijolo, o ferro, o cimento e a argamassa com que se constrói
o país. Educar era o seu viver, o seu viver e o seu fazer”.
O Prof. Bernardo sofreu aos 59
anos de idade, um acidente vascular cerebral que o obrigou a encerrar o
magistério. Mudou-se para a Pituba onde, em sua residência, apesar das limitações, continuou a ser amigo e
protetor dos pobres, alfabetizando “meninos de rua”.
Em sua casa era procurado pelos
antigos alunos que iam ao seu encontro para manifestar reconhecimento e gratidão.
Após longa enfermidade, faleceu
em sua residência no dia 26 de abril de 1984.
Ao ter conhecimento da infausta
notícia, o Conselho Estadual de Educação aprovou um voto de pezar pelo falecimento do Prof.
Bernardo Galvão Castro.
O Deputado Nestor Duarte, da
Assembléia Legislativa da Bahia, apresentou
“Moção de Pezar”, aprovada por unanimidade em sessão realizada no dia
4 de maio de 1982.
O mesmo ocorreu na Câmara de Vereadores
de Salvador.
Em homenagem ao Prof. Bernardo
Galvão há três estabelecimentos de ensino:
o primeiro, em Salvador (antigo Colégio Pâmphilo de Carvalho); o
segundo, em Marcionílio de Souza (Colégio Municipal Bernardo Galvão Castro); o
terceiro, em Itaberaba (Escola Bernardo Galvão).
O exemplo deste homem
extraordinário que abandonou a medicina mas nunca deixou o sacerdócio, é o
testemunho de uma verdade: Os grandes
homens são os que plantam no jardim de nossas vidas a firmeza de atitudes, o
respeito, o desprendimento e a dignidade !!!
Irmão do meu pai José Castro (falecido em 1945). Na cidade de Santos, SP.
ResponderExcluirMeu avô, Bernardo Galvão Castro, Galveta Bahia porreta. Muuiiita falta me faz. Sou feliz por ser neto desse homem integro.
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