sábado, 25 de janeiro de 2014

140- ROZENDO MUNIZ BARRETO


Rozendo Muniz Barreto, filho de Francisco Muniz Barreto, notável repentista, nasceu em 1º de março de 1845, na cidade do Salvador.

Era irmão de Francisco Muniz Barreto Filho, grande violinista  e poeta, que, no modo de dizer de  Machado de Assis era “um rapaz todo arte, brandura e alegria”. Para este violinista famoso. Tobias Barreto, desafiando Castro Alves, ofereceu o mote: “No teu arco prendeste à eternidade”. O poeta, aceitando o desafio, de improviso  recitou:

AO VIOLINISTA FRANCISCO MONIZ BARRETO FILHO

“Era do céu, à luz da lua errante,
Moema triste, abandonando os lares,
Cindia as vagas dos celúrios mares
Te erguendo ao longe, ò peregrino infante !

Lá dos jardins sob o vergel fragrante,
À  sombra dos maestros, sobre os ares,
Ouvias das estrelas os cantares
-Aves d´ouro no espaço cintilante.

Mas quando o gênio teu se alteia aflito,
Da alabastrina luz à claridade,
Lançando flores, lá do céu proscrito,

Pasma Belini; e em meio à imensidade
Diz a lua suspensa no infinito:
“No teu arco prendeste à eternidade!”

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Rozendo Muniz Barreto foi um poeta de mérito, além de escritor, professor e médico militar.

Fez os primeiros estudos em Salvador. Concluiu os preparatórios, e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, onde estudou até o quarto ano médico, quando interrompeu o curso e seguiu para o campo de batalha, na Guerra do Paraguai.

Regressou em 1868, a fim de concluir o curso médico. 

Diplomado, permaneceu no Exército.

Não obstante ser médico militar e professor de Filosofia no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, se dedicou às letras, distinguindo-se principalmente como poeta e crítico literário.

Escrevia com correção e leveza sobre os mais diversos assuntos literários e científicos. A poesia era o seu forte. Versejava com facilidade e produzia sempre, quase sem parar.

Sua estréia foi em 1860, quando iniciou a atividade literária na Revista Acadêmica Baiana e publicou “Cantos d´Aurora”. Em 1968, publicou a biografia do seu pai, “Muniz Barreto, o Repentista”. A este seguiram-se outros livros de sucesso: “Tributos e Crenças” (1868), “José da Silva Pararanhos, Visconde do Rio Branco (1868), “Võos Ícaros” (1877), “Preito a Camões” (1880), “Tributos e Crenças” (1991), etc.

“Pela simples inspeção dos títulos de suas obras, escreveu Sílvio Romero, vè-se que ele foi um espírito voltejador que passou aqui e alí por necessidade do momento. Medicina, Indústria,  Artes. História, Filosofia, Política, Poesia, Romance, Crítica, de tudo um pouco. Inteligente, estudioso, fácil assimilador, o talento deste prestimoso baiano em tudo tocou com rapidez e destreza”. Além de poeta, Sílvio Romero destacou seu papel de ensaísta, no trabalho que dedicou ao seu pai.

Rozendo Muniz Barreto faleceu no Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1897.

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