Manoel Henrique Pereira, mais conhecido como Besouro Mangangá, foi um famoso capoeirista nascido no município de Santo Amaro da Purificação no ano de 1895.
Filho de Maria José e João Matos
Pereira, aprendeu capoeira com o Mestre Alípio e, a partir da década de vinte
do século passado, tornou-se conhecido em todo o Brasil. Sua fama se espalhou
por outros países, na medida em que a capoeira se expandiu pelo
mundo.
Jorge Amado o retratou no livro
“Mar Morto”, publicado nos anos trinta. Elis Regina o imortalizou com sua voz e
João Daniel Tikhomiroff lançou um filme contando a vida deste herói que
aprendeu capoeira na Rua do Trapiche de Baixo.
Sua agilidade era fantástica,
pelo que surgiram várias histórias mirabolantes. Uma delas relata que
Besouro Mangangá estava em uma feira onde vários negros vendiam os frutos de
seu trabalho. Ele viu Exú e na tentativa de lutar capoeira com a divindade deu
tantos saltos e pinotes que acabou destruindo tudo.. Os negros o perseguiram,
ele pulou na água e desapareceu. Dona Zulmira, sua mentora e conselheira
espiritual, veio em seu socorro e entregou um patuá para fechar o
corpo. Daí por diante sua capacidade de desaparecer se tornou fabulosa.
Quando estava em luta contra inimigos, virava besouro e infernizava os
adversários.
Depois que ficou de corpo fechado
as balas e os punhais não o feriam e apesar de ser inimigo da polícia não
era bandido. Besouro era honesto e trabalhador, Nunca foi preso por roubo,
furto ou atividade criminosa”.
A morte de Besouro está envolvida
em circunstâncias misteriosas. Alguns dizem que ele morreu em um confronto com
a polícia. Outros afirmam que ele foi traído com uma facada nas costas. Esta
última versão é a mais difundida e é cantada nas rodas de capoeira de
acordo com a seguinte versão: Um fazendeiro, conhecido por Zeca, após seu filho
ter apanhado de Besouro, armou uma cilada. O fazendeiro tinha um amigo que era
administrador da Usina de Maracangalha, de nome Baltazar. Besouro não sabia ler.
O fazendeiro mandou uma carta para Baltazar pelo próprio Besouro, pedindo ao
administrador que desse fim ao portador. Baltazar recebeu a carta, leu, e
mandou que Besouro aguardasse a resposta até o dia seguinte. No dia seguinte
Besouro foi buscar a resposta. Quando chegou foi cercado por quarenta homens
contratados para matá-lo. As balas nada lhe fizeram mas um dos agressores o feriu à traição com
uma faca de tucum (um
tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem de corpo
fechado).
Besouro era também conhecido como
“Cordão de Ouro”.
Diz a canção cantada pelos
capoeiristas:
“Besouro Mangangá era
homem de corpo fechado
Bala não matava e navalha não lhe feria
Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia
Desapareceu enquanto o tenente dizia
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Chamado Cordão de Ouro
Besouro era um homem que admirava a valentia
Não aceitava a covardia maldade não admitia
Com a traição quebrou-se a feitiçaria
Mas a reza forte só Besouro quem sabia
Atrás de Besouro,
O tenente mandou a cavalaria
No estado da Bahia
E Besouro não sabia
Já de corpo aberto,
Fez sua feitiçaria
Cada golpe de Besouro
Era um homem que caía”
Bala não matava e navalha não lhe feria
Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia
Desapareceu enquanto o tenente dizia
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Chamado Cordão de Ouro
Besouro era um homem que admirava a valentia
Não aceitava a covardia maldade não admitia
Com a traição quebrou-se a feitiçaria
Mas a reza forte só Besouro quem sabia
Atrás de Besouro,
O tenente mandou a cavalaria
No estado da Bahia
E Besouro não sabia
Já de corpo aberto,
Fez sua feitiçaria
Cada golpe de Besouro
Era um homem que caía”
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