segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

BESOURO MANGANGÁ





Manoel Henrique Pereira, mais conhecido como Besouro Mangangá, foi um famoso capoeirista nascido  no município de Santo Amaro da Purificação  no ano de 1895.

Filho de Maria José e João Matos Pereira, aprendeu capoeira com o Mestre Alípio e, a partir da década de vinte do século passado, tornou-se conhecido em todo o Brasil. Sua fama se espalhou por outros países, na medida em que a capoeira  se expandiu pelo mundo.

Jorge Amado o retratou no livro “Mar Morto”, publicado nos anos trinta. Elis Regina o imortalizou com sua voz e João Daniel Tikhomiroff lançou um filme contando a vida deste herói que aprendeu capoeira  na Rua do Trapiche de Baixo.

Sua agilidade era fantástica, pelo que  surgiram várias histórias mirabolantes. Uma delas relata que Besouro Mangangá estava em uma feira onde vários negros vendiam os frutos de seu trabalho. Ele viu Exú e na tentativa de lutar capoeira com a divindade deu tantos saltos e pinotes que acabou destruindo tudo.. Os negros o perseguiram, ele pulou na água e desapareceu. Dona Zulmira, sua mentora e conselheira espiritual, veio em seu socorro e entregou  um patuá para fechar o corpo. Daí por diante sua capacidade de desaparecer se tornou fabulosa. Quando estava em luta contra inimigos, virava besouro e infernizava  os adversários.

Depois que ficou de corpo fechado as balas e os punhais não o feriam e  apesar de ser inimigo da polícia não era bandido. Besouro era honesto e trabalhador, Nunca foi preso por roubo, furto ou atividade criminosa”.

A morte de Besouro está envolvida em circunstâncias misteriosas. Alguns dizem que ele morreu em um confronto com a polícia. Outros afirmam que ele foi traído com uma facada nas costas. Esta última versão é a mais difundida e é cantada nas rodas de capoeira de acordo com a seguinte versão: Um fazendeiro, conhecido por Zeca, após seu filho ter apanhado de Besouro, armou uma cilada. O fazendeiro tinha um amigo que era administrador da Usina de Maracangalha, de nome Baltazar. Besouro não sabia ler. O fazendeiro mandou uma carta para Baltazar pelo próprio Besouro, pedindo ao administrador que desse fim ao portador. Baltazar recebeu a carta, leu, e mandou que Besouro aguardasse a resposta até o dia seguinte. No dia seguinte Besouro foi buscar a resposta. Quando chegou foi cercado por quarenta homens contratados para matá-lo. As balas nada lhe fizeram  mas um dos agressores o feriu à traição com uma faca de tucum (um tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem de corpo fechado).

Besouro era também conhecido como “Cordão de Ouro”.

Diz a canção cantada pelos capoeiristas:

“Besouro Mangangá era homem de corpo fechado
Bala não matava e navalha não lhe feria
Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia
Desapareceu enquanto o tenente dizia

Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Cadê o Besouro
Chamado Cordão de Ouro

Besouro era um homem que admirava a valentia
Não aceitava a covardia maldade não admitia
Com a traição quebrou-se a feitiçaria
Mas a reza forte só Besouro quem sabia

Atrás de Besouro,
O tenente mandou a cavalaria
No estado da Bahia
E Besouro não sabia

Já de corpo aberto,
Fez sua feitiçaria
Cada golpe de Besouro
Era um homem que caía”










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