terça-feira, 14 de janeiro de 2014

MAJOR SILVA CASTRO




MAJOR SILVA CASTRO


O Major José Antônio da Silva Castro, herói da Independência, também conhecido como “Periquitão”, nasceu na Fazenda Tapera, no atual município de Castro Alves (na época, Curralinho).

Teve educação rudimentar e cresceu no meio rural da região.

Muito moço ainda, alimentou um romance com Ana Viegas, filha de imigrantes espanhóis, que lhe deu uma filha natural, Célia Brasília, futura mãe do poeta Castro Alves.

Outra filha natural foi Pórcia, belíssima mulher, personagem de romances brasileiros, de Afrânio Peixoto (“Sinhazinha”), Jorge Amado (“ABC de Castro Alves”) e Dário Teixeira Cotrim (“Idílio de Pórcia e Laolino”). Diz Jorge Amado, que Pórcia serviu de inspiração para várias poesias de Castro Alves.  Pórcia foi raptada por Leolino Pinheiro Cabuçu, causando verdadeira guerra entre as famílias Castro, Pinheiro, Canguçu e Moura, em Caetité e Brumado.

O apelido de “Periquitão” deve-se ao fato do major ser o comandante do batalhão conhecido como “Batalhão dos Periquitos”, porque, “devido à falta de tecidos em cores branca, vermelha ou azul – ferrete  (cores adotadas pela casa de  D. João VI e D. Pedro I)  serviram-se de fazendas verdes”.

Por ocasião do movimento revolucionário de 1817 em Pernambuco, José Antônio da Silva Castro era alferes e servia em Maragogipe. Adepto da intentona, foi perseguido. Abrigou-se na casa de seu amigo Felisberto Gomes Caldeira. Depois, fugiu para Ilhéus onde foi preso.

Iniciada a luta pela Independência, Silva Castro aliou-se a José Garcia Pacheco e Rodrigo Antônio Falcão Brandão e ocupou a cidade de Cachoeira. Organizou, por sua conta, o “Batalhão dos Periquitos”, composto de 708 praças. Constituído o batalhão, se intitulou major-comandante e ocupou Nazaré. Lutou em Itaparica e depois desembarcou em Salador onde tomou parte  dos combates de Pirajá, Brotas e Cruz do Cosme. Seu filho Manuel Antônio, de apenas 12 anos de idade, lutou sob seu comando,  morrendo em combate.

Saindo de Armação à frente de 8.686 oficiais e soldados e 1.000 mulheres, ocupou Cruz de Cosme, Carmo, Santa Tereza, São Bento, Piedade, Bela Vista de Brotas e o Colégio dos Órfãos de São Joaquim..

Seu companheiro de armas, Major Felisberto Gomes Caldeira, saindo também de Armação, ocupou Rio Vermelho, Tororó, Barra, Graça, Corredor da Vitória, Campo Grande, Campo da Pólvora, Palma, Gambôa, São Pedro e Aflitos.

Cercado, o General Madeira de Melo, comandante das tropas portuguesas, se retirou na madrugada de 2 de julho de 1823,  levando 4.500 soldados, além dos cidadões portugueses inconformados com a Independência do Brasil.

Pai dedicado, nunca fez distinção entre filhas legítimas e ilegítimas, dando a umas e outras a educação requerida pela sociedade de seu tempo. Financiou, inclusive, a viagem de estudos do futuro pai de Castro Alves,  noivo de uma de suas filhas ilegítimas, que foi se aperfeiçoar na Europa.

No final da vida,  recolheu-se à sua fazenda do Cajueiro.

Faleceu no dia 21 de outubro de 1844 em Palmas de Monte Alto. De seus bens constavam  31 fazendas, diversas sesmarias, sítios e sobrados, objetos de ouro e prata e centenas de  cabeças de gado, éguas e  cavalos.


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