terça-feira, 28 de janeiro de 2014

142- WALDICK SORIANO




Eurípedes Waldick Soriano, mais conhecido como Waldick Soriano, foi um cantor e compositor  famoso, nascido  em Caetité, no dia 13 de maio de 1933.

Seu pai,  Manuel Sebastião Soriano, era comerciante de ametistas. Sua mãe, a quem ele era muito apegado, abandonou o lar, o que.por certo lhe causou grande desgosto.

Viveu a juventurde em sua cidade natal como lavrador e garimpeiro, sempre na boemia, até que, por uma contrariedade amorosa, resolveu tentar a sorte em São Paulo onde trabalhou como engraxate e lavador de carros.

Nos idos de 1950,  ingressou na vida artística, com  roupa preta e óculos escuros, cantando a música “Quem és tú?”.

Pouco a pouco foi ganhando notoriedade, a ponto de ser transformando em um ícone da música “braga”.

Seu maior sucesso foi “Eu não sou cachorro não”, que mereceu uma versão em inglês macarrônico, gravada pelo cantor Falcão, denominada “I´am Not Dog No”.

De seu repertório constam,além de outros,  os seguintes sucessos: “Ninguém é de ninguem”, “Sede de amor/Renúnica”, “Fujo de ti/Tortura de amor”, “Cantor apaixonado”, “Homenagem a Recife/Amor numa serenata”. “Quem é você/Vestida de branco”,  “Foi Deus/Errei, Senhor”, “Ciúmes/Desunião”, “Cantor apaixonado”,  “O elegante Waldick Soriano”, “Como você mudou para mim”, “Waldick, sempre Waldick”.

O historiador e jornalista Paulo César de Araújo, no ensaio intitulado “Eu não sou cachorro não”, afirma que Waldick, ao contrário do que muitas pessoas pensam,   não aderiu ao movimento revolucionário de 1964, Como prova, lembra que a música   “Tortura de Amor”, foi censurada em 1974.

Para alguns, Waldick Soriano é o mais folclórico dos cantores cafonas do Brasil. Em sua terra natal ele sempre “foi tratado com certo desprezo”, mas, em compensação,  durante muito tempo ele  foi o cantor mais popular do país.

Em sua homenagem Patricia Pillar  escreveu e dirigiu  um documentário intitulado “Waldick–Sempre em Meu Coração”,  em parceria com Fausto Nilo e Quito Ribeiro. Neste documentário, além de reproduzir várias canções do artista, ela traçou  o retrato de sua vida, “tocante e melancólica”. Nos últimos anos, Wadick (que teve 14 mulheres no curso de sua existência, “sem  encontrar a felicidade com nenhuma delas"), passou a morar sozinho, rejeitando o afeto daqueles que o amavam. Em depoimento gravado para a película, declarou: “"Sou famoso, e daí? Me falta tanta coisa... Sei que não vou encontrar ninguém pra dizer: estou contigo."

Em Fortaleza  alugou um modesto apartamento. Após ter colocado três pontes de safena e sofrer a perda de uma de suas filhas, descobriu que estava com câncer de próstata em estado avançado e iniciou o tratamento. Ao saber que o estado de saúde de seu pai havia se agravado, os sete filhos se mobilizaram e transportaram-no para o Rio, onde ficou hospedado em casa de sua ex-esposa, Walda Soriano. Nos últimos dias ficou internado no Hospital do Câncer, em Vila Isabel, onde morreu no dia 4 de setembro de 2008, aos 75 anso de idade. O velório foi na Câmara de Vereadores de Niteroi. O  o sepultamento, no Cemitério do Caju. Sua filha declarou que ele “tinha a certeza de que ia melhorar e voltar a fazer shows”. E acrescentou: “Nunca vi tanta garra em uma pessoa. Ele só pediu para ser internado no domingo após sentir muitas dores, mas mesmo no hospital achava que ia ficar bom",

Por ocasião da morte, Patrícia Pillar disse: "Me aproximei de Waldick como fã e, hoje, posso dizer que me sinto parte da família. Percorrendo o Brasil, vi o quanto ele era querido e derretia o coração das fãs. Com seu jeito divertido, conseguia falar direto ao coração. Waldick fará falta porque era um invasor de corações e a cara do Brasil. Waldick, além de ser um grande artista popular, era um homem amoroso e sempre tinha um olhar inteligente sobre as coisas".



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EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO

Eu não sou cachorro, não
Pra viver tão humilhado
Eu não sou cachorro, não
Para ser tão desprezado
Tu não sabes compreender
Quem te ama, quem te adora
Tu só sabes maltratar-me
E por isso eu vou embora.
A pior coisa do mundo
É amar sendo enganado
Quem despreza um grande amor
Não merece ser feliz, nem tampouco ser amado
Tu devias compreender
Que por ti, tenho paixão
Pelo nosso amor, pelo amor de Deus
Eu não sou cachorro, não


TORTURA DE AMOR
Hoje que a noite está calma
E que minha alma esperava por ti
Apareceste afinal
Torturando este ser que te adora

Volta, fica comigo só mais uma noite
Quero viver junto a ti
Volta, meu amor
Fica comigo, não me desprezes
A noite é nossa e o meu amor pertence a ti

Hoje eu quero paz,
Quero ternura em nossas vidas
Quero viver, por toda vida, pensando em ti

Hoje eu quero paz,
Quero ternura em nossas vidas
Quero viver, por todo vida, pensando em ti








Um comentário:

  1. Sou Araciense (Araci-Bahia). Cresci ouvindo Waldick Soriano. Todos os bares tocavam músicas de Waldick Soriano todos os dias. Na época do Ginásio, por volta de 1968 ou 1969; eis que aparece Waldick Soriano em Araci. Eu estava retornando de um lugarejo na Br-116; Jorrinho; Município de Tucano; tipo estancia hidro-mineral: água que Jorra até hoje, noite e dia, banhando turistas. Eu era garoto; falavam que Waldick teve um caso com uma oça do Jorrinho; ela engravidou, teve problemas no parto e veio a óbito. Ele escreveu esta música. Justiça de Deus. No retorno, ele parou a sua Aerowillis em Araci e todos nós fomos correndo até a Pensão de D. Sila para ver o fenômeno. Ele foi amável com todos. Canta Waldick Soriano: levarei muitas flores perfumadas... Perfume de Gardênia. Viva.

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