MÃE ANINHA
As Iyalorixás do Ilê Axé Opô Afonjá são, por ordem cronológica: Mãe Aninha (1910 a 1938),
Mãe Bada (1939 a 1941), Mãe Senhora (1942 a 1967), Mãe Ondina ou Mãezinha (1969
a 1975) e Mãe Stella (desde 1977).
A primeira delas, Eugênia Anna Santos (mais conhecida como Mãe
Aninha, Obá Biyi) é a fundadora do candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador e
no Rio de Janeiro. Nasceu em Salvador, no dia 13 de julho de 1869.
Filha de Sérgio José dos Santos e Leonídia Maria da
Conceição Santos, foi iniciada, em 1884,
na nação de Ketu, pela Iyalorixá Marcelina da Silva, Obá Tossi.
Em 1895, fundou o Ilê Axé Opô Afonjá do Rio de Janeiro e em
1910 fundou o de Salvador. Em 1936, reinaugurou o Ilê Iyá, instituiu o Corpo de
Obás de Xangô, lançou a pedra fundamental do novo barracão Ilê N´Lá e fundou a
Sociedade Cruz Santa, no Ilê Opô Afunjá de Salvador.
Em 1937, pouco antes do seu falecimento, influenciou Getúlio
Vargas na promulgação do Decreto Lei que proibiu o embargo
sobre o exercício da religião do candomblé no Brasil. Oswaldo Aranha era seu
filho de santo e contibuiu para esta
iniciativa presidencial.
Assistida pelo Prof. Rafael Menezes, catedrático de Anatomia
da Faculdade de Medicina da Bahia, faleceu no dia 3 de janeiro de 1938, às nove horas da manhã, na casa de Iyá no Ilê
Opô Afunjá de Salvador, em estado de perfeita lucidez. Diz Mestre Didi que ela chegou a preparar a roupa que deveria usar no esterro. O corpo foi transportado para a Igreja de Nossa Senhora
do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, onde ficou exposto até o dia seguinte, quando foi sepultado no Cemitério da Quinta dos Lázaros. Em
3 de janeiro de 1945 foi procedida a obrigação dos sete anos (obrigação de
Aku). Seu corpo repousa no mausoléu oferecido pela Sociedade Cruz Santa Opô Afujá.
Deoscóredes Maximiliano dos Santos, Mestre Didi, escreveu a vida
de Mãe Aninha no livro “História de Um Terreiro Negô” . Mãe
Aninha sabia delegar, Ela se cercava de pessoas de sua
confiança. Tinha um grande espírito
de liderança. Na ausência de Mãe Aninha, diz
Mestre Didi, o Axé, funcionava com a maior segurança e
tranquilidade. Em 1934, por ocasião das festas de ano das Águas de Oxalá,
estando Iyá Obá Biyi no Rio, foi feita a remodelação de um barracão de palha
que havia em frente a casa de Oxalá, e Senhora, a então Osi Dagan, mandou
construir uma casa para Oxun, ao lado da casa de Oxossi, para que os festejos
fossem realizados conforme o calendário”.
Mãe Stella em seu livro “Meu Tempo é Agora” registra muitas
passagens sobre a origem e o cuto desta Iyalorixá.
Mãe Bibiana, filha de Mãe Aninha, esclarece que
“Somente depois da morte de minha avó Marcelina é que minha mãe fez santo no Engenho Velho”.
Mãe Stella revela que
“a casa de Aninha, na Ladeira da Praça, no Pelourinho, era um verdadeiro pensionato gratuito, onde as
protegidas ajudavam na confecção de doces muito bem aceitos naquele tempo”.
Donald Pierson, sociólogo pela Universidade de Chicago,
infoma que Mãe Aninha tinha uma pequena loja onde vendia utensílios utilizados nos rituais do
culto, e fazia bom negócio”.
O antropólogo Vivaldo da Costa Lima, professor da
Universidade Federal da Bahia, diz que “Mãe Aninha participava com devoção dos
ritos e sacramentos da igreja católica - atitude dominante nas antigas
mães-de-santo da Bahia: era Priora das Irmandades do Senhor Bom Jesus dos
Martírios e de Nossa Senhora do Rosário, Provedora Perpétua de Nossa Senhora da
Boa Morte, da Barroquinha, e Irmã Remida da Irmandade de São Benedito, nas
Quintas”
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AS POSTAGENS SOBRE AS IYALORIXÁS DO ILÉ AXÉ OPÔ AFONJÁ DE SALVADOR ESTÃO BASEADAS
NA WIKIPÉDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE.
Uma correção: esta foto de mãe Stella de Oxossi.
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