sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

MÃE ANINHA




MÃE  ANINHA

As Iyalorixás do Ilê Axé Opô Afonjá  são, por  ordem cronológica: Mãe Aninha (1910 a 1938), Mãe Bada (1939 a 1941), Mãe Senhora (1942 a 1967), Mãe Ondina ou Mãezinha (1969 a 1975) e Mãe Stella (desde 1977).
A primeira delas, Eugênia Anna Santos (mais conhecida como Mãe Aninha, Obá Biyi) é a fundadora do candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador e no Rio de Janeiro. Nasceu em Salvador, no dia 13 de julho de 1869. 
Filha de Sérgio José dos Santos e Leonídia Maria da Conceição Santos, foi iniciada, em 1884,  na nação de Ketu, pela Iyalorixá Marcelina da Silva, Obá Tossi.
Em 1895, fundou o Ilê Axé Opô Afonjá do Rio de Janeiro e em 1910 fundou o de Salvador. Em 1936, reinaugurou o Ilê Iyá, instituiu o Corpo de Obás de Xangô, lançou a pedra fundamental do novo barracão Ilê N´Lá e fundou a Sociedade Cruz Santa, no Ilê Opô Afunjá de Salvador.
Em 1937, pouco antes do seu falecimento, influenciou Getúlio Vargas na promulgação do Decreto Lei que  proibiu  o  embargo sobre o exercício da religião do candomblé no Brasil. Oswaldo Aranha era seu filho de santo e  contibuiu para esta iniciativa presidencial.
Assistida pelo Prof. Rafael Menezes, catedrático de Anatomia da Faculdade de Medicina da Bahia, faleceu  no dia 3 de janeiro de 1938, às nove horas da manhã, na casa de Iyá no Ilê Opô Afunjá de Salvador, em estado de perfeita lucidez. Diz Mestre Didi que ela chegou a preparar a roupa que deveria usar no esterro. O corpo foi transportado para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, onde ficou exposto até o dia seguinte, quando foi sepultado no Cemitério da Quinta dos Lázaros. Em 3 de janeiro de 1945 foi procedida a obrigação dos sete anos (obrigação de Aku). Seu corpo repousa no mausoléu oferecido  pela Sociedade Cruz Santa Opô Afujá.
Deoscóredes Maximiliano dos Santos, Mestre Didi, escreveu a vida de Mãe Aninha  no livro “História de Um Terreiro Negô” . Mãe Aninha  sabia delegar, Ela se cercava de pessoas de sua confiança. Tinha um  grande espírito de liderança. Na ausência de Mãe Aninha, diz  Mestre  Didi, o Axé,  funcionava com a maior segurança e tranquilidade. Em 1934, por ocasião das festas de ano das Águas de Oxalá, estando Iyá Obá Biyi no Rio, foi feita a remodelação de um barracão de palha que havia em frente a casa de Oxalá, e Senhora, a então Osi Dagan, mandou construir uma casa para Oxun, ao lado da casa de Oxossi, para que os festejos fossem realizados conforme o calendário”.

Mãe Stella em seu livro “Meu Tempo é Agora” registra muitas passagens  sobre a origem e o cuto desta Iyalorixá.  
Mãe Bibiana, filha de Mãe Aninha,  esclarece que  “Somente depois da morte de minha avó Marcelina  é que minha mãe fez santo no Engenho Velho”.
Mãe Stella  revela que “a casa de Aninha, na Ladeira da Praça, no Pelourinho,  era um verdadeiro pensionato gratuito, onde as protegidas ajudavam na confecção de doces muito bem aceitos naquele tempo”.
Donald Pierson, sociólogo pela Universidade de Chicago, infoma  que  Mãe Aninha  tinha uma pequena loja onde  vendia utensílios utilizados nos rituais do culto, e fazia bom negócio”.
O antropólogo Vivaldo da Costa Lima, professor da Universidade Federal da Bahia, diz que “Mãe Aninha participava com devoção dos ritos e sacramentos da igreja católica - atitude dominante nas antigas mães-de-santo da Bahia: era Priora das Irmandades do Senhor Bom Jesus dos Martírios e de Nossa Senhora do Rosário, Provedora Perpétua de Nossa Senhora da Boa Morte, da Barroquinha, e Irmã Remida da Irmandade de São Benedito, nas Quintas”

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AS POSTAGENS SOBRE AS IYALORIXÁS DO  ILÉ AXÉ OPÔ AFONJÁ DE SALVADOR ESTÃO BASEADAS NA WIKIPÉDIA,  A ENCICLOPÉDIA LIVRE.

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