João Amado Pinheiro Viegas, mais conhecido como Pinheiro
Viegas, jornalista e poeta, foi o maior
epigramista da Bahia.
Nasceu em Salvador
no ano de 1865 mas somente a partir da
década de 1920, quando criou a Academia dos Rebeldes, se tornou conhecido nacionalmente.
Concluídos os preparatórios, iniciou o curso jurídico na
Faculdade de Direito da Bahia mas abandonou os estudos para ingressar na imprensa onde,
em 1910, defendeu, nos jornais da capital da República, a campanha de Rui
Barbosa à Presidência do Brasil.
Durante muitos anos viveu no Rio de Janeiro, onde trabalhou
em diversos jornais e publicou vários livros.
Segundo Jorge Amado, seu liderado, Pinheiro Viegas era primo
distante de Castro Alves (cuja avó se
chamava Ana Viegas...)
A Bahia teve grandes epigramistas, tais como Lafayette
Spínola (autor de “Harpas e Farpas” ), Aloísio de Carvalho (conhecido como Lulu
Parola, autor de “Cantando e Rindo”), Deraldo Dias, Roberto Correia (que
utilizava o peseudônimo de Robison), Castelar Sampaio, Magalhães Neto (pai do
Governador Antônio Carlos Magalhães e catedrático da Faculdade de Medicina da
Bahia), Sílvio Valente (conhecido pelos pseudônimos de Bernardo Só e Pepino
Longo). Pinheiro Viegas foi o maior de todos. Nenhum outro o superou.
Jorge Amado o considerava “terrível” e Raimundo Magalhães
Júnior costumava dizer que ele era “destabocado e cético”.
Vejamos alguns epigramas, de sua autoria :
1) Sobre Florêncio Santos, natural de Belmonte e conhecido pelo
pseudônimo de Flosan:
“De Belmonte Flosan
veio,
muito magro, muito feio,
recomendado ao S. Campos,
que lhe pôs dentro dos tempos
toda a carta de ABC...
e outras coisas, já se vê...”
“– Mamãe, me diga de tantos,
Homens seus, quem foi papai?
– Florêncio, qualquer dos Santos
De Belmonte foi teu pai.”
“Nesta cidade malsã
O clima é senegalesco
Mas, agora entrou um fresco
Chegou, há pouco, o FLOSAN.”
muito magro, muito feio,
recomendado ao S. Campos,
que lhe pôs dentro dos tempos
toda a carta de ABC...
e outras coisas, já se vê...”
“– Mamãe, me diga de tantos,
Homens seus, quem foi papai?
– Florêncio, qualquer dos Santos
De Belmonte foi teu pai.”
“Nesta cidade malsã
O clima é senegalesco
Mas, agora entrou um fresco
Chegou, há pouco, o FLOSAN.”
Quando Florêncio publicou o livro “ Imagens que Dançam”, Viegas escreveu:
“Imagens que Dançam”, duas,
O samba carnavalesco
Vejo em croniquetas suas
Assinadas Flosan, o fresco.”
2) Sobre certo parlamentar, publicou o seguinte epigrama:
“Deputado de cartaz
Na atual legislatura,
O moço tem por detrás
Quem lhe cobertura”
3) Sobre o Chanceler Otávio
Mangabeira, autor de um livro sobre o cometa Harley:
“Político; escritor, diplomata, engenheiro.
Na Bahia era astrônomo
Mas, em todo o Brasil o Otávio era o primeiro gastrônomo.
Ministro dos estrangeiros, palácio Itamarati
a língua dos brasileiros é língua bunda ou tupi.”
Na Bahia era astrônomo
Mas, em todo o Brasil o Otávio era o primeiro gastrônomo.
Ministro dos estrangeiros, palácio Itamarati
a língua dos brasileiros é língua bunda ou tupi.”
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