Sebastião da Rocha Pita, ou simplesmente Rocha Pita, advogado
poeta, historiador e político baiano, nasceu em Salvador, no dia 3 de maio de
1660.
Estudou as primeiras letras no Colégio dos Jesuitas da Bahia.
Com 16 anos, foi para Portugal, onde estudou na Universidade de Coimbra e se formou em direito
canônico, no ano de 1682.
Regressando à Bahia, dedicou-se às letras. Escreveu vários
poemas e um romance em espnhol, idioma que falava fluentemente. Cedo se
interessou por história e aprofundou seus conhecimentos em outras línguas com o
objetivo de conhecer os fatos históricos em suas origens.
Em 1728, concluiu sua "História da América Portuguesa" que foi
publicada em Lisboa, dois anos depois. Este livro, considerado clássico,
abrange a história do Brasil, de 1500 até 1724. A repercussão foi
tão extraordinária que o rei de Portual, D. João V, o nomeou fidalgo da Casa
Real e cavaleiro da Ordem de Cristo. A "História da América Portuguesa" teve sucessivas
edições. É dividida em dez livros e tem a forma de uma crônica administrativa,
nos moldes das obras póstumas de Manuel de Farias e Souza, intituladas "Ásia Portuguesa", "Europa
Portuguesa" e "África Portuguesa".
Rocha Pita publicou outras obras históricas tais como "Breve compêndio
e narração do fúnebre espetáculo que na cidade da Bahia se viu na morte de D.
Leonor Josefa de Vilhena e das exéqioas que por sua morte se celebraram na
cidadse da Bahia” (1721) e "Breve compêndio e narração do fúnebre espetáculo que
na cidade da Bahia se viu na morte Del-rei D. Pedro II" (1709). D, Leonor era
esposa de D. Rodrigues da Costa, governador do Brasil entre 1702 e 1708.
A respeito da "História da América Portuguesa", diz José
Veríssimo: “Escrita em estilo de prosa poética, como se fora um poema em louvor
do Brasil, com mais entusiasmo e arroubo de sentimento patriótico do que com a
serenidade e o bom juízo da história, marca justamente a transição da poesia a
que quase exclusivamente se reduzia a nossa produção literária para a prosa em
que íamos começar a mais freqüentemente exprimir-nos”. Pedro Calmon assim
se expressa: “O livro precisa ser lido e deve ser lido como um exemplo da
literatura que ao seu tempo florescia e da arte, do ideal poético, das
deformações estéticas, do gênio barroco que nela se reflete. É. sobretudo,
uma obra de história – ainda hoje referência obrigatória para muito da pesquisa
que se faz sobre os séculos iniciais da colonização”. Antônio Loureiro de
Souza, traçando o perfil de Rocha Pita, afirma: “Sua
obra capital, “História da América Portuguesa”, é, sem contestação, no gênero,
um dos mais importantes estudos que se há feito e que lhe consumiu grande parte
da existência, toda ela voltada para o labor contínuo”.
Rocha Pita era coronel do regimento de ordenanças e vereador
da cidade do Salvador, Fez parte da Academia Real de História Portuguesa, onde
ocupou o cargo de acadêmico supranumerário. Foi membro, e um dos fundadores, da Academia Brasílica dos
Esquecidos. A Academia dos Esquecidos, criada em 1724, teve uma duração de
apenas 11 meses e seguiu o mesmo
programa da Academia Real de História Portuguesa, criada em 1720.
A biografia de Rocha Pita foi escrita no século XIX pelo
historiador João Manuel Pereira da Silva e publicada em 1849 na revista do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Pai de três filhos, com Ana Cavalcanti, Rocha Pita morreu
em 2 de novembro de 1738, na cidade de Cachoeira, onde, desde o casamento, fixou
residência.
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