terça-feira, 4 de março de 2014

167- ROCHA PITA



Sebastião da Rocha Pita, ou simplesmente Rocha Pita, advogado poeta, historiador e político baiano, nasceu em Salvador, no dia 3 de maio de 1660.

Estudou as primeiras letras no Colégio dos Jesuitas da Bahia. Com 16 anos, foi para Portugal, onde estudou na  Universidade de Coimbra e se formou em direito canônico, no ano de 1682.

Regressando à Bahia, dedicou-se às letras. Escreveu vários poemas e um romance em espnhol, idioma que falava fluentemente. Cedo se interessou por história e aprofundou seus conhecimentos em outras línguas com o objetivo de conhecer os fatos históricos em suas  origens.

Em 1728, concluiu sua "História da América Portuguesa" que foi publicada em Lisboa, dois anos depois. Este livro, considerado clássico, abrange a história do Brasil, de 1500 até 1724. A repercussão  foi tão extraordinária que o rei de Portual, D. João V, o nomeou fidalgo da Casa Real e cavaleiro da Ordem de Cristo. A "História da América Portuguesa" teve sucessivas edições. É dividida em dez livros e tem a forma de uma crônica administrativa, nos moldes das obras póstumas de Manuel de Farias e Souza, intituladas "Ásia Portuguesa", "Europa Portuguesa"  e "África Portuguesa".

Rocha Pita publicou outras obras históricas tais como "Breve compêndio e narração do fúnebre espetáculo que na cidade da Bahia se viu na morte de D. Leonor Josefa de Vilhena e das exéqioas que por sua morte se celebraram na cidadse da Bahia” (1721) e "Breve compêndio e narração do fúnebre espetáculo que na cidade da Bahia se viu na morte Del-rei D. Pedro II" (1709). D, Leonor era esposa de D. Rodrigues da Costa, governador do Brasil entre 1702 e 1708.

A respeito da "História da América Portuguesa", diz José Veríssimo: “Escrita em estilo de prosa poética, como se fora um poema em louvor do Brasil, com mais entusiasmo e arroubo de sentimento patriótico do que com a serenidade e o bom juízo da história, marca justamente a transição da poesia a que quase exclusivamente se reduzia a nossa produção literária para a prosa em que íamos começar a mais freqüentemente exprimir-nos”. Pedro Calmon assim se expressa: “O livro precisa ser lido e deve ser lido como um exemplo da literatura que ao seu tempo florescia e da arte, do ideal poético, das deformações estéticas, do gênio barroco que nela se reflete. É. sobretudo, uma obra de história – ainda hoje referência obrigatória para muito da pesquisa que se faz sobre os séculos iniciais da colonização”. Antônio Loureiro de Souza, traçando o perfil de Rocha Pita, afirma: “Sua obra capital, “História da América Portuguesa”, é, sem contestação, no gênero, um dos mais importantes estudos que se há feito e que lhe consumiu grande parte da existência, toda ela voltada para o labor contínuo”.

Rocha Pita era coronel do regimento de ordenanças e vereador da cidade do Salvador, Fez parte da Academia Real de História Portuguesa, onde ocupou o cargo de acadêmico supranumerário. Foi membro, e  um dos fundadores, da Academia Brasílica dos Esquecidos. A Academia dos Esquecidos, criada em 1724, teve uma duração de apenas 11 meses e seguiu  o mesmo programa da Academia Real de História Portuguesa, criada em 1720.

A biografia de Rocha Pita foi escrita no século XIX pelo historiador João Manuel Pereira da Silva e publicada em 1849 na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Pai de três filhos, com Ana Cavalcanti, Rocha Pita morreu em 2 de novembro de 1738, na cidade de Cachoeira, onde, desde o casamento, fixou residência.



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