BARÃO DE JEREMOABO
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Cícero Dantas Martins nasceu em Bom Conselho (hoje município
de Cícero Dantas) no dia 28 de junho de 1938, sendo seus pais o Comendador João Dantas dos Reis e de D.
Mariana Francisca da Silveira, antigos procuradores da casa da Torre de Garcia
d`Ávila.
Concluídos os primeiros estudos, deslocou-se para a cidade
de Recife, em Pernambuco, onde diplomou-se no ano de 1859, em Ciências
Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da quela capital.
Regressando à sua cidade natal, dedicou-se à pecuária. à
agricultura e á vida político-partidária.
Em 1875, foi eleito vereador, Em 1869, foi deputado pela
Bahia, e como deputado permaneceu por quatro legislatura (1869 a 1872, 1872 a
1875 e 1875 a 1877 e 1886 a 1889).
Em 1891, foi senador estadual. Em 1893, tornou-se o
primeiro intendente eleito do município de Itapicuru de Cima, assim
permanecendo até 1896.
Casou-se com sua prima, Mariana da Costa Pinto, filha do
Conde de Sergimirim, unindo o poder do sertão à liderança da região do Recôncavo, Transformou-se no maior
fazendeiro do Nordeste, com sessenta e uma propriedades nos estados da Bahia
e Sergipe. Seus domínios se estendiam de
Alagoinhas a Juazeiro, do Recôncavo ao interior de Sergipe.
Além das lides políticas, Cícero Dantas dedicou-se ao mister de escrever cartas e colecionar documentos.. De 1873 a 1903, remeteu 44.411 cartas, o que corresponde a 1.432
cartas, em média, ao ano. Com o maior cuidado, anotava as correspondências
enviadas, e os acontecimentos de seu interesse (nascimentos, mortes, casamentos etc). O mesmo
fazia com as cartas e documentos que recebia (muitos deles enviados por perssoas de
destaque na vida nacional, tais como José Alencar, Barão do Rio Branco, Barão de
Cotegipe. Visconde de Niteroi, etc (bem como parentes, amigos e outros proprietários
rurais). A Guerra de Canudos e outros fatos importantes da história pátria estão
assim documentados.
O Barão de Jeremoabo faleceu em Bom Conselho, no ano de
1903. Seus restos mortais estão depositados na Igreja Matriz da cidade de
Cícero Dantas.
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Na obra O Barão de Jeremoabo e a Política do Seu Tempo, Álvaro
Pinto Dantas de Carvalho Júnior em uma pesquisa exaustiva, relata fatos curiosos da
pessonalidade de Cícero Dantas Martins. São aproximadamente seis mil documentos,
entre cartas, recortes de jornais, manuscritos, cadernos de notas, fotografias
etc. Dentre as cartas, 21 são do Barão de Jeremoabo, endereçadas a José
Gonçalves da Silva, e vice-versa. Neste documentário existem 147 biografias de
personalidades importantes, e fatos históricos ligados a 35 municípios do Sertão da Bahia e do
Recôncavo.
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O escritor peruano Mario Vargas, misturando ficção
com realidade, personagens fictícias com vultos históricas, publicou, em 1981 um
romance sobre a Guerra de Canudos, intitulado A Guerra do Fim do Mundo.
Antônio Conselheiro, cabeça do levante, é descrito de acordo com elementos
retirados do livro “Os Sertões”, de Euclices da Cunha. Mário Llosa passou
vários meses no sertão de Canudos, se inspirando e
escrevendo um livro que não deve ser confundido com fatos históricos. Tanto
a história quanto os personagens foram ficcionalizados. Um dos personagens é o
Barão de Jeremoabo. Cícero Dantas Martisn vira Barão de Canabrava, convive com Maria
Quadrado e outras personagens inventadas, e contracena com o Coronel Moreira
César e outras pessoas que de fato existiram. Um matador, chamado Rufino,
seguidor do Conselheiro e afilhado do Barão, dá um prazo de 24 horas para
Cícero Dantas “encaixotar os objetos que mais desejasse salvar, e abandonar com
a baronesa e seus serviçais as terras e edificações de sua propriedade antes delas serem incendiadas, por ordem de Antônio Conselheiro. No meio do desespero, o Barão de Jeremoabo só
se preocupa em rasgar cartas e documentos, e empacotar outros, antes de partir
para Salvador e esperar o desenrolar dos acontecimentos...
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