terça-feira, 18 de março de 2014

CÍCERO DANTAS MARTINS


 

BARÃO DE JEREMOABO

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Cícero Dantas Martins nasceu em Bom Conselho (hoje município de Cícero Dantas) no dia 28 de junho de 1938, sendo seus pais    o Comendador João Dantas dos Reis e de D. Mariana Francisca da Silveira, antigos procuradores da casa da Torre de Garcia d`Ávila.

Concluídos os primeiros estudos, deslocou-se para a cidade de Recife, em Pernambuco, onde diplomou-se no ano de 1859, em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da quela capital.

Regressando à sua cidade natal, dedicou-se à pecuária. à agricultura e  á vida político-partidária.

Em 1875, foi eleito vereador, Em 1869, foi deputado pela Bahia, e como deputado permaneceu por quatro legislatura (1869 a 1872, 1872 a 1875 e 1875 a 1877 e 1886 a 1889).

Em 1891, foi senador estadual. Em 1893, tornou-se o primeiro intendente eleito do município de Itapicuru de Cima, assim permanecendo até 1896.

Casou-se com sua prima, Mariana da Costa Pinto, filha do Conde de Sergimirim, unindo o poder do sertão à liderança da região do Recôncavo, Transformou-se no maior fazendeiro do Nordeste, com sessenta e uma propriedades nos estados da Bahia e  Sergipe. Seus domínios se estendiam de Alagoinhas a Juazeiro, do Recôncavo  ao interior de Sergipe.

Além das lides políticas, Cícero Dantas dedicou-se ao mister de escrever cartas e colecionar documentos.. De 1873 a 1903, remeteu 44.411 cartas, o que corresponde a 1.432 cartas, em média, ao ano. Com o maior cuidado, anotava as correspondências enviadas, e os acontecimentos de seu interesse (nascimentos, mortes, casamentos etc). O mesmo fazia com as cartas e documentos que recebia (muitos deles enviados por perssoas de destaque na vida nacional, tais como José Alencar, Barão do Rio Branco, Barão de Cotegipe. Visconde de Niteroi, etc (bem como parentes, amigos e outros proprietários rurais). A Guerra de Canudos e outros fatos importantes da história pátria estão assim documentados.

O Barão de Jeremoabo faleceu em Bom Conselho, no ano de 1903. Seus restos mortais estão depositados na Igreja Matriz da cidade de Cícero Dantas.

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Na obra O Barão de Jeremoabo e a Política do Seu Tempo, Álvaro Pinto Dantas de Carvalho Júnior em uma pesquisa exaustiva, relata fatos curiosos da pessonalidade de Cícero Dantas Martins. São aproximadamente seis mil documentos, entre cartas, recortes de jornais, manuscritos, cadernos de notas, fotografias etc. Dentre as cartas, 21 são do Barão de Jeremoabo, endereçadas a José Gonçalves da Silva, e vice-versa. Neste documentário existem 147 biografias de personalidades importantes, e fatos  históricos ligados a  35 municípios do Sertão da Bahia e do Recôncavo.

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O escritor peruano Mario Vargas, misturando ficção com realidade, personagens fictícias com vultos históricas, publicou, em 1981 um romance sobre a Guerra de Canudos, intitulado A Guerra do Fim do Mundo. Antônio Conselheiro, cabeça do levante, é descrito de acordo com elementos retirados do livro “Os Sertões”, de Euclices da Cunha. Mário Llosa passou vários meses no sertão de Canudos, se inspirando  e escrevendo um livro que não deve ser confundido com fatos históricos. Tanto a história quanto os personagens foram ficcionalizados. Um dos personagens é o Barão de Jeremoabo. Cícero Dantas Martisn vira Barão de Canabrava, convive com Maria Quadrado e outras personagens inventadas, e contracena com o Coronel Moreira César e outras pessoas que de fato existiram. Um matador, chamado Rufino, seguidor do Conselheiro e afilhado do Barão, dá um prazo de 24 horas para Cícero Dantas “encaixotar os objetos que mais desejasse salvar, e abandonar com a baronesa e seus serviçais as terras e edificações de sua propriedade antes delas serem incendiadas, por ordem de Antônio Conselheiro.  No meio do desespero, o Barão de Jeremoabo só se preocupa em rasgar cartas e documentos, e empacotar outros, antes de partir para Salvador e esperar o desenrolar  dos acontecimentos...

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