GENARO DE CARVALHO
Genaro Antônio Dantas de Carvalho, mais conhecido como
Genaro de Carvalho, tapeceiro, pintor e desenhista, precursor do modernismo em
nosso estado, nasceu em Salvador, no dia 10 de novembro de 1926.
iniciou o estudo de pintura com o pai, depois foi para o Rio
de Janeiro, onde aprendeu a desenhar com
Henrique Cavallero, na Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Com bolsa de estudos do governo francês, seguiu para a
Paris, em 1949, onde estudou com Andre Lhote e Fernand Léger, na École Nationale
de Beaux-Arts.
Em 1950, participou dos Salões de Outono, de Maio e dos
Independentes, e neste mesmo ano se iniciou na arte da tapeçaria, realizando
seu primeiro trabalho, denominado “Plantas Tropicais”.
Em 1955, criou seu ateliê de tapeçaria, em Salvador (o
primeiro do Brasil). Seu trabalho de maior destaque foi o mural realizado para
o salão do Hotel da Bahia, com 200 metros quadrados (“Festejos Regionais Baianos”).
Conhecido no Brasil e no exterior,, Genaro elevou a tapeçaria um novo status. Ele é considerado o fundador da moderna tapeçaria
brasileira.
Além de desenhos, quadros e murais, produziu estampas,
figurinos, objetos de design e móveis que o tornaram famoso.
“Genaro, diz Alejandra
Muñoz, foi um artista abrangente e
incansável, exímio pintor, desenhista exigente, talentoso muralista, designer à
frente do seu tempo, e, além disso, um pioneiro tapeceiro”
Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos e Genaro de Carvalho foram
os artistas que mais contribuíram a aceitação da pintura moderna na Bahia. “ É
claro que apesar da distância, a obra de Portinari, de Burle Marx, Segall,
Guignardi ou de Pancetti, também contribuiu de maneira ponderável. Mas nada
como ver o próprio filho da terra enveredando por caminhos novos”, disse José
Valladares, quando Genaro de Carvalho
iniciava sua trajetória de sucessos.
Genaro de Carvalho, Mário Cravo Jr. e Carlos Bastos, constituíram
um trio maravilhoso, conhecido como “Os Três Mosqueteiros”. “Juntos, enfrentaram
o academismo que dominava as artes plásticas na metade do século XX. Artistas
de ruptura, renovaram a produção local ao criar uma nova linguagem artística,
valorizando a nossa história e a nossa cultura e, ao mesmo tempo, propondo o
diálogo com as vanguardas de outras partes do mundo. Com eles, a Bahia fez o
ingresso, ainda que tardio, na modernidade” (James Lisboa). A este trio
precursor, seguiram-se outros artistas famosos: Carybé, Jenner Augusto, Rubem
Valentim, Lygia Sampaio, Calazans Neto, Juarez Paraíso, Hansen Bahia e Sante
Scaldaferi.
"Ao contrário da maioria dos pintores de nossa época,
Genaro de Carvalho confessa apreciar o decorativismo e tê-lo até como objetivo
de sua arte. Pintor de grandes recursos, com êxito de crítica e de venda,
depois de várias e brilhantes experiências tanto no campo do figurativismo como
no do abstracionismo, fixou-se afinal na arte difícil da tapeçaria” (Sérgio
Milliet).
"Genaro Carvalho, trabalhando quase só no mercado da
arte de tecer no Brasil, aliava à sua criatividade um senso prático de
organização, uma consciência aguda da sua missão pioneira, alargando sua visão
tropical a uma estética formal competitiva com o que de melhor estava sendo
feito em outras partes do mundo. Sua obra e sua proposta no campo das artes
plásticas foram definitivas para as artes do Brasil, principalmente no campo da
tapeçaria onde revelou-se superiormente como artista. Genaro Carvalho foi
precursor da tapeçaria brasileira na Bahia.” (Dorian Gray Caldas, 1998).
Genaro de Carvalho realizou exposições individuais no Brasil,
Suíça, Argentina, Estados Unidos e Inglaterra, e participou de coletivas
no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Suíça e Rússia.
O grande tapeceiro, pintos e desenhista faleceu em Salvador,
no dia 2 de janeiro de 1971.
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