quinta-feira, 20 de março de 2014

BALTAZAR DA SILVA LISBOA


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Baltazar da Silva Lisboa, magistrado, naturalista e historiador, nasceu em Salvador, em 6 de janeiro de 1761, sendo seus pais Henrique da Silva Lisboa e Helena de Jesus e Silva. É o irmão mais novo de José da Silva Lisboa,Visconde de Cayru.

Iniciou as primeiras letras em sua cidade natal. Aos 14 anos, foi para Portugal onde doutorou-se em direito civil e canônico, em 1783.

“Após a formatura, recebeu apoio político para seguir em Portugal, empreender algumas viagens filosóficas e produzir trabalhos de História Natural, pois desde cedo, em Coimbra, este naturalista havia cursado várias disciplinas da área, simultaneamente, com seu curso de leis” (Rodrigo Osório Pereira). 

Iniciou a carreira de magistrado como Juiz de Fora, Ouvidor da Comarca de Ilheus, e desembargador de Relações da Corte.

Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, para assumir a presidência do Senado da Câmara. Ali se indispôs com o vice-rei Conde de Rezende, por opor-se aos negócios ilícitos praticados pelo vice-rei e seus acólitos. Em consequência desta atitude, tornou-se alvo de uma devassa, sob acusação de estar envolvido em uma conspiração contra o governo.  Acusaram-no de opor-se à constituição das Cortes portuguesas e se opor à independência do Brasil.

Saindo incólome das acusações, foi distinguido pelo Imperador D.Pedro I com o título de Conselheiro, e nomeado lente da Faculdade de Direito de São Paulo.

Em 1797, foi nomeado Ouvidor e Juiz Conservador das Matas na Comarca de Ilhéus, permanecendo neste cargo durante mais de vinte anos. Escreveu dez memórias, defendendo a necessidade de se defender as matas da região. A ele devemos os primeiros esforços em favor da preservação da mata atlântica. Criou mapas, promoveu severa fiscalização sobre a extração de madeiras e confeccionou o primeiro Regimento dos Cortes de Madeira em nosso país (1799). Permaneceu nesta atividade até 1822.

Como historiador, escreveu, nos anos de 1834 a 1835,  os  “Anais do Rio de Janeiro”, com informações importantes sobre  geografia e história. De sua autoria são, também, os “Apontamentos para a história eclesiástica do Rio de Janeiro”, publicado em 1840.

Baltazar da Silva Lisboa foi condecorado com a comenda da Ordem de Cristo. Foi membro da Academia Real das Ciências de Lisboa, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade Literária do Rio de Janeiro.

Rodrigo Osório Pereira, para dissertação de mestrado defendida na Universidade Estadual de Feira de Santana, realizou minuciosa pesquisa sobre a vida e a obra de Baltazar da Silva Lisboa. Nesta pesquisa afirma que Baltazar é o naturalista de maior visibilidade na historiografia brasileira.

Este jurista, naturalista e historiador baiano foi  objetivo de estudo por parte de Ana Paula dos Santos Lima. Seu maior biógrafo, todavia, é o seu sobrinho, Bento da Silva Lisboa.

Baltazar da Silva Lisboa faleceu no Rio de Janeiro, em 1840


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