A SABINADA
A década de 1830 foi muito agitada. Revolução, era o assunto
de todas as conversas, na cidade do Salvador.
Diziam que o próprio governo da província conspirava. As
sociedades secretas fervilhavam. A imprensa, também.
A conspiração reunia os exaltados da reação conservadora, os
federalistas de 1832 e 1833, os decepcionados com o Ato Adicional, os
republicanos, os separatistas e os simpatizantes da Guerra da Farroupilha.
A situação, extremamente explosiva, foi agravada com a fuga
de Bento Gonçalves, líder do movimento gaúcho, até então preso na Forte do Mar
(hoje, Forte São Marcelo).
A notícia da fuga animou os lideres revolucionários,
principalmete Daniel Freitas, Sérgio Veloso, Alexandre Sucupira, José Joaquim
Leite e, sobretudo, Dr. Sabino Vieira – figura central do movimento.
Dr. Sabino Vieira esteve no Rio Grande do Sul, antes de
1835, e veio entusiasmado com a revolução gaúcha. Ele era um médico pobre,
mestiço, intelectual, inconstante, violento, descontrolado e ambicioso.
Todavia, muito popular, pois era caridoso e acolhia, com o mesmo desvelo, os
pobres e necessitados, os oprimidos e desesperados.
Sua biblioteca, de mais de quatrocentos volumes, era a mais
expressiva do seu tempo.
Havia, poucos anos antes, se submetido a concurso, pleiteando
ser professor da Faculdade de Medicina.
Assim, tornou-se o chefe da revolução, conhecida como
“Sabinada”.
Os revoltosos proclamaram a independência da Bahia, e
criaram o “Estado Livre Baiense”.
Elegeram o Dr. Inocêncio da Rocha Galvão, presidente da república.
O Dr. Sabino Vieira, foi nomeado Ministro do Exterior.
A Regência reagiu: nomeou Antônio Pedroso presidente da
província, incumbindo-o de debelar a rebelião.
O comandante João Crisóstomo Calado, arregimentou cinco mil
homens e iniciou a luta contra os revoltosos, os quais foram vencidos. Houve
numerosas, baixas de ambos os lados.
A ordem foi restabelecida. A república baiense durou,
apenas, quatro meses -- isto é, de 7 de novembro de 1837 a 14 de março de 1838.
Os legalistas iniciaram a caça aos líderes rebeldes. Sabino
Vieira refugiou-se, mas foi encontrado “dentro de um armário, coberto de roupas
sujas, vestido apenas com uma camisa, e descalço” ( ).
Foi condenado à morte. D. Pedro II, recém coroado, anistiou
os presos políticos e Sabino Viera foi transportado para a cadeia de Cuiabá. No
caminho, conseguiu fugir, escondendo-se na Fazenda Jacobina, no interior do
Mato Grosso.
Tornou-se amigo do Coronel João Carlos Pereira Leite, seu
protetor.
Concentrou-se no exercício profissional e, como médico, foi
muito útil à região. Criou um pequeno jornal, chamado “O Bororó” .
Faleceu em 1846.
Em 1896, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia
solicitou à família Leite, os restos mortais do Dr. Sabino Vieira,
transladando-os para Salvador.
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