Francisco de Castro, médico, professor, orador e poeta, nasceu em Salvador, no dia 17 de setembro de 1857, sendo seus pais Joaquim de Castro Guimarães e Maria Eloísa de Matos.
Em 1873, tendo concluído os
estudos elementares, seu pai embarcou com ele para Paris, onde Francisco de
Castro ampliou seus conhecimentos e praticou o manejo da língua gaulesa, a ponto
de escrever versos em francês.
Em 1874, matriculou-se na
Faculdade de Medicina da Bahia e cursou os dois primeiros anos do curso médico.
Dividiu as suas atividades entre a aprendizagem das disciplinas básicas e o
exercício da vocação literária.
Não obstante sua paixão pela
literatura, revelou ser um aluno talentoso e muito elogiado pelos seus
mestres.
Em 1875, mudou-se para o Rio
de Janeiro, matriculando-se na Faculdade de Medicina da capital. Sua
inteligência despertou a atenção dos professores Bonifácio de Abreu, Ramiz
Galvão, Souza Lima. Sabóia e, principalmente, Torres Homem (de quem Francisco de
Castro foi, durante toda a vida, grande admirador).
Deveria concluir o curso de
medicina em 1879 mas, um sério desentendimento entre os doutorandos e o
professor de Medicina Legal, fez com que Francisco de Castro voltasse para
Salvador, matriculando-se na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual colou o
grau de doutor em medicina, no dia 13 de janeiro de 1880.
Diplomado, retornou ao Rio de
Janeiro, onde ingressou no Corpo Médico do Exército, nele permanecendo oito
anos. Mo Exército, travou relações com Euclides da Cunha.
A partir de então, preparou-se
para a vida acadêmica.
Concorreu ao lugar de
Professor adjunto de Clínica Médica. “Esse trecho da sua vida, diz Sá Menezes, é
dos seus mais profundos estudos, das vigílias intermináveis, da ânsia de saber,
da sofreguidão de aprender para ensinar” (Obra citada).
Exercitou-se nas cadeiras de
Fisiologia e Patologia Geral, merecendo de Torres Homem o seguinte comentário:
“O Dr. Francisco de Castro há de chegar à culminância da Medicina Brasileira
!”
Falecendo Torres Homem, em
1887, Francisco de Castro, assumiu a regência da cadeira.
Humanista invejável,
freqüentava os clássicos com a maior intimidade, intercalando, em suas aulas
maravilhosas, freqüentes citações de Camões, Cervantes e outros luminares do mundo das letras.
Sua fama de propedêuta,
patologista e terapeuta, era por todos
reconhecida e comentada. Seus alunos
diziam que ele era um “divino
mestre”.
Sua primeira providência foi
concluir “Lições de Clínica Médica”, do Professor Torres
Homem.
Em 1890, face a reforma do
ensino, passou a reger a cadeira de Clínica Propedêutica.
Redobrou seus estudos,
intensificou sua atividade intelectual e preparou seu famoso “Tratado de Clínica
Propedêutica”, em 3 volumes. O terceiro volume, não foi possível publicá-lo: ao
examinar um paciente acometido de peste pulmonar, contaminou-se e, em poucos dias, faleceu.
A morte o levou em 11 de
outubro de 1901, em pleno vigor da maturidade.
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