MARIA QUITÉRIA DE JESUS
Maria Quitéria de Jesus, filha de
Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus, nasceu no sítio Licurizeiro,
pequena propriedade rural do arraial de São José das Itapororocas, comarca de
Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira (atual município de Feira de
Santana), no dia 27 de julho de 1792.
Aos 11 anos de idade, perdeu a
mãe.
Seu pai casou, em segundas
núpcias, com Eugênia Maria dos Santos que faleceu pouco depois, sem deixar
descendentes.
Viúvo casou pela terceira vez com Maria Rosa de
Brito.
A segunda madastra nunca aprovou
os hábitos de Maria Quitéria que, desde cedo, aprendeu a montar a cavalo, caçar
pelas redondesas e atirar com grande acerto e maestria.
Noiva, nos idos de 1821 e 1822,
resolveu inscrever-se como voluntária para lutar pela independência do Brasil.
Comunicado o intento, seu pai
negou aprovação.
Maria Quitéria fugiu,
deslocando-se para a casa de sua meia-irmã Teresa Maria, casada com José
Cordeiro de Medeiros e, com o auxílio de ambos, cortou o cabelo e se alistou
sob o nome de “Soldado Medeiros”, no Regimento de Artilharia, onde permaneceu
até ser descoberta pelo pai, duas semanas depois.
Devido aos punhos e gola de cor
verde, seu batalhão ficou conhecido como “Batalhão dos Periquitos”.
O comandante, Major José Antônio
da Silva Castro (avô de Castro Alves), tendo conhecimento da revolta paterna, não
permitiu a soldada fosse desligada alegando que “ela era reconhecida pela
disciplina militar e facilidade de manejar armas”.
Ao uniforme de soldado, foi
permitido que ela usasse saiote à escocesa e capacete com penacho.
Maria Quitéria tomou parte em
vários combates, notadamente na defesa da ilha de Maré. nas lutas da Conceição,
d Pituba e de Itapoã.
No combate da Pituba, atacou uma
trincheira inimiga, fez dois prisioneiros portugueses, escoltando-os, sozinha,
até o acampamento.
Em 31 de março de 1823, no posto
de Cadete recebeu, por ordem do Conselho Interino da Província, uma espada e acessórios.
Em 2 de julho, quando o exército
libertador entrou em triunfo na cidade do Salvador, Maria Quitéria foi homenageada,
em delírio, pela população.
Pelos seus atos de bravura, o
General Pedro Labatut conferiu-lhe as honras de 1º Cadete.
No dia 20 de agosto foi recebida
no Rio de Janeiro pelo Imperador, que a
condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro, com o
seguinte pronunciamento:
"Querendo conceder a D.
Maria Quitéria de Jesus o distintivo que assinala os Serviços Militares que com
denodo raro, entre as mais do seu sexo, prestara à Causa da Independência deste Império, na porfiosa
restauração da Capital da Bahia, hei de permitir-lhe o uso da insígnia de
Cavaleiro da Ordem Imperaial do Cruzeiro"
Além da comenda, foi promovida a
Alferes de Linha, posto em que ser reformou. Nessa ocasião, D. Pedro I, a
pedido de Maria Quitéria, entregou uma carta solicitando ao seu pai que
perdoasse por sua desobediência.
Maria Quitéria de Jesus,
considerada patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército
Brasileiro, morreu em Salvador, quase cega e em completo anonimato, no dia 21
de aagosto de 1853.
Seus restos mortais estão
depositados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, no bairro de Nazaré, na
capital baiana.
2 DE JULHO DE 1823
DIA EM O EXÉRCITO LIBERTADOR
ENTROU NA CIDADE DO SALVADOR.
O POVO EM DELÍRIO SAÚDA MARIA QUITÉRIA DE JESUS
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