quarta-feira, 19 de setembro de 2012

RUY BARBOSA





RUY BARBOSA





Filho do médico João José Barbosa de Oliveira e de d. Maria Adélia Barbosa de Almeida, Ruy Barbosa de Oliveira era primo do seu próprio pai.
Nasceu em 5 de novembro de 1849, na rua dos Capitães, hoje rua Ruy Barbosa, em Salvador. Aos cinco anos de idade, fez seu professor, Antônio Gentil Ibirapitanga, exclamar: “Este menino é o maior talento que já vi !”

Aos onze anos, estudante do Ginásio Bahiano, do Professor Abílio Borges, fez o mestre confidenciar ao seu pai: “Seu filho Ruy, nada mais tem a aprender comigo !”
Assim, colhendo louros em todos os degraus da sua aprendizagem, concluiu o curso ginasial e, como não tivesse idade para ingressar na Faculdade, passou um ano estudando alemão.

No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito de Olinda, transferindo-se depois para a Faculdade de Direito de São Paulo, onde graduou-se em 1870.
Iniciou a vida profissional em 1871 e, dois anos após, deu início a carreira jornalística, no “Diário da Bahia”.

Viveu, nessa época, sua primeira experiência amorosa, apaixonando-se pela jovem Brasília, moradora do bairro de Itapagipe. Em 1873, assumiu a direção do “Diário da Bahia”.
Nessa altura, proferiu conferência no Teatro São João. Seu pai confessou: “Poucos o igualam. Ele foi aplaudido de um modo que me comoveu. Dizem-me que é superior a José Bonifácio !”

Em 1876, casou-se com d. Maria Augusta Viana Bandeira e, no ano seguinte, foi eleito deputado à Assembléia da Bahia. Logo em seguida, passou à Assembléia da Corte e, em 1881, promoveu a Reforma Geral do Ensino.
Em plena campanha abolicionista, um dos líderes do movimento, José do Patrocínio, exclamou: “Deus acendeu um vulcão na cabeça de Ruy Barbosa !”

Benjamin Constant, em carta a Ruy Barbosa, às vésperas do dia 1º de novembro de 1889, afirmou: “Seu artigo de hoje, “Plano contra a Pátria”, fez a República e me convenceu da necessidade imperiosa da revolução”.
Pouco depois, Ruy Barbosa redigiu o primeiro decreto do governo provisório e foi nomeado Ministro da Fazenda.

D. Pedro II, em seu exílio, reconheceu: “Nas trevas que caíram sobre o Brasil, a única luz que alumia, no fundo da nave, é o talento de Ruy Barbosa”.
A Constituição do Brasil República foi elaborada em sua residência.

Em 1891, ocupou o cargo de Primeiro Vice-Chefe do Governo Provisório. No ano seguinte, abandonando o Senado, lançou a célebre frase: “Com a lei, pela lei e dentro da lei; porque fora da lei não há salvação”.
Em seguida, veio o exílio, primeiro em Buenos Aires, depois, em Londres. Da capital londrina enviou para o “Jornal do Comércio”, as célebres “Cartas da Inglaterra” e lançou a sua máxima: “Jornalista é que nasci, jornalista é que sou, de jornalista não me hão de demitir enquanto houver imprensa e a imprensa for livre !”

Voltou ao Brasil, fundou – com Machado de Assis e outros intelectuais – a Academia de Letras, condenou a Guerra de Canudos e ouviu de Joaquim Nabuco o elogio: “Ruy Barbosa é a mais poderosa máquina cerebral do nosso país”.
Em 1902, emitiu parecer sobre o Projeto do Código Civil e logo em seguida sustentou com Ernesto Carneiro Ribeiro a maior polêmica filológica da língua portuguesa.

Candidatou-se à presidência da República, iniciando a primeira campanha eleitoral do Brasil.

Em 1907, quando o czar da Rússia convocou a Conferência da Paz, em Haia, o Ministro das Relações Exteriores escolheu Joaquim Nabuco para chefiar a delegação brasileira. A imprensa e a opinião pública lançaram o nome de Ruy Barbosa. Joaquim Nabuco declinou da honraria e Ruy Barbosa, instado pelo próprio Joaquim Nabuco, assumiu a investidura. Em Haia, colheu a consagração mundial e ascendeu ao píncaro da glória. Defendeu a igualdade jurídica das nações soberanas, enfrentando os preconceitos das grandes potências. Foi nomeado Presidente de Honra da Primeira Comissão e teve seu nome inscrito entre os “Sete Sábios de Haia”, ao lado do Barão Marshall, Nelidoff, Choate, Kapos Meye, Léon Bourgeois e o Conde Tornielli. Sua participação repercutiu na imprensa de vários países. Diplomatas que regressavam da Conferência espalharam a notícia do seu triunfo. Quando Ruy desembarcou no Rio de Janeiro, em dezembro daquele ano, o povo envaidecido consagrou-o como a “Águia de Haia”.

Em 1909, iniciou a Campanha Civilista.
Em 1913, foi, mais uma vez, candidato à presidência da República.

Em 1917, pronunciou conferência em Buenos Aires, sobre o “Dever dos Neutros” e ouviu do presidente argentino a seguinte declaração: “Já disse aos meus ministros que aqui, o Sr. Ruy Barbosa, com credenciais ou sem elas, será considerado sempre o mais legítimo representante do Brasil !”.
Em 1919, lançou-se, uma vez mais, candidato à presidência do país.

Em 1921, confessou estar enjoado da política e renunciou ao Senado. A Bahia, todavia, reelegeu-o senador e ele, obediente, “abdicou da sua liberdade, para se submeter às exigências do seu estado natal”.
Em 1922, o sol começou a declinar: em julho, foi acometido de um severo edema pulmonar; em fevereiro de 1923, sofreu paralisia bulbar; em 10 de março, faleceu, em Petrópolis.

A pátria, comovida, perdeu um de seus maiores filhos.
 
 
 
 
 
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