RUY BARBOSA
Filho do médico João José Barbosa
de Oliveira e de d. Maria Adélia Barbosa de Almeida, Ruy Barbosa de Oliveira
era primo do seu próprio pai.
Nasceu em 5 de novembro de 1849,
na rua dos Capitães, hoje rua Ruy Barbosa, em Salvador. Aos cinco anos de
idade, fez seu professor, Antônio Gentil Ibirapitanga, exclamar: “Este menino é
o maior talento que já vi !”
Aos onze anos, estudante do
Ginásio Bahiano, do Professor Abílio Borges, fez o mestre confidenciar ao seu
pai: “Seu filho Ruy, nada mais tem a aprender comigo !”
Assim, colhendo louros em todos
os degraus da sua aprendizagem, concluiu o curso ginasial e, como não tivesse
idade para ingressar na Faculdade, passou um ano estudando alemão.
No ano seguinte, ingressou na
Faculdade de Direito de Olinda, transferindo-se depois para a Faculdade de
Direito de São Paulo, onde graduou-se em 1870.
Iniciou a vida profissional em
1871 e, dois anos após, deu início a carreira jornalística, no “Diário da
Bahia”.
Viveu, nessa época, sua primeira
experiência amorosa, apaixonando-se pela jovem Brasília, moradora do bairro de
Itapagipe. Em 1873, assumiu a direção do “Diário da Bahia”.
Nessa altura, proferiu
conferência no Teatro São João. Seu pai confessou: “Poucos o igualam. Ele foi
aplaudido de um modo que me comoveu. Dizem-me que é superior a José Bonifácio
!”
Em 1876, casou-se com d. Maria
Augusta Viana Bandeira e, no ano seguinte, foi eleito deputado à Assembléia da
Bahia. Logo em seguida, passou à Assembléia da Corte e, em 1881, promoveu a
Reforma Geral do Ensino.
Em plena campanha abolicionista,
um dos líderes do movimento, José do Patrocínio, exclamou: “Deus acendeu um
vulcão na cabeça de Ruy Barbosa !”
Benjamin Constant, em carta a Ruy
Barbosa, às vésperas do dia 1º de novembro de 1889, afirmou: “Seu artigo de
hoje, “Plano contra a Pátria”, fez a República e me convenceu da necessidade
imperiosa da revolução”.
Pouco depois, Ruy Barbosa redigiu
o primeiro decreto do governo provisório e foi nomeado Ministro da Fazenda.
D. Pedro II, em seu exílio,
reconheceu: “Nas trevas que caíram sobre o Brasil, a única luz que alumia, no
fundo da nave, é o talento de Ruy Barbosa”.
A Constituição do Brasil
República foi elaborada em sua residência.
Em 1891, ocupou o cargo de
Primeiro Vice-Chefe do Governo Provisório. No ano seguinte, abandonando o
Senado, lançou a célebre frase: “Com a lei, pela lei e dentro da lei; porque
fora da lei não há salvação”.
Em seguida, veio o exílio,
primeiro em Buenos Aires, depois, em Londres. Da capital londrina enviou para o
“Jornal do Comércio”, as célebres “Cartas da Inglaterra” e lançou a sua máxima:
“Jornalista é que nasci, jornalista é que sou, de jornalista não me hão de
demitir enquanto houver imprensa e a imprensa for livre !”
Voltou ao Brasil, fundou – com
Machado de Assis e outros intelectuais – a Academia de Letras, condenou a
Guerra de Canudos e ouviu de Joaquim Nabuco o elogio: “Ruy Barbosa é a mais
poderosa máquina cerebral do nosso país”.
Em 1902, emitiu parecer sobre o
Projeto do Código Civil e logo em seguida sustentou com Ernesto Carneiro
Ribeiro a maior polêmica filológica da língua portuguesa.Candidatou-se à presidência da República, iniciando a primeira campanha eleitoral do Brasil.
Em 1907, quando o czar da Rússia
convocou a Conferência da Paz, em Haia, o Ministro das Relações Exteriores
escolheu Joaquim Nabuco para chefiar a delegação brasileira. A imprensa e a
opinião pública lançaram o nome de Ruy Barbosa. Joaquim Nabuco declinou da
honraria e Ruy Barbosa, instado pelo próprio Joaquim Nabuco, assumiu a
investidura. Em Haia, colheu a consagração mundial e ascendeu ao píncaro da
glória. Defendeu a igualdade jurídica das nações soberanas, enfrentando os
preconceitos das grandes potências. Foi nomeado Presidente de Honra da Primeira
Comissão e teve seu nome inscrito entre os “Sete Sábios de Haia”, ao lado do
Barão Marshall, Nelidoff, Choate, Kapos Meye, Léon Bourgeois e o Conde
Tornielli. Sua participação repercutiu na imprensa de vários países. Diplomatas
que regressavam da Conferência espalharam a notícia do seu triunfo. Quando Ruy
desembarcou no Rio de Janeiro, em dezembro daquele ano, o povo envaidecido
consagrou-o como a “Águia de Haia”.
Em 1909, iniciou a Campanha
Civilista.
Em 1913, foi, mais uma vez,
candidato à presidência da República.
Em 1917, pronunciou conferência
em Buenos Aires, sobre o “Dever dos Neutros” e ouviu do presidente argentino a
seguinte declaração: “Já disse aos meus ministros que aqui, o Sr. Ruy Barbosa,
com credenciais ou sem elas, será considerado sempre o mais legítimo
representante do Brasil !”.
Em 1919, lançou-se, uma vez mais,
candidato à presidência do país.
Em 1921, confessou estar enjoado
da política e renunciou ao Senado. A Bahia, todavia, reelegeu-o senador e ele,
obediente, “abdicou da sua liberdade, para se submeter às exigências do seu
estado natal”.
Em 1922, o sol começou a
declinar: em julho, foi acometido de um severo edema pulmonar; em fevereiro de
1923, sofreu paralisia bulbar; em 10 de março, faleceu, em Petrópolis.
A pátria, comovida, perdeu um de
seus maiores filhos.
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