GONÇALO MONIZ
Gonçalo Moniz Sodre de Aragão, mais conhecido como Gonçalo Moniz, nasceu em Salvador, no dia 28 de
janeiro de 1870, sendo seus pais Egas Carlos Moniz Sodré de Aragão e Maria
Leopoldina Sodré de Aragão.
Concluídos os estudos primários e
os de humanidades, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, na qual colou o
grau de doutor em Medicina, em dezembro de 1893.
Aluno laureado, tendo obtido as
melhores notas em todas as disciplinas do currículo médico, teve, como prêmio,
uma viagem de estudos à Europa. A viagem não foi realizada por omissão das
autoridades responsáveis.
Em 1894, foi nomeado professor
assistente de Clínica Médica. Em 1895, após concurso, foi empossado no cargo de
substituto da 4ª Secção (Anatomia e Fisiologia Patológicas). Em 1901, foi
professor substituto da 2ª Secção (Bacteriologia, Histologia e Anatomia
Patológica). Em 1906, foi designado para reger, interinamente, a cadeira de
Histologia e, em 1908, a de Bacteriologia. Em 1915, conquistou a cátedra de
Patologia Geral, na qual permaneceu até sua aposentadoria.
Sua biblioteca particular, com
cerca de dezesseis mil volumes, foi considerada uma das mais importantes da
Bahia.
Em 1899, foi designado para
organizar e dirigir o gabinete de análises e pesquisas do estado, instituição
destinada ao diagnóstico e profilaxia das doenças infecto contagiosas.
Na mesma época foi comissionado
para estudar, no Rio de Janeiro e São Paulo, o preparo do soro antipestoso.
Regressando a Salvador, diagnosticou, com isolamento do germe, os primeiros casos
de peste bubônica, ocorridos em 1904.
No mesmo ano, foi designado para
instalar e dirigir o Hospital de Isolamento.
Em 1905, reorganizou, com o Prof.
Fernando Luz, a biblioteca da Faculdade de Medicina, quase destruída pelo
incêndio que devastou aquela cada de ensino.
Pouco depois, foi nomeado Diretor
da Saúde Pública, quando instalou o Instituto Oswaldo Cruz, com as Secções de
Bacteriologia, Vacinação Antivariólica e Vacinação anti-rábica.
Em 1916, foi nomeado Secretário
do Interior, Justiça e Instrução Pública.
Em 1917, com outros intelectuais
baianos, fundou a Academia de Letras da Bahia.
Em 1924 foi indicado para redigir
a “Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia”, obra publicada em 1940.
De sua autoria, além de numerosos
trabalhos, é a “História da Medicina e sua Evolução, na Bahia”.
Faleceu em 1º de junho de 1939.
Em sessão solene da Congregação,
realizada no dia 19 do mesmo mês, foi aprovado um voto de profundo pesar pela
sua morte, ocasião em que o Prof. Magalhães Neto afirmou: “Gonçalo Moniz não
foi somente um erudito, porém uma expressão raríssima de cultura. Conhecedor de
todas as ciências médicas, dotado de uma ilustração humanística das maiores de
sua época, foi um sábio, tomando-se o termo na plenitude do seu significado”.
Disse o Prof. Otávio Torres, em
seu “Esboço histórico dos acontecimentos mais importantes da vida da Faculdade
de Medicina da Bahia”: “Gonçalo Moniz era um dos espíritos mais brilhantes da
Congregação e considerado um sábio pelos seus pares, pois discutia, de
improviso, qualquer assunto e sua opinião era sempre abraçada pela maioria dos
colegas”.
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