JENNER AUGUSTO
JENNER AUGUSTO (AUTO-RETRATO)
Muitos filhos ilustres da Bahia não nasceram
sob as benções dos Orixás.
Muitos viram a luz pela primeira vez em outros lugares. Há, como
disse Jorge Amado, “baianos nascidos em toda a parte”. Sirvam de exemplos Caribé que nasceu na Argentina, Pierre Verger que nasceu na Fança e
Jenner Augusto que nasceu em Sergipe.
Vejamos o que aconteceu com Jenner Augusto.
*
Jenner Augusto da Silveira, mais conhecido como
Jenner Augusto, pintor, cartazista, ilustrador, desenhista e gravador
incomparável, veiu ao mundo em Aracaju, no dia 11 de novembro de 1924.
Morou em diversas cidades de Sergipe, tais
como Lagarto (onde pintou cartazes para o cinema local), em Laranjeiras (em
torno de 1940) e em Aracaju (onde conviveu com Horácio Hora e produziu painéis para
a decoração do “Bar Caicique”, na Parque Teófilo Dantas).
Aos 20 anos, mudou-se para Salvador.
No início, trabalhou como assistente no
ateliê de Mário Cravo Filho, ocasião em que fez parte, com o própirio Mário Cravo, Lygia Sampaio, Rubem
Valentim, Genaro de Carvalho, Caribé, e outros, do movimento “Novos Baianos.
Continuando sua trajetória, realizou alguns trabalhos plásticos, tais como o afresco “Evolução do Homem”,
para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro.
Em seguida, viajou para o Rio de Janeiro,
onde foi aplaudido por Cândido Portinari
e José Pancetti, conheceu James e Jorge Amado e promoveu uma exposição
individual.
De regresso a Salvador, entregou-se aos encantos da "boa terra" , pintou os Alagados e retratou outros
recantos.
Neste perído, conquistou Medalha de Ouro no "VI Salão Baiano de Belas
Artes", recebeu o grande prêmio de pintura do "III Salão de Artes Plásticas do Rio
Grande do Sul" e realizou uma exposição individual na "Galeria
Astréia", em São Paulo.
Em meio a tais sucessos, foi surpreendido, no
ano de 1966, com um convite para inaugurar
a mostra “Baianos em Filadelfia".
Data desta época o início do seu período áureo.
Viajou pela França, Itália, Holanda, Inglaterra e Bélgica e fez anotações, estudos e desenhos reunidos
em um álbum publicado no ano de 1970.
De regresso ao Brasil, ilustrou o livro de
Jorge Amado “Tenda dos Milagres”.
Daí por diante seu sucesso não conheceu limites.
Sua obra, hoje dispersa pelo mundo, é fortemente
influenciada por Cândido Portinari e inclui pinturas de vários gêneros: natureza morta,
paisagens, marinhas, alagados e painéis (dentre os quais destacamos “Cangaceiros” e
“A Estação”).
Vários livros retratam o talento de Jenner
Augusto: “Um Lugar Longe do Mundo” (Cezar Brito), “Jenner, Cores de
uma Vida” (Mário Brito e Zeca Fernandes), “A Arte Moderna da Bahia” (Roberto
Pontual) e “Os Alagados de Jenner” (Adonias Filho).
O gênio das artes plásticas, um dos maiores da Bahia, nos deixou no dia 2 de
março de 2003.
Deus o tenha.
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