sábado, 24 de novembro de 2012

DODÔ E ORMAR



NOITE HISTORICA, DODÔ E OSMAR






A cultura, dizem os entendidos, é tudo o que é feito pelo homem.
O “Trio Elétrico”, criado por Dodô e Osmar, é cultura.
O carnaval baiano, a maior festa popular do mundo, também é cultura.
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Dodô e Osmar (isto é, Antônio Adolfo Nascimento e Osmar Macedo)  se conheceram  em 1938, quando participavam de um programa de rádio, na Rádio Sociedade da Bahia.
Antônio Adolfo do Nascimento (o “Dodô”) era eletroténico e músico; Osmar Macedo (o “Osmar”) também era músico. Juntos, fabricaram, em uma oficina de fundo de quintal, localizada no bairro de Itapagipe, uma ripa de madeira com seis cordas de aço, acoplada a um sistema de amplificação.
A eles juntou-se um percussionista, Temístoles Aragão.
Estava formado o trio...
Em  1950, o invento estava pronto para ser entregue ao público. Os três subiram em um calhambeque, um Ford 1929 e, durante o Carnaval, ao som do frevo, surpreenderam os foliões.
Assim nasceu a engenhoca  que o povo apelidou de “Trio Elétrico”.
Uma empresa de refrigerantes adotou o sucesso, ofereceu  um caminhão aos inventores e eles, empolgados pelo patrocínio, deram asas à criação.
Dizem os entendidos que o invento constitui  “o primeiro conjunto que deu origem à guitarra baiana, que diferencia-se da guitarra tradicional por ter cinco cordas em vez de seis”.
“Aleijadinho”, filho de Osmar é hoje o principal virtuose.
Os “Trios Elétricos”  se espalharam pelo Brasil e animaram não somente os carnavaias como outros eventos, anunciando produos, participando de campanhas políticas, de modo a entreter o povo de maneira a mais diversa.
 André, Armando, Aroldo e Betinho, também filhos de Osmar e  Dodô, completaram a criação e o “Trio Elétrico” incorporou à sua parafernália  outros instrumentos e se espalhou  pelo Brasil enlouquecendo multidões.
Hoje, nas ruas de Salvador, além de música popular, o povo corre atrás do trio elético ao som do “Moto Perpétuo”, de Paganini, ou da “Marcha Turca”, de Mozart.
Nos anos 1980, o trio elétrico se espalhou por outros países. Chegou a Roma, na Itália, e em Toulousse, na França. Depois, encantou o México, durante a Copa do Mundo.
São os modernos “veículos de som” que dão altos lucros aos patrocinadores, cobram altas taxas para se apresentarem e espalham a poluição mundo afora, divulgam o Brasil.
“Dodô” faleceu em 1979.
 
   
          
   
 

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