Anísio Teixeira, ou melhor,
Anísio Spínola Teixeira, advogado, educador e escritor de renome internacional,
nasceu em Caetité, no dia 12 de julho de 1900.
Seu pai, o médico Deocleciano
Pires Teixeira, político de grande prestígio na região, casou-se,
sucessivamente, com três irmãs, sendo sua mãe a última delas.
Iniciou as primeiras letras em
sua terra natal, onde foi aluno do Colégio São Luis Gonzaga, dos Irmãos
Jesiítas.
Fez sua formação básica em
Salvador, no Colégio Antônio Vieira, a
partir de 1914.
Influenciado pelo meio em que se
educou, cogitou tornar-se Jesuíta, ao que seu pai se opoz tenasmente.
Ainda adolesceste, mereceu o
reconhecimento público de Todoro Sampaio, o qual teceu sobre sua pessoa os
maiores elogios.
Em 1922 diplomou-se em ciências
jurídicas pela Faculdade de Direiro da Universidade do Rio de Janeiro.
Em 1924 foi nomeado Inspetor
Geral de Ensino da Bahia, cargo equivalente ao de Secretário da Educação.
Em 1925, viajou para a Europa,
onde estudou o sistema educacional de diversos países.
Regressando à Bahia, implementou
várias reformas no ensino do estado e ampliou o sistema educacional, com ênfase
especial à formação de professores.
Dois anos depois foi para os
Estados Unidos, onde entrou em contato com o filósofo e pedagogo John Dewey, do
qual absorveu ideias e pensamentos.
Em 1928, voltou aos Estados
Unidos, a fim de realizar cursos de pós-graduação.
Anísio Teixira tornou-se em pouco
tempo o personagem central da educação brasileira. Difundiu os pressupostos do
movimento da Escola Nova, a qual preconisa o desenvolvimento do intelecto e a capacidade de julgamento, em preferência
à memorização. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro e
exerceu com grande brilhantismo vários cargos de projeção, tanto no Brasil como
no exterior.
Em 1931, foi Diretor da Instrução
Pública do Distrito Federal, ocasião em que criou a integração da Rede
Municipal de Educação, do ensino fundamental à universidade.
No ano seguinte, aderiu ao Movimento
dos Pioneiros da Educação Nova, e saiu em defesa do ensino público gratuito,
laico e obrigatório.
Em 1935, fundou a Universidade do
Distrito Federal, depois transformada em Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade
do Brasil.
Perseguido por Getúlio Vargas,
regressou à Bahia, onde permaneceu até o ano de 1947.
Nessa ocasião foi Conselheiro da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Regressando ao Brasil, foi, mais
uma vez, Secretário da Educação da Bahia, ocasião em que fundou o Centro Educacional
Carneiro Ribeiro, mais conhecido como “Escola Parque”, destinado à educação em
tempo integral e modelo para os futuros CIACs e CIEPs.
Na década seguinte, dirigiu o
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), posteriormente denominado
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, e a
Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (atual
CAPES), da qual foi o primeiro dirigente.
Nos anos sessenta foi um dos
idealizadores do projeto da Universidade de Brasília (UNB), da qual foi reitor
em 1963.
Anísio Teixeira, figura central
da educação brasileira, faleceu em 11 de março de 1971, no Rio de Janeiro.
O dia 12 de julho é, em sua
memória, feriado municipal em Caetité, sua cidade natal.
Depoimentos sobre Anísio
Teixeira:
JORGE AMADO:
…”Cidadão íntegro, puro,
decente. Além de inteligentíssimo, dono de cultura invulgar, mestre
inconteste no que se refere à educação, Anísio Teixeira foi um brasileiro
raro. Tão extraordinário a ponto de ter sido alvo durante toda a vida de
restrições, suspeitas, aleivosias, perseguições, misérias de todo tipo com
que os imundos o perseguiram — sobram imundos no Brasil. Tentaram de todas as
maneiras impedir Anísio Teixeira de realizar sua missão civilizadora mas ele
era irredutível e invencível. O que o Brasil de hoje possui de melhor e de
maior deve-se em grande parte a este humanista baiano de grandeza universal.”
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…”Anísio Teixeira é o pensador
mais discutido, mais apoiado e mais combatido do Brasil. Ninguém como ele
provoca a admiração de tantos. Ninguém é também tão negado e tem tantas vezes
seu pensamento deformado (…) Suas teses educacionais se identificam tanto com
os interesses nacionais e com a luta pela democratização de nossa sociedade
que dificilmente se admitiria pudessem provocar tamanha reação num país
republicano”.
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