segunda-feira, 2 de junho de 2014

FREI MANUEL SANTA MARIA DE ITAPARICA

 
SANTO EUSTÁQUIO, PROTETOR
DA UNIÃO FAMILIAL
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Manuel de Santa Maria de Itaparica, frade franciscano, poeta do barroco brasileiro, nasceu na Ilha de Itaparica, em 1704, e faleceu na mesma ilha, em 1768.
Pouco sabemos sobre sua vida. Sabemos, apenas, que professou na Ordem dos Frades Menores, no covento de Cabaceiras do Paraguaçu, interior da Bahia, onde ingressou em 1710, ainda muito jovem.  Ordenou-se no dia 2 de julho de 1720, dedicando-se depois ao púlpito e à poesia.
Frei Itaparica foi muito influenciado por Luis Vaz de Camões. É considerado um dos precursores do nativismo literário. Dentre suas obras destaca-se “Eustáquios”, publicado pouco antes de sua morte. No prólogo, ele declara tê-lo escrito porque tinha uma devoção particular a Santo Eustáquio, terminando-o depois de uma longa interrupação. O poema está dividido em seis cantos em oitava rima, e gira em torno da lenda cristã de Santo Eustaquio, que, com o nome de Placido, fôra general do Imperio romano, no tempo de Trajano. Trata-se de um poema sacro e tragicômico, descoberto por Francisco Adolfo de Varnhagen, que  atribuíu sua autoria ao padre Francisco de Souza. Depois, na introdução de sua obra “Florilégio da Poesia Brasileira”, Varnhagem reformulou a impressão inicial e afirmou que Frei Itaparica era o verdadeiro autor. 
Na obra de Frei Itaparica destacam-se a descrição do inferno, a destrução de Jerusalém e a narrativa dos sonhos em que  o Brasil é descrito em uma época anterior ao seu descobrimento. Faz referência às belezas da ilha de Itaparica, com pormenores sobre os frutos, fontes, legumes, árvores, igrejas e capelas. Acredita-se que o poema é uma réplica à “Ilha da Maré”, de autoria de Manuel Botelho de Oliveira.
Analisando o “Eustáquios”, Haroldo Paranhos diz que  “as duas primeiras estrofes contêm uma proposição, em que se declara o desejo de exaltação da “Pátria”, vocábulo cujo sentido se restringe à geografia do nascimento, no império portuguuês, sem a conotação nacionalista de hoje. A terceira estrofe comporta breve invocação. Depois, segue a descrição, arrematada por um epílogo bem caracterizado”. As três primeira estrofes, diz ele, “dificilmente agradarão ao leitor atual”. A obra não foi concebida para a contemplação estética, e sim para a informação versificada sobre a ilha, suas belezas e qualidades. Sua leitura nos dias de hoje requer “um mínimo de predisposição histórica” (Ibidem). Além da parte de estilo sublime, o A. retorna à enumeração das coisas simples e aprazíveis que são apanágio de sua ilha natal.
Depois de publicar sua obra prima, Frei Itaparica faleceu em Itaparica, aos 68 anos de idade. A rigor, não sabemos  qual o ano de sua morte. É possível que tenha falecido depois de 1768, pois nesse ano tinha planejado publicar um conto heroico sobre as festas que se realizaram na Paraíba, por ocasião do casamento dos principes de Portual e Castela.
Segundo um autor de imaginação descontraida, Frei Itaparica escreveu o seguinte: “Nasci em 1704, na Ilha de Itaparica. Eu era um homem muito reservado, por isso não se sabiam muitas informações sobre minha vida. Lecionei na Ordem de São Francisco, no convento de Paraguaçu. Escrevi "Eustáquios", sobre o Santo Eustáquio Mártir. Na obra destaquei a descrição do inferno e a narrativa dos sonhos onde o Brasil é descrito numa época anterior ao seu descobrimento. Em Descrição da ilha de Itaparica falo sobre as belezas de minha ilha natal. Eu Apreciava muito as obras de Camões, por isso minhas obras mostram muitas influencias do mestre do Classicismo. Fui um dos precursores do nativismo literário”.
Segundo o crítico José Aderaldo Castello, “Frei Manuel de Santa Maria Itaparica contribuiu para o revigoramento da preferência em nossas manifestações literárias da poesia de inspiração religiosa, na qual também é freqüente a expressão do sentimento nativista, desde que houvesse possibilidades de referências ou de exaltação da terra"..
 
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