quinta-feira, 26 de junho de 2014

LUIS ANSELMO DA FONSECA

LUIS  ANSELMO  DA  FONSECA

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Luis Anselmo da Fonseca nasceu em Salvador, no ano de 1842.
Sarcástico, “a ele se atribuem inúmeros ditos de espírito, como de que,”os baianos só se reúnem  para a morte”
Grande abolicionista, escreveu “A Escravidão, o Clero e o Abolicionismo”, na qual tentou provar que o clero da época, não defendeu, como devia, a abolição da escravatura nem lutou pela causa dos oprimidos.
Fez os preparatórios capital baiana e depois ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi graduado em medicina em 1875, depois de defender tese doutoral intitulada “Quais as propriedades químicas, as ações fisiológicas e os efeitos terapêuticos do cloral e do clorofórmio? Em que relação se acham?”.
Ocupou, na Faculdade de Medicina da Bahia, os seguintes cargos: Concorrente à Seção de Ciências Acessórias (1877 – 1880). Preparador interino de Física (1882-1883). Professor Adjunto, por concurso, da cadeira de Higiene e História da Medicina (1883). Lente de Física Médica (1891-1901). Professor da cadeira de Higiene (1903). Professor Jubilado (1914).
Diretor do Hospital de Febre Amarela (hoje Hospital Couto Maia), de 1880 a 1884. Membro do Conselho Sanitário do Estado. Vereador do município de Salvador (1881 a 1884). Professor de Psicologia, Lógica e História dos Métodos e Sistemas Filosóficos do Instituto  Oficial do Ensino Secundário, depois denominado Ginásio da Bahia (1890).
Foi o Dr. Luís  Anselmo da Fonseca destacado médico, professor , homem de letras e profundo conhecedor da língua portuguesa.
De sua autoria é o “Projeto para reforma do ensino secundário da Bahia”,bem como outros trabalhos sobre assuntos os mais diversos.
Mereceu de Caio Moura o seguinte elogio: “Na Bahia, não falando dos que fazem profissão de escrever, raros serão os que, mais do que o Prof. Fonseca, hajam escrito” (Eduardo Sá Oliveira).
Sua Memória Histórica da Faculdade de Medicina, referente ao ano de 1891, é considerada uma das melhores. Nela, dentre outros comentários, destaca-se o referente ao estilo livresco que caracterizava o ensino ministrado pelos professores da  Faculdade de Medicina, até 1866, ano em que surgiu a “Gazeta Médica da Bahia”: “A verbosidade, mais ou menos abundante, a memória vigorosa, a facilidade de raciocinar sobre idéias abstratas, a destreza na dialética, a erudição, ainda que nem sempre muito profunda, os requintes do classicismo gramatical, o gosto teatral, a ênfase, as exclamações, eram as qualidades por excelência e os dotes de eleição que não podiam faltar aos que ambicionavam a admiração e o renome” .
Além de médico, professor, homem de letras e grande abolicionista, foi Anselmo da Fonseca filósofo e polemista notável.
A propósito do espírito polemista, é conhecido nos meios médicos da Bahia o rumoroso  afaire do Prof. Anselmo da Fonseca com o Prof. Alfredo Britto, por ocasião do incêndio que praticamente destruiu o prédio da Faculdade de Medicina da Bahia, na noite de 2 de março de 1905. Os jornais de Salvador registram os “ataques continuados, acrimoniosos e impidosos, saídos à luz nas ditas folhas, assinados pelo celebrado e ilustrado lente de Higiene, Dr. Luis Anselmo da Fonseca e dirigidos ao distinto Dr. Alfredo Brito, diretor da veneranda instituição de ensino” (Antônio Nogueira Brito).
De sua bibliografia constam:
  1. “Envenenamento pelas estricnéas.” Tese de concurso. – Bahia – 1877.
  2. “Estudo dos éteres.” Tese de concurso. – Bahia – 1880.
  3. “A escravidão, o clero e o abolicionismo.” - Bahia - 1887.
  4. “Projeto para reforma do ensino secundário, na Bahia; transformado em regulamento do Instituto Oficial do Ensino Secundário.” – Bahia - 1890.
  5. “Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia concernente ao ano de 1891.” – Bahia - 1893.
  6. “A questão Acadêmica de 1901 na Faculdade de Medicina da Bahia.” – Bahia - 1903.
  7. “Higiene Pública, aplicada à cidade da Bahia.” - Revista dos Cursos da Faculdade de Medicina da Bahia. Tom. 6, 1908.
  8. Discursos, Manifestos, Polêmicas etc.
Anselmo da Fonseca faleceu em 1929. Em sua homenagem existe um bairro em Salvador, formado pela rua principal que tem o mesmo nome, pelo jardim Santa Teresa, Baixão e Vale do Matatu.
 
 

 



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