EMMANUEL ZAMUR
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Emmanuel Hector Zamor, mais
conhecido como Emmanuel Zamor, pintor e cenógrafo baiano, nasceu
em Salvador, no dia 19 de maio de 1840.
Mulato, oriundo de família humilde, alcunhado de “le petit brésilient’, foi
adotado desde muito cedo pelo casal francês Pierre Emmanuel Zamore
(ilustrador) e Felicity Rose Neveu.
Aos cinco anos, foi com seus pais
adotivos para a França onde iniciou o estudo de música e desenho. Frequentou a
Academia Julian de Paris, onde trabalhou como cenógrafo e conheceu artistas famosos:
Barbizon, Cézanne, Renoir, Degas, Pissarro, Sisley e Monet
Em 1860, já iniciado na pintura, voltou
para a Bahia, estabelecendo-se em Salvador. Seus quadros, inicialmente marcados
pela sóbria predominância do verde-musco e do ocre, adquiriram a luminosidade e
o colorido da natureza tropical. Um incêndio em sua residência, todavia,
destruiu quase a totalidade de suas obras. Com este infortúnio, e a morte de seu
pai adotivo, ocorrida em 1862, Zamor voltou para a França onde ficou para
sempre.
A partir de então, tornaram-se
numerosas as lacunas em sua biografia. Pouco sabemos de sua pessoa e de sua
vida. É possível que tenha conseguido algum
reconhecimento mas o fato é que permaneceu praticamente ignorado, até quase o
final do século XX. Sabe-se
que viveu na rua Amelot, em Paris, casou-se, no dia 13 de fevereiro de 1873 (com Leontine Olympus Lecornu) e lecionou
piano. Conta-se, que teve uma existência
pobre, tendo, inclusive, de utilizar seus trabalhos como lenha a fim de se
aquecer no inverno. Sabe-se que depois de algum tempo o casal passou a viver em
Dourdan e Leontine morreu ao dar a luz a um filho, Manuel Antoni, em 6 de
feveriro de 1881. Zamur retornou á Paris e, em 11 de março do ano seguinte, casou-se com Eugênia Kollmann (modista), morta
em 20 de dezembro de 1916.
Em 1984, o marchand Rafael
Kastoriano, da Christy Antiquités-Objets d´Art, “descobriu” o artista baiano e arrematou,
de uma só vez, 37 trabalhos seus. Estas
obras foram posteriormente expostas no Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand – Masp, em 1985.
Em 1990, a Fundação Armando Álvares Penteado
dedicou-lhe uma mostra.
A “descoberta” movimentou o mundo
artístico. Dentre os críticos que aplaudiram a obra de Zamur, destacam-se
Pietro Maria Bardi que elogiou “sua viva
sensibilidade”, e Júlio Louzada que o considerou “ótimo colorista” e destacou “sua estética pré-impressionista”.
Para Pietro Maria Bardi, “Zumor soube captar as tonalidades dos verdes, os
claros e escuros, que estão em contrasste com a luminosidade das flores”.
Emmanuel Zamur faleceu em Créteil, França, no dia 6
de março de 1919.
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