sexta-feira, 20 de junho de 2014

BARATA RIBEIRO


CÂNDIDO  BARATA  RIBEIRO
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Cândido Barata Ribeiro, ou simplesmente Barata Ribeiro, político, médico e escritor, nasceu em Salvador, em 11 de março de 1843, sendo seus pais José Maria Cândido Ribeiro e Veridiana Barata Ribeiro.
Foi para o Rio de Janeiro aos dez anos de idade, matriculou-se no Mosteiro de São Bento, onde estudou os preparatórios. Residiu, por concessão especial, num dos quartos daquele convento e. para se manter, enquanto estudava lecionava o que aprendia.

Concluídos os preparatórios, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde, em dezembro de 1867, recebeu o grau de doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas. Durante o curso de medicina, foi interno de Clínica Médica e Cirúrgica e preparador de Anatomia.

Formado, foi clinicar na cidade de Campinas, em São Paulo, onde foi Diretor do Serviço Médico e Cirúrgico do Hospital de Caridade e criou uma escola para crianças pobres. Em 1874, foi nomeado Comissário Vacinador da província de São  Paulo.  
Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, entrou em concurso para o magistério da Faculdade de Medicina e, aprovado, foi nomeado Lente Catedrático daquela faculdade, por decreto de 25 de março de 1883.
Na capital do Império, revelou-se grande defensor da abolição da escravatura e do regime republicano. Proclamada a República, ocupou, em 1891, o cargo de Presidente do Conselho Municipal.  No ano seguinte, foi empossado no cargo de Prefeito do Distrito Federal. Fez uma administração curta mas, assim mesmo, realizou  fecundo trabalho. Combateu as epidemias de febre amarela, varíola e tuberculose. O fato marcante do seu governo foi a demolição das estalagens anti-higiênicas e cortiços do centro da cidade, O maior dos cortiços,  com cerca de quatro mil pessoas, era o “Cabeça de Porco”, situado na atual Zona Portuária. Calcula-se que existiam naquela época,  no centro do Rio de Janeiro, seiscentos cortiços, o que correspondia a  25%  da população carioca. Os despejados migraram para os morros, dando origem as famosas “favelas”. O Prefeito Barata Ribeiro só permaneceu no cargo até 26 de maio porque foi vetado pelo Senado, em virtude dos problemas políticos relacionados com as normas disciplinadoras que implantou.

Em uma época extremamente agitada, Barata Ribeiro mereceu o respeito e  consideração de  seus adversários. Sofreu, apesar disso, um grande constrangimento. Em 23 de outubro de 1872 foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal e tomou posse em 25 de novembro.  Depois de empossado, sua nomeação foi submetida ao crivo do Senado da República, e este, em sessão secreta realizada em 24 de setembro de 1894, negou a  aprovação, por não lhe reconhecer “notável saber jurídico”, requisito fundamental para o cargo. Naquele tempo o pronunciamento do Senado podia ocorrer depois da posse, e assim, ao cabo de dez meses e quatro dias de ter exercido o cargo, Barata Ribeiro foi obrigado a deixá-lo. Muito ligado ao então presidente Floriano Peixoto, acabou atingido pela maioria oposicionista que dominava o Senado, o mesmo Senado para o qual foi eleito anos depois. Em toda a história desta alta Corte, somente quatro outros nomes foram vetados pelo Senado: Ewerton Quadro, Inocêncio Galvão de Queiroz, Antônio Sève Navarro e Demósthenes da Silva Lobo. Floriano Peixoto, autor das cinco nomeações, cometeu freqüentes ilegalidades e ameaçou o Supremo Tribunal Federal diversas vezes.
Em 30 de dezembro de 1899, Barata Ribeiro foi eleito Senador pelo Distrito Federal, e empossado em 25 de maio do ano seguinte para um mandato que se estendeu até 1909.
Era membro emérito da Academia Nacional de Medicina e sócio de várias outras instituições científicas e culturais. Foi um pioneiro na utilização do Raio X no diagnóstico clínico dos osteosarcomas, São importantes seus estudos sobre o pé torto congênito, a tuberculose óssea e articular, as deformidades raquíticas com a utilização combinada, ou não, de aparelhos gessados. Escreveu diversos trabalhos sobre ortopedia, inclusive manuais e monografias, e realizou conferências sobre assuntos de sua especialidade. Como homem de letras deixou algumas peças de teatro das quais destacamos “O Segredo do Lar” (de inspiração abolicionista, encenada em 1872). Dentre os livros que publicou destacamos “Mulheres que Morrem”, “O Soldado Brasileiro”, “A Mucama” e “O Divórcio”.

Em sua passagem  pela  vida pública, nunca recebeu vencimentos.
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Cercado do reconhecimento público e da estima de seus contemporâneos, faleceu na Santa Casa do Rio de Janeiro, em 10 de fevereiro de 1910.  Seu corpo foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
Uma das principais ruas de Copacabana tem o seu honroso   nome. Também é patrono do Hospital referência em Ortopedia, Cirurgia Plástica e Odontologia para pacientes especiais do município do Rio de Janeiro, localizado no bairro da Mangueira.
          
 


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