ANDRÉ REBOUÇAS
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André Pinto Rebouças, nasceu em
Cachoeira, no Recôncavo baiano, em 1838, sendo seus pais Antônio Pereira
Rebouças (alfaiate) e Carolina Pinto Rebouças (escrava alforriada). Teve seis
irmãos, dos quais dois eram engenheiros: Antônio Pereira Rebouças Filho e José
Rebouças.
Em 1842, mudou-se com a família
para o Rio de Janeiro, onde foi acometido de varíola. Em 1854 ingressou, com
seu irmão Antônio, no curso de engenharia da Escola Militar, formando-se em
1858. Dois anos depois, foi promovido a primeiro tenente e recebeu a “Carta de
Engenheiro Militar”.
Em 1861, ganhou uma bola de estudos e embarcou com seu irmão
Antônio para a França e a Inglaterra onde permaneceu dois anos,
especializando-se em construção de estradas e portos marítimos.
Em 25 de outubro de 1862,
regressou ao Brasil. Em 1963, foi nomeado para inspecionar as fortalezas do sul
do Brasil, fixando-se em Santa Catarina. Em 1864, voltou para o Rio de Janeiro.
Tendo fracassado seu projeto de
construção de diques múltiplos no porto do Rio de Janeiro, aceitou uma comissão
para estudar remodelações no porto do Maranhão. Em 1865, voltou ao Rio e
apresentou-se como voluntário para lutar na Guerra do Paraguai. Seguiu para o
teatro das operações como engenheiro
militar, no posto de 2º Tenente. Serviu de maio de 1865 até julho de 1886,
desenvolvendo para o exército o projeto de um torpedo que foi utilizado com
sucesso. Durante o cerco de Uruguaiana, fez amizade com o Conde D´Eu que
acompanhava o Imperador ao campo de batalha. Nesta altura dos acontecimentos,
adquiriu varíola e teve de abandonar o campo de batalha. Restabelecido, foi
nomeado inspetor da Alfândega do Rio de Janeiro (cargo que exerceu até 1871).
Amante da música erudita,
incentivou a carreira de Carlos Gomes, na época compondo a ópera “O Guarani”.
Conta-se que Carlos Gomes se inspirou quando estava em Milão. Andando pela
Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando “O Guarani, história interessante de
um selvagem brasileiro”, uma tradução do romance de José de Alencar. Giuseppi
Verdi, consagrado compositor italiano, ao ouvir a ópera “O Guarani”, no Teatro
Scala de Milão, exclamou: “Este jovem começa onde eu termino!”.
Em 1871, André e seu irmão
Antônio apresentam ao Imperador D. Pedro II o projeto de uma estrada de ferro
ligando Curitiba ao litoral do Paraná, na cidade de Antonina (durante a
execução do projeto, o trajeto foi alterado para o porto de Paranaguá).
Em 1872, regressou à Europa, onde
se empenhou em obter auxílio para a carreira musical de Carlos Gomes. No
regresso, visitou Nova Iorque onde sentiu a força do preconceito racial.
Em 1874, morreu seu irmão Antônio
Rebouças Filho. Profundamente abalado, dedicou-se ao jornalismo, colaborou com vários
jornais da capital do Império e ingressou na campanha em prol da libertação dos
escravos, da qual foi um dos maiores líderes. Ao lado de Joaquim Nabuco, Olavo
Bilac, José do Patrocínio e outros, ajudou a criação da Sociedade Brasileira
Contra a Escravidão e da Confederação Abolicionista, e redigiu os estatutos da
Associação Central Emancipadora.
Durante o Segundo Reinado,
Machado de Assis, Cruz e Souza, José do Patrocínio e André Rebouças foram os
representantes da pequena classe média negra em ascensão.
Em 1880, assumiu o cargo de
professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Em setembro de 1882, André foi
para Europa de onde regressou em fevereiro do ano seguinte, a fim de continuar
a campanha pela abolição da escravatura.
Proclamada a República, André Rebouças
embarcou com a família imperial para a
Europa, permanecendo dois anos em Lisboa como correspondente do jornal “The
Times” de Londres. Depois mudou-se para Cannes, onde permaneceu até a morte de
D. Pedro II, em 1891.
Em 1892, com 60 anos de idade, foi
atacado por forte crise depressiva. Pressionado por problemas financeiros,
aceitou um emprego em Luanda, onde permaneceu 15 meses. Em meados de 1893, foi
para Funchal, na Ilha da Madeira, onde se suicidou no dia 9 de maio de 1898,
jogando-se de um penhasco próximo ao hotel em que residia. Seu corpo foi encontrado
no mar, ao pé de uma rocha.
Muito embora fosse engenheiro
militar, realizou várias obras de engenharia civil no Rio de Janeiro, as quais
lhe conferiram projeção, a exemplo do plano de abastecimento de água para a
cidade, a construção das docas da Alfândega e das docas D. Pedro II.
A cidade de São Paulo deu o nome
de Avenida Rebouças a um de seus principais logradouros e o Rio de Janeiro
denominou “Túnel Rebouças” a uma de suas ligações urbanas de maior projeção.
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