sábado, 22 de fevereiro de 2014

162- CARLOS CHIACCHIO


CARLOS CHIACCHIO

Carlos Chiacchio, ensaísta, poeta, crítico de arte, professor e jornalista, nasceu em Januária, Minas Gerais, no ano de 1884.

Transferiu-se, ainda cedo, para a capital baiana onde estudou nos colégios Spencer e Carneiro Ribeiro e na Faculdade de Medicina (pela qual recebeu o grau de doutor em medicina, em 1910, depois de defender tese sobre “A dor”),

Foi médico da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, do Lloyde Brasileiro e da Comissão Federal de Estudos da Construção da Estrada de Ferro Machado Portela-Carinhanha.

Foi professor de Filosofia no Colégio 15 de Novembro, de Estudos Brasileiros na Escola de Belas Artes e de Estética na Faculdade de Filosofa da Universidade Federal da Bahia.

Como intelectual, fundou duas agremiações literárias (a “Ala das Letras e das Artes”e a  “Nova Cruzada”),  liderou o movimento de renovação intelectual da Bahia, promoveu o “Salão de Belas Artes” (várias edições), publicou livros e revistas, fez crítica literária, lutou contra o analfabetismo e se comportou como verdadeiro animador da vida artística e cultural do Estado.

De sua iniciativa foram vários encontros culturais, mostras de arte, festivais, torneios e jogos florais. De sua mente criadora são alguns projetos de museus e a editoração de  livros e revistas.

Como jornalista, colaborou durante dezoito anos (1918-1946) no jornal “A Tarde”, de Salvador, “em cujas colunas manteve, semanalmente, com exemplar assiduidade, a secção de crítica intitulada “Homens e Obras”, constituindo um registro constante e praticamente completo de tudo o que de mais significativo aconteceu na Bahia, nas áreas da literatura e arte” (Gutemberg Moura). Segundo a mesma fonte, Carlos Chiacchio em “Homens e Obras”, de 24 de janeiro de 1928 a 4 de setembro de 1946, publicou 954 rodapés e  inúmeras biografias de escritores, poetas e artistas desaparecidos. No jornal “O Imparcial”, sustentou uma secção denominada “Ala das Letras e das Artes”, onde organizou os chamados “Salões de Ala”, reunindo Presciliano Silva, Alberto Valença, Emídio Magalhães, Mendonça e Filho, Jayme Hora, Raimundo Aguiar, Oséas, e tantos outros, bem como os primeiros modernistas Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, e outros.

De sua bibliografias constam vários livros: “A Margem de uma Polêmica” (1914), “Os Grifos” (1923), “Infância” (1938), Biocrítica (1941), “Cronologia de Rui” (1949) e “Modernistas e Ultramodernistas” (1951).

Gutemberg Moura afirma: “Para o jornalista Jorge Calmon, “Carlos Chiacchio foi, sem favor, a figura de maior presença na vida cultural da Bahia, na primeira metade deste século. Desconhecemos quem, em seu tempo, haja exercido influência equivalente, influência que não decorreu, propriamente, de sua produção, como homem de letras, não obstante notável, mas do papel que preferiu desempenhar, de criador ou incentivador de manifestações, e de grupos, colocando-se acima das competições (salvo quando lhe feriam os brios, ou lhe maltratavam as afeições, caso em que se transmudava no bravo polemista), foi uma espécie de papa da cultura na província, a reinar nas igrejas de literatos e artistas com autoridade incontrastável. E pôde alcançar esta situação de eminência, necessária ao exercício da missão que o atraía, graças à utilização da imprensa, numa época em que esta - voltada para as predições que então identificava no seu público - costumava dedicar às coisas de cultura mais atenção e espaço do que atualmente lhes reserva”.

Carlos Chiacchio faleceu em Salvador, no dia 17 de julho de 1947.
Com o patrocínio do Instituto Históico Geográfico e Histórico da Bahia, Carlos Eduardo da Rocha lançou em 1997 o livro “Homenagem a Carlos Chiacchio”.

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FONTE BIBLIOGRÁFICA: Moura, Gutemberg, Blog do Gutemberg. Disponível emhttp://blogdogutemberg.blogspot.com.br/ Acesso em 22 de fevereiro de 2014.




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