CARLOS CHIACCHIO
Carlos Chiacchio, ensaísta, poeta, crítico de arte,
professor e jornalista, nasceu em Januária, Minas Gerais, no ano de 1884.
Transferiu-se, ainda cedo, para a capital baiana onde
estudou nos colégios Spencer e Carneiro Ribeiro e na Faculdade de Medicina (pela
qual recebeu o grau de doutor em medicina, em 1910, depois de defender tese
sobre “A dor”),
Foi médico da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, do
Lloyde Brasileiro e da Comissão Federal de Estudos da Construção da Estrada de
Ferro Machado Portela-Carinhanha.
Foi professor de Filosofia no Colégio 15 de Novembro, de
Estudos Brasileiros na Escola de Belas Artes e de Estética na Faculdade de
Filosofa da Universidade Federal da Bahia.
Como intelectual, fundou duas agremiações literárias (a “Ala
das Letras e das Artes”e a “Nova Cruzada”),
liderou o movimento de renovação
intelectual da Bahia, promoveu o “Salão de Belas Artes” (várias edições),
publicou livros e revistas, fez crítica literária, lutou contra o analfabetismo
e se comportou como verdadeiro animador da vida artística e cultural do Estado.
De sua iniciativa foram vários encontros culturais, mostras
de arte, festivais, torneios e jogos florais. De sua mente criadora são alguns
projetos de museus e a editoração de livros e revistas.
Como jornalista, colaborou durante dezoito anos (1918-1946) no
jornal “A Tarde”, de Salvador, “em cujas colunas manteve, semanalmente, com
exemplar assiduidade, a secção de crítica intitulada “Homens e Obras”,
constituindo um registro constante e praticamente completo de tudo o que de
mais significativo aconteceu na Bahia, nas áreas da literatura e arte”
(Gutemberg Moura). Segundo a mesma fonte, Carlos Chiacchio em “Homens e Obras”,
de 24 de janeiro de 1928 a 4 de setembro de 1946, publicou 954 rodapés e inúmeras biografias de escritores, poetas e
artistas desaparecidos. No jornal “O Imparcial”, sustentou uma secção
denominada “Ala das Letras e das Artes”, onde organizou os chamados “Salões de
Ala”, reunindo Presciliano Silva, Alberto Valença, Emídio Magalhães, Mendonça e
Filho, Jayme Hora, Raimundo Aguiar, Oséas, e tantos outros, bem como os
primeiros modernistas Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, e
outros.
De sua bibliografias constam vários livros: “A Margem de uma
Polêmica” (1914), “Os Grifos” (1923), “Infância” (1938), Biocrítica (1941), “Cronologia
de Rui” (1949) e “Modernistas e Ultramodernistas” (1951).
Gutemberg Moura afirma: “Para o jornalista Jorge Calmon, “Carlos
Chiacchio foi, sem favor, a figura de maior presença na vida cultural da Bahia,
na primeira metade deste século. Desconhecemos quem, em seu tempo, haja
exercido influência equivalente, influência que não decorreu, propriamente, de
sua produção, como homem de letras, não obstante notável, mas do papel que
preferiu desempenhar, de criador ou incentivador de manifestações, e de grupos,
colocando-se acima das competições (salvo quando lhe feriam os brios, ou lhe
maltratavam as afeições, caso em que se transmudava no bravo polemista), foi
uma espécie de papa da cultura na província, a reinar nas igrejas de literatos
e artistas com autoridade incontrastável. E pôde alcançar esta situação de
eminência, necessária ao exercício da missão que o atraía, graças à utilização
da imprensa, numa época em que esta - voltada para as predições que então
identificava no seu público - costumava dedicar às coisas de cultura mais
atenção e espaço do que atualmente lhes reserva”.
Carlos Chiacchio faleceu em Salvador, no dia 17 de julho de
1947.
Com o patrocínio do Instituto Históico Geográfico e
Histórico da Bahia, Carlos Eduardo da Rocha lançou em 1997 o livro “Homenagem a
Carlos Chiacchio”.
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FONTE BIBLIOGRÁFICA: Moura, Gutemberg, Blog do Gutemberg.
Disponível emhttp://blogdogutemberg.blogspot.com.br/ Acesso em 22 de fevereiro
de 2014.
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