Migual Calmon du Pin e Almeida (não confundir com o
homônimo, 154-Marquês de Abrantes), político e engenheiro baiano,
nasceu em Salvador, no ano de 1879.
Pouco depois de concluír o curso de Engenharia Civil, ocupou
o cargo de Secretário de Estado do Governo da Bahia. Nesta condição antecipou-se em 70 anos,
fazendo experiências pioneiras sobre o emprego do alcool etílico nos motores de
explosão.
Em 15 de novembro de 1906, assumiu o Ministério da
Indústria, Viação e Obras Públicas, do Governo Afonso Pena. Em 1922, sob a
presidência de Artur Bernardes, foi
Ministro da Agricultura, Indústria e Comercio, cargo que exerceu até 15
de novembro de 1926.
Referindo-se aos crimes cometidos por Floriano Peixoto
contra o proletariado brasileiro, este influente político baiano disse
textualmente: "No governo Floriano Peixoto decretou-se o desterro de
várias pessoas de notoriedade nacional para Cucui e Tabatinga. Depois da
revolta de 14 de novembro de 1904, fizeram-se deportações larga manu para a
Amazônia, não se sabendo até hoje o paradeiro das centenas, senão milhares, de
indivíduos largados ao abandono, sem alimentação nem assistência médica, nas
margens dos rios do território do Acre, considerado então região mortífera por
excelência”.
Político de grande prestígio, tomou parte nos
principais acontecimentos do pais, vindo a falecer em 1935, no Rio de Janeiro,
aos 56 anos de idade, sem deixar descendência.
Em 1936, sua viúva, d. Alice da Porciúncula, de tradicional
família gaúcha, transferiu de sua residência para o Museu Histórico Nacional, o
conjunto de obras de arte, móveis, tapetes, documentos pessoais, documentos
cartográficos, fotografias, álbuns e livros que pertenceram ao casal. Este conjunto, conhecido como “Coleção Miguel Calmon", retrata o estilo de vida das personalidades políticas
que fizeram a Primeira República. A doação, resultante de entendimentos de
Gustavo Barroso, diretor do Museu, e d. Alice, é composta de peças requintadas e
únicas, em grande parte vindas da Europa. Algumas foram produzidas especialmente para
Miguel Calmon, ou adquiridas em condições singulares, como é o caso de um
console do século XVII, originário de um antigo castelo da França,, Uma adaga
de caça, pertenceu ao rei Luis XVIII.
Esta coleção foi desmontada no final da década de 1960.
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