terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

148- MANUEL LOPES RODRIGUES





Manuel Lopes Rodrigues, desenhista, ilustrador, cenógrafo, pintor, professor e crítico de arte,  nasceu em Salvador, em 31 de dezembro de 1860.

Aos 13 anos, recebeu de seu pai, João Francisco Lopes Rodrigues, as primeiras lições de desenho e pintura. Depois, ingressou no Lyceu de Artes e Ofícios de Salvador, onde foi aluno de Miguel Navarro Canysares.

Em 1876, começou a lecionar pintura na Escola de Belas Artes, e desenho figurado no Liceu de Artes e Ofícios.

Mudou-se em 1882, para o Rio de Janeiro, onde permaneceu 3 anos fazendo desenhos e aquarelas, e colaborando como crítico de arte, na Gazeta Literária. Neste período colaborou com o escritor Vale Cabral na preparação da “Exposição Médica Brasileira”, produzindo várias ilustrações (fase do “realismo médico”).

Em 1886,  foi para Paris,  onde  permaneceu  9 anos, época em que estudou  com Rafael  Collin (Escola de Arte Decorativa), León Bonnat (Escola Superior de Belas Artes), Robert Fleury e Jules Lefebre.

Regressando à terra natal, lecionou desenho no Ginásio da Bahia e na Escola de Comércio.

Lopes Rodrigues era pensionista do Imperador, regalia que em virtude do seu talento foi mantida pelo governo republicano.
Dentre seus alunos, destacamos Presciliano Silva e Alberto Valença.

A respeito de Presciliano, escreveu: “Seguiu um rumo especial escolhido pelo seu talento. Filiou-se à escola nova e voltou impressionista a valer. Seus estudos mostram a preferência pelo ar livre, mas os seus interiores mostram-no ousado dos segredos das paletas ricas em recursos. Seu desenho é vigoroso e certo; as duas qualidades principais do artista” E mais: “Talvez então, o neurastênico que eu sou, orgulhoso de ter descoberto, contente de o ter visto trabalhador e honesto, lhe atire com as flores sinceras do meu aplauso o que a vaidade puder me dar de eloqüência entusiasta do meu amor de Mestre, afirmando-lhe: Não me enganei!”

Faleceu em Salvadodr, no ano de 1917.

Apesar do valor de seus quadros e de sua farta produção, morrreu pobre. Após a morte amigos, discípulos e admiradores organizaram uma mostra de 50 quadros de sua autoria  com o objetivo de angariar recurso  para ajudar a família.

O quadro “Alegoria da República” pertencente ao acervo do Museu de Arte da Bahia, é um óleo sobre tela, com 230x120, pintado em 1896 para atender encomenda do governo de Prudente de Morais (1841-1902). Foi executado em Paris, e chegou ao Brasil com o pintor,  que retornava à Salvador.


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