quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

160 - PADRE ANTÔNIO VIEIRA


PADRE ANTÔNIO VIEIRA


Padre Antônio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador, nasceu no  dia 6 de fevereiro de 1608, em Lisboa sendo seus pais Cristóvão Vieira Ravasco e Maria de Azevedo.

Notabilizou-se por suas qualidades de orador sacro, missionário e defensor  dos indígenas e dos judeus perseguidos pela Inquisição. Os índios o chamavam  “Grande Pai” (em tupi, Paiaçu).

Aos 6 anos, iniciou seus primeiros estudos no Colégio dos Jesuitas de Salvador. Diz o próprio Vieira que no início  estudou com dificuldade mas, depois de “estalo” em sua cabeça, se tornou inteligente.

Em 1623, entrou como noviço na Companhia de Jesus e no ano seguinte, por ocasião da invasão holandesa, refugiou-se no interior da capitania, iniciando sua atividade  de missionário.

Em 1625,  professou os votos de castidade, pobreza e obediência e continuou estudando Teologia, Lógica, Metafísica e Matemática, até alcançar  o mestrado em Artes.

Em 1627, transferiu-se para o Colégio dos Jesuitas de Olinda, onde ensinou Retórica.

Em 1633, pregou seu primeiro sermão público, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador.

Em 1634, ordenou-se sacerdote. Nesta época já era um grande orador sacro.

Em 1638.  foi nomeado lente de Teologia.

Em 1640, pregou o “Sermão pelo Bom Sucesso das Armas Portuguesas Contra as da Holanda”, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Salvador.

Em 1641, regressou para Lisboa, onde permaneceu até 1646. Em Lisboa conquistou a amizade e a confiança de D. João IV, rei de Portugal,

Em 1642, pregou  na Capela Real de Lisboa, o “Sermão dos Bons Anos”

Em 1644, recebeu o título de Pregador de Sua Magestade. Alguns de seus sermões foram publicados e ele foi nomeado  “Tribuno da Restauração”.

Em 1546, foi nomeado embaixador e enviado aos Países Baixos para negociar a devolução de Pernambuco e do restante do  nordeste do Brasil a Portugal.  No ano seguinte, foi enviado à França e outros países  da Europa,  em missão diplomática.

Em 1652, voltou para o Brasil com o objetivo de se dedicar às missões junto aos indígenas da capitania do Maranhão contra o interesse esclavagista dos colonos portugueses.

Em 1654, partiu para Lisboa com a missão de defender, junto ao Rei,  os direitos dos indígenas escravizados. Ao chegar próximo dos Açores, seu navio foi surpreendido por uma tempestade e adornou. Salvaram-se  todos os tripulantes e passageiros,  graças a intercessão de Vieira junto a Nossa Senhora. Ele permaneceu algum tempo no arquipélago, proferindo sermões.

Em 1657, pregou o “Sermão do Espírito Santo”, no Maranhão.

Em 1659, visitou cinco aldeias da etnia Nheengaiba e redigiu seu primeiro tratado futurológico, intitulado “Esperanças de Portugal. V Império do Mundo”.

Em 1661, Vieira e seus companheiros jesuitas foram expulsos do Maranhão e embarcados para Lisboa. Em Lisboa, tornou-se confessor da regente D. Luisa de Gusmão. Com a ascensão ao trono de D. Afonso VI, Vieira perdeu o prestígio.  Entrou em novo conflito com a Inquisição, que o perseguiu e, em 1666 o colocou  em cárcere de custódia. Em 1667, proibiu-o de pregar. Em 1668, foi amnistiado.

Em 1669, partiu para Roma. onde permaneceu seis anos, pregando em italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina da Suécia. Conseguiu do Papa a anulação de suas penas e condenações. Graças ao Padre Vieira, o Santo Ofício permaneceu fora de Portugal durante sete anos.

Em 1675, regressou a Lisboa com um Breve do Papa Clemente X, isentando-o “por toda a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos inquisitores presentes e futuros de Portugal”

Em 1681, regressou para Salvador onde, na Quinta do Tanque (casa de repouso do Colégio dos Jesuitas),   reuniu 200 sermões e 700 cartas para publicá-los. Redigiu a “Clavis Prophetarum”. Suas obras alcançaram grande sucesso na Europa.

Em 1688, foi nomeado Visitador-Geral da Província do Brasil, assim permanecendo até 1691.

Em 1695, enviou carta-circular de despedida à nobreza de Portugal e amigos. Envelhecido e doente, decaiu de tal modo que não conseguiu escrever com suas mãos. Finalmente, em 18 de junlho de 1697, faleceu em Salvador, com 89 anos de idade. Os ofícios fúnebres foram realizados na Igreja da Sé e o corpo foi sepultado na Igreja do Colégio.



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