PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Padre Antônio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador,
nasceu no dia 6 de fevereiro de 1608, em
Lisboa sendo seus pais Cristóvão Vieira Ravasco e Maria de Azevedo.
Notabilizou-se
por suas qualidades de orador sacro, missionário e defensor dos
indígenas e dos judeus perseguidos pela Inquisição. Os índios o chamavam “Grande Pai” (em tupi, Paiaçu).
Aos 6 anos, iniciou seus primeiros estudos no Colégio dos
Jesuitas de Salvador. Diz o próprio Vieira que no início estudou com dificuldade mas, depois de
“estalo” em sua cabeça, se tornou inteligente.
Em 1623, entrou como noviço na Companhia de Jesus e no ano
seguinte, por ocasião da invasão holandesa, refugiou-se no interior da
capitania, iniciando sua atividade de missionário.
Em 1625, professou os
votos de castidade, pobreza e obediência e continuou estudando Teologia,
Lógica, Metafísica e Matemática, até alcançar
o mestrado em Artes.
Em 1627, transferiu-se para o Colégio dos Jesuitas de
Olinda, onde ensinou Retórica.
Em 1633, pregou seu primeiro sermão público, na Igreja de
Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador.
Em 1634, ordenou-se sacerdote. Nesta época já era um grande
orador sacro.
Em 1638. foi nomeado
lente de Teologia.
Em 1640, pregou o “Sermão pelo Bom Sucesso das Armas
Portuguesas Contra as da Holanda”, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em
Salvador.
Em 1641, regressou para Lisboa, onde permaneceu até 1646. Em
Lisboa conquistou a amizade e a confiança de D. João IV, rei de Portugal,
Em 1642, pregou na Capela Real de Lisboa,
o “Sermão dos Bons Anos”
Em 1644, recebeu o título de
Pregador de Sua Magestade. Alguns de seus sermões foram publicados e ele foi
nomeado “Tribuno da Restauração”.
Em 1546, foi nomeado embaixador e enviado aos Países Baixos
para negociar a devolução de Pernambuco e do restante do nordeste do Brasil a Portugal. No ano seguinte, foi enviado à França e outros
países da Europa, em missão diplomática.
Em 1652, voltou para o Brasil com o objetivo de se dedicar
às missões junto aos indígenas da capitania do Maranhão contra o
interesse esclavagista dos colonos portugueses.
Em 1654, partiu para Lisboa com a missão de defender, junto ao Rei, os
direitos dos indígenas escravizados. Ao chegar próximo dos Açores, seu navio foi surpreendido por uma tempestade e adornou. Salvaram-se todos os tripulantes e passageiros, graças a intercessão de Vieira junto a Nossa
Senhora. Ele permaneceu algum tempo no arquipélago, proferindo sermões.
Em 1657, pregou o “Sermão do Espírito Santo”, no Maranhão.
Em 1659, visitou cinco aldeias da etnia Nheengaiba e redigiu
seu primeiro tratado futurológico, intitulado “Esperanças de Portugal. V
Império do Mundo”.
Em 1661, Vieira e seus companheiros jesuitas foram expulsos
do Maranhão e embarcados para Lisboa. Em Lisboa, tornou-se confessor da regente
D. Luisa de Gusmão. Com a ascensão ao trono de D. Afonso VI, Vieira perdeu o prestígio. Entrou em novo
conflito com a Inquisição, que o perseguiu e, em 1666 o colocou em cárcere de custódia. Em 1667, proibiu-o de
pregar. Em 1668, foi amnistiado.
Em 1669, partiu para Roma. onde permaneceu seis anos,
pregando em italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina
da Suécia. Conseguiu do Papa a anulação de suas penas e condenações. Graças ao
Padre Vieira, o Santo Ofício permaneceu fora de Portugal durante sete anos.
Em 1675, regressou a Lisboa com um Breve do Papa Clemente X,
isentando-o “por toda a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos
inquisitores presentes e futuros de Portugal”
Em 1681, regressou para Salvador onde, na Quinta do Tanque
(casa de repouso do Colégio dos Jesuitas),
reuniu 200 sermões e 700 cartas para publicá-los. Redigiu a “Clavis Prophetarum”. Suas obras alcançaram grande sucesso na Europa.
Em 1688, foi nomeado Visitador-Geral da Província do Brasil,
assim permanecendo até 1691.
Em 1695, enviou carta-circular de despedida à nobreza de
Portugal e amigos. Envelhecido e doente, decaiu de tal modo que não conseguiu
escrever com suas mãos. Finalmente, em 18 de junlho de 1697, faleceu em
Salvador, com 89 anos de idade. Os ofícios fúnebres foram realizados na Igreja
da Sé e o corpo foi sepultado na Igreja do Colégio.
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