ARLINDO FRAGOSO
Arlindo Coelho Fragoso, mais conhecido como Arlindo Fragoso,
nasceu em 30 de outubro de 1865, na cidade de Santo Amaro da Purificação.
Concluídos os primeiros estudos, fez os preparatórios e ingressou na Escola
Politécnica do Rio de Janeiro, pela qual foi diplomado em engenharia civil, em
1885.
Arlindo Fragoso
alimentou com entusiasmo o sonho de
criar uma Escola Politécnica na Bahia. “Não sabemos,
disse Ana Maria Cavalheiro de Lacerda, quando o sonho se instalou e tomou forma na
mente de Arlindo Coelho, mas os 12 anos posteriores à sua formatura foram de
maturação e de contatos. O sonho precisava ser coletivo para que pudesse entrar
no campo da realidade. A formação de
profissionais e a criação de escolas era indispensável. No horizonte do
desenvolvimento, o papel do engenheiro era fundamental”.
Em 5 de julho de 1896, Arlindo Fragoso reuniu nove engenheiros: Affonso Glycerio da Cunha Maciel, Austricliano
de Carvalho, Alexandre Freire Maia Bittencourt, Justino da Silveira Franca,
Salvador Pires de Carvalho e Aragão, Francisco Lopes da Silva Lima, Antonio
Luis Freire de Carvalho, Fortunato Fausto Galo e Antônio Augusto Machado. Deste
encontro resultou a criação do Instituto Politécnico da Bahia, mantenedor da futura Escola Politécnica. A
partir desta primeira reunião, seguiram-se outras com o objetivo de tomar providências
que resultariam na criação da Escola
Politécnica da Bahia,, tais como: definir o elenco das disciplinas a serem ministradas, e seus respectivos programas; a estrutura
acadêmica e administrativa da instituição; a
mensagem a ser encaminhada ao Poder Legislativo solicitando apoio financeiro; os estatutos da Escola; os
contatos com a classe política, etc.
Em 12 de julho do
mesmo ano foi instalado o Instituto Politécnico da Bahia, na presença de secretários
de Estado, vereadores, deputados e senadores, autoridades e pessoas outras, as mais representativas da sociedade baiana.
As reuniões continuaram. Escolheram-se os professores,
organizaram-se os cursos, elaborou-se o orçamento, escolheu-se o prédio onde a Escola
deveria funcionar, tudo com o maior idealismo e entusiasmo.
Finalmente, no dia 14 de março de 1897, na Rua das Laranjeiras
número 6, instalou-se a Escola Politécnica da Bahia. Arlindo Fragoso foi
escolhido diretor. Ana Maria Cavalheiro de Lacerda assinala: “O sonho de
Arlindo Fragoso tornava-se naquele dia realidade abrindo, para a juventude da
Bahia, uma possibilidade de formação profissional. A partir de então a
Politécnica começa a funcionar no velho sobrado do Centro, a poucas quadras da
Escola de Medicina, cujos estudantes, instalados no suntuoso edifício do
Terreiro de Jesus, caçoavam da vizinha pobre, chamando-a de “Colégio do
Arlindo”
Em abril de 1901, a Escola Politécnica deixou o sobrado da
Rua das Laranjeiras e transferiu-se para a Rua João Florêncio número 1, esquina
da praça da Piedade. Dois anos depois, em 1903, formou a primeira turma de
engenheiros: cinco engenheiros geógrafos e três engenheiros civis.
Arlindo Fragoso foi,
de igual modo, o idealizador e
organizador da Academia de Letras da Bahia. Reuniu as figuras
mais representativos das letras e das artes baianas, sem, entretanto,
incluir-se. Sua inclusão entre os membros efetivos, foi uma exigência dos
demais fundadores, sendo para isto criada, a título provisório, a Cadeira 41,
“até que houvesse a primeira vaga”, o que ocorreu pouco tempo depois, com a
morte de Severino Vieira, o que motivou a extinção da cadeira 41. Desde o início,
Arlindo Fragoso declinou da Presidência. Sugeriu para o cargo o nome do
filólogo e professor Ernesto Carneiro Ribeiro
Arlindo Fragoso foi grandioso em vários domínios da
atividade humana: na engenharia, na administração pública, na economia e nas
finanças, no jornalismo, na produção literária, no trabalho legislativo e na
ação política. Foi deputado federal em duas legislaturas (1918 e 1923). Como
engenheiro, destacou-se nos trabalhos de consultoria durante a construção das Estradas de Ferro Nordeste do
Brasil, Vitória e Goiás. Na administração pública, foi Secretário Geral do
Estado no primeiro governo de J.J.Seabra. Como jornalista, colaborou no Jornal de
Notícias, escrevendo crônicas elogiadas
por Xavier Marques e Carlos Chiachio.
Como economista, publicou um alentado volume, de 572 páginas, com o
título Notas Econômicas e Financeiras. Como empreendedor, fundou a Escola
Politécnica da Bahia e a Academia de Letras. Como escritor, publicou vários
trabalhos, dos quais destacamos: Estudos
sobre Análise Cinemática (1887), Instrução Popular – O Instituto Municipal
(1893), Administração Municipal de Santo Amaro (1893), Ensino Agrícola da Bahia
(1893), Programa dos Curos da Escola Agrícola da Bahia (1893), O Município de
Santo Amaro (1896), Seguro Sobre a Vida (1900), Bahia Cabrália. Prefácio à obra
do Major Salvador Pires (1900), Minhas Opiniões Sobre a Eclairage (1906), Águas
e Esgotos na Bahia (1907), Guerra do Paraguay, Prefácio à obra de Lemos Brito
(1907), Boletim do Ministério da Viação (1909), O Museu Escola (1913), Os
Empresários do Estado da Bahia (1915), Notas Econômicas e Financeiras (1916), O
Instituto Politécnico. Relatório (1917).
Arlindo Fragoso faleceu em Santo Amaro, no dia 6 de janeiro
de 1926,
Nenhum comentário:
Postar um comentário