Clovis Gonçalves Amorim, mais conhecido como Clovis Amorim, escritor
e romancista, nasceu na cidade de Amélia Rodrigues (antigamente distrito de
Lapa, município de Santo Amaro da Purificação), no dia 27 de setembro de 1912.
Estudou as primeiras letras em sua terra natal, após o que
se mudou para Salvador, a fim de fazer o curso de ginásio mas não realizou o
planejado porque na capital da Bahia só
se interessou pelo jogo do bicho, brigas
de galos, sambas de cantos de rua e outros vícios a que estava acostumado.
De estatura incomum, com quase dois metros de altura, chamava
a atenção, também, pelo temperamento alegre e brincalhão, conversador e
chegado a cervejadas.
Autor de um romance muito festejado, O Alambique, publicado
em 1934, Clovis Amorim foi uma das personalidades mais brilhantes do cenário intelectual baiano. Integrou a “Academia dos Rebeldes”, ao lado de Jorge Amado, Edison Carneiro, João Cordeiro, Alves Ribeiro, etc.
Na vida privada, tentou viver de um alambique, vendendo
cachaça, mas não teve sucesso. Depois, fez-se fazendeiro, também sem sucesso e assim,
de tentativa em tentativa, passou a publicar versos, epigramas e ensaios em
vários periódicos: A Luva, O Momento, O Diário da Tarde de Ilhéus, O Jornal, O
Boletim de Ariel, etc.
Dos seus ensaios, destacamos O Moleque no Carnaval, publicado
em 1937.
Seu romance de maior sucesso é O Alambique , romance
regional que focaliza o folclore nacional (xingamentos, modos de andar e de
insultar, neologismos, provérbios populares, etc,). Seus personagens falam uma linguagem matuta. Este
romance foi equiparado a outros da mesma época, publicados por Raquel de Queirós (João Miguel, 1932), José
Lins do Rego (Menino de Engenho, 1932) e Jorge Amado (Cacau, 1933).
Seu segundo romance foi Chão de Massapê, premiado pela
Academia de Letras da Bahia.
“Entre os grandes
romances modernos do Brasil, O Alambique se situa num lugar aparte, diferente
que é de todos eles, sem ter parecença sequer com Menino de Engenho e A
Bagaceira, aos quais está ligado pelo parentesco da cana de açúcar. Aliás,
nesses romances, o clima não é dado pelo verde alegre dos canaviais se
balançando ao vento. O que atravessa o livro todo, dominando os trabalhadores,
os patrões, os empregados, os costumes e a própria natureza, é a cachaça que
escorre alva e pura, dos destiladores” (Jorge Amado).
“Deste romance de Clóvis Amorim se pode dizer que é um
acontecimento estranho, surpreendente, na literatura nacional. Não há nele, a
luta do homem por modelar a natureza à sua vontade. Pelo contrario, há uma
verdadeira apatia nos personagens desse drama – o da cachaça, - até hoje
desconhecido do Brasil. O verde dos canaviais, as máquinas de fabricação da boa
pra tudo, a moleza da vida humana nessas regiões que o progresso esqueceu,
formam como que a única realidade viva que se agita no livro” (Edison
Carneiro, a respeito do romance O Alambique)
“O Alambique, disse João Cordeiro (autor do romance Corja,
editado em 1934), tem todos os defeitos e as virtudes todas do autor.
Escrevendo-o Clóvis Amorim refletiu nele (certo, sem nenhum propósito) a
barbárie e a selvageria da sua natureza de tabaréu verdadeiramente
incivilizável. Deixou escorregar, extravasar mesmo, pelo físico da pena com que
o traçou, a sua alma inteirinha. A alma e o seu físico. Daí, subir O Alambique com
as pernas e os braços enormíssimos, espetaculares de Clóvis Amorim, com os seus
gestos bruscos e impulsivos, voluntarioso como ele, e, também, belo e grandioso
como o seu talento, que eu considero – sem receio de cometer uma heresia, de
primeira água.”
Clovis Amorim faleceu em Salvador, em 18 de agosto de 1970. após
ter sido internado em uma clínica em caráter de urgência. À beira do túmulo foi
saudado pelo poeta e amigo Godofredo Filho (1904-1992), que disse: “Estou certo
de que, quando se escrever, amanhã, a verdadeira história literária da Bahia, a
figura de Clóvis Amorim como poeta satírico avultará, tal seu físico se agigantava
em vida, sobre a planície cinzenta em que pululam tantos pigmeus de nossas
letras”.
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como epigramista, nao teve igual, foi um extraordinário, poeta e escritor brilhante
ResponderExcluirFiquei encantada ao conhecer figuras tão importantes da nossa literatura brasileira , inclusive os comentaristas...terei o prazer também de ler essas obras raras...ainda mais que Clovis Gonçalves Amorim é pai da querida Ana Lucia, filha que sempre admirou e amou o pai, esta é mãe de meu querido genro Luciano Abreu, esposo de minha querida filha Luciana, pais de nossas amadas netinhas Luísa e Laura, bisnetinhas do saudoso e tão importante escritor...!
ResponderExcluirMeu bisavô
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, sou Manoel Oliveira e estou desenvolvendo um projeto (tese) de mestrado, sobre a vida escritora de Clóvis Amorim, pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, através do PROFLETRAS, intitulado: "O escritor Clóvis amorim nas aulas de Língua Portuguesa".
ResponderExcluirNesse trabalho, estou desenvolvendo/criando um site que será uma espécie de "biblioteca virtual" do escritor, onde serão publicados trabalhos diversos correlatos à vida escritora de Clóvis Amorim.
Todo esse trabalho está sendo realizado numa perspectiva de reconhecimento e valorização da literatura local (mais especificamente, no município de Amélia Rodrigues).
Se for oportuno, terei maior prazer em dialogar com vocês: filhos, netos, bisnetos, etc., e poder publicar algo sobre vocês no site mencionado, bem como em minha dissertação de mestrado.
Caso desejem, contatem-me por aqui e passarei meus contatos para vocês.
Manoel, precisamos conversar.
ExcluirOlá! Tenho interesse no sei trabalho! Poderia deixar seu contato? Obrigada!
ExcluirMeu nome é Gilmara Belmon, sou Secretária de Educação e Cultura de Amélia Rodrigues e tenho interesse em tornar a obra de Cloves Amorim conhecida em nosso município. Preciso de todos vocês!
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