WILSON LINS
Wilson Mascarinhas Lins de Albuquerque, mais conhecido como Wilson Lins, romancista,
ensaista, jornalista e político, nasceu em Pilão Arcado no dia 25 de abril de
1920, sendo seus pais Franklin Albuquerque e Sophia Mascarenhas de Albuquerque.
Fez o curso secundário na capital
baiana, onde frequentou o Colégio da Bahia e os Ginásios Carneiro Ribeiroi e Ipiranga. Wilson
Lins disse, em seu discurso de recepção na Academia de Letras da Bahia, que
foi “confessadamente mau aluno, por não
se interessar pelas matérias formais da escola; deixou-se fascinar pela vasta
biblioteca do Ginásio Carneiro Ribeiro, tornando-se leitor apaixonado de
romances, devorando um após outro e, não contente com isso, escreveu a
continuação deles, muitas vezes acrescidas de novos personagens, como fez ao
volumoso "As minas de prata, de Alencar”.
A partir de 1948, colaborou, como
jornalista, no jornal "O Imparcial" e em
outros periódicos de Salvador. Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde
escreveu no jornal "O Mundo" e na sucursal carioca do "O Estado de São Paulo".
Regressando para Salvador, fundou o semanário "Amigo do Povo". No "O Imparcial",
escreveu crônicas políticas com o pseudônimo Quincas Borba. No "Diário
de Notícias", "Diário da Bahia" e no
vespertino "A Tarde" utilisando o pseudônimo Rubião Braz, conquistou, também como
cronista, um público cativo. São crônicas esparsas, amplas e diversificadas e têm forte componente político. Seu maior prestígio sempre foi o da militância
política.
Além de cronista, foi
ensaista. "12 Ensaios de Nietzsche", "A Infância
do Mundo" e "Tempos Escotológicos" exaltam o filósofo germânico e, ao mesmo tempo, se aprofundam em
questões políticas, existenciais e transcendentais.
Como político, foi eleito
deputado estadual em várias legislaturas, foi Secretário de Educação e Cultura
do Estado e presidiu o Conselho Estadual de Cultura.
Como intelectual foi eleito, em
1967, para a Academia de Letras da Bahia. Escreveu vários romances e ensaios,
dos quais destacamos:
Zaratustra me Contou (romance
surrealista, 1939)
12 Ensaios de Nietzsche ( ensaio,1946)
A Infância do Mundo (ensaio, 1946,
1951, 1960)
Os outros (crônicas, 1955)
Os Segredos do Heroi Cauteloso (novela,
1955, 1959)
O Médio São Francisco -- Uma
sociedade de pastores e guerreiros (ensaio, 1952, 1960)
Tempos Escatológicos- (ensaios, 1959)
Os Cabras do Coronel – (romance, 1964)
O Reduto (romance, 1965)
Remanso da Valentia (romance, 1967)
Responso das Almas (romance, 1970)
Militão sem Remorso (1980)
Crônicas do Epigrama na Bahia (1996)
O maior trunfo de Wilson Lins,
como escritor, é o de romancista. Jorge Calmon e Jorge
Amado consideram sua vertente de romancista como "sua verdadeira vocação,
acima até mesmo da política e do jornalismo”.
Foi também
historiador, antropólogo, sociólogo, folclorista e sociólogo. Registrou de maneira admirável aspectos varidados da comunidade onde nasceu e
viveu. “Mais do que um simples estudo, mais do que um livro de leitura
agradável, o ensaio sobre o Vale do Médio São Francisco, por exemplo, é um
documento, a fazer parte obrigatória da galeria das obras fundamentais, que
estudam e explicam as diversas regiões da Bahia”, diz o portal da Academia de
Letras da Bahia.
Wilson Lins faleceu no dia 4 de
agosto de 2004.
nice
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