terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CARLOS BASTOS


CARLOS BASTOS
 





Carlos Frederico Bastos, mais conhecido como Carlos Bastos, pintor, ilustrador e cenógrafo, nasceu em Salvador, em  9 de outubro de 1925.
Em 1944, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, onde foi aluno de João Mendonça Filho, Raymundo Aguiar e Alberto Valença. Ainda calouro,  participou da 1ª Mostra de Arte Moderna da Bahia. Nessa época viviam em Salvdor as melhores expressões da arte plástica: Sante Scaldaferri, Ruben Valetim, Calazans Neto, Hansen Bahia, José Pancetti, Mirabeau Sampaio, Manoel Bonfim, João José Rescála, Genaro de Carvalho, Mário Cravo Júnior, Raimundo de Oliveira, Jenner Augusto, Carybé, Luiz Jasmim, Hélio Basto, Emanoel Araújo, Juarez Paraíso, Riolan Coutinho e Lígia Milton. Uma plêiade de grandes nomes...
Em 1946,  Carlos Bastos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou os estudos na Escola Nacional de Belas Artes, na Sociedade Brasileira de Belas Artes e na Fundação Getúlio Vargas; foi aluno de Santa Rosa, Iberê Camargo, Carlos Oswald, Cândido Portinari e Martim Gonçalves.
De volta a  Salvador, promoveu sua  primeira individual na Biblioteca Pública. “Nesta época, disse Gilberto Gomes, o artista teve  várias obras suas cortadas e destruídas por “pseudo-representantes” do espírito acadêmico de um certo segmento regional. Idiotas que se diziam possuir formação acadêmica e só freqüentarem exposições de cunho acadêmico. Gente de visão curta e efêmera, incapazes de atinar que Arte também significa evolução de Mente e Espírito”.
Após o lamentável incidente, Carlos Bastos foi a Paris, onde se aprofundou  na técnica  de pintura  em murais, afrescos, e desenho.
Três anos depois, regressou ao Brasil, participou do 1º Salão de Arte Moderna e do Salão Preto e Branco, e se radicou no Rio de Janeiro.
Foi novamente a  Paris e, no regresso, montou, seu ateliê na capital  baiana e criou cenários para peças teatrais. Nessa época, ganhou o prêmio “Jabuti de Ouro”.
Em 1965, publicou “Santos e Anjos da Bahia”, com prefácio de Jorge Amado.
Suas telas mais famosas, são:  “Auto-Retrato” (1943),  “Retrato de Wallace Michael” (1948), “Mulher com Gato” (1948), “Retrato de Nair e Genaro” (1961) e “Retrato de Maria Emília” (1971), “A Procissão” (1947), “Festa Cívica” (1958), “Procissão do Senhor do Bom Jesus dos Navegantes” (1973/1975) e “Festa de São Pedro em Praia do Forte” (1995). Os anjos pintados por Carlos Bastos são  dignos de elogio e admiração. Seus murais e painéis, são admiráveis.
Das inúmeras exposições que realizou, merecem destaques as individuais de 1948, Galeria Norlyst (Nova York, 1953), Galeria Copacabana Pálace  (Rio de Janeiro, 1956), Galeria Vimarte, ( Rio de Janeiro, 1960), Galeria   Oxumaré  (Salvador, 1960), Galeria Atrium  ( São Paulo, 1969), Galeria Portal (São Paulo, 1970), Museu de Arte  ( Porto Alegre , 1975), Galeria Círculo (Salvador, 1976,)  Foyer do Teatro Castro Alves (Salvador, 1944),  Primeiro Salão de Arte Americana – Associação Cultural Brasil Estados Unidos (Salvador, 1949), Primeiro Salão Baiano de Belas Artes (Salvador, 1954), Segunda Bienal de São Paulo ( 1956),  Museu de Arte Moderna  (São Paulo, 1960), Arte Moderna Brasileira (Paris, França; 1962),  Galeria USIS (Los Angeles – EUA, 1965),  Artista Brasileiros, Museu Hermitage  (Leningrado, Rússia, 1969), Primeira Bienal de Artes Plásticas (Salvador, 1972),  Galeria Schettini  (Milão, Itália, 1985),  Galeria de Arte , Exposição Afro-Bahia (São José da Costa Rica, 2000) e muitas outras.
“ Carlos Bastos foi, sem dúvidas, um dos maiores artistas brasileiros de sua época. Sua mente era fantástica e muito criativa. Sua obra não se repetia tal a sua grande capacidade em interpretar o casario, as negras de torso e bata, os anjos, os santos, a gente do povo e tudo o mais que a Bahia sempre ofereceu àqueles que a retrataram com amor e singularidade – tal como sempre fez, esse genial “Príncipe dos Pintores da Bahia” (Gilberto Gomes).
 
"Carlos Bastos é um anjo enviado dos céus para resgatar nesta cidade do Salvador a grandiosidade do barroco, a alegria de nossa gente, a beleza de nossa arquitetura e a nossa religiosidade. Em outra encarnação deve ter sido um lorde, daqueles que carregam uma bagagem cultural sólida e educação refinada. Sua arte tem uma marca indelével do grande desenhista que é, base importante para qualquer artista que se debruce sobre uma tela. Seus anjos andróginos, suas freiras, o casario majestoso e os palácios que permeiam sua obra misturados com objetos surrealistas demonstram que o artista brinca com estilos, mistura-os propositadamente como se estivesse querendo testar o resultado. Tudo surge espontaneamente de uma simples mancha que ele faz na tela branca e daí começam a chegar os personagens que vêm povoar este seu mundo onírico" (Reynivaldo Brito).
 
O “Príncipe dos Pintores da Bahia” morreu  em Salvador, no dia 14 de março de 2004.
 
O Senador Federal, por proposta do Senador Antônio Carlos Magalhães, aprovou um voto de pezar pelo falecimento do grande artista baiano.


QUADROS DE CARLOS BASTOS
 
NEGRA COM TORSO
 
RETRATO
 
IGREJAS DA BAHIA
 
PAINEL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DA BAHIA
 
MURAL DA ESCOLA CLASSE I
 
 
ANJO DA GUARDA - NA CAMA,
O PRÓPRIO CARLOS BASTOS
 
 
 
 
 
 
 
 




 
 
 
 

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