MESTRE DIDI
Deoscóredes Maximiliano dos Santos, mais conhecido como
"Mestre Didi", sacerdote, escultor e
escritor, nasceu em Salvador no dia 2 de dezembro de 1917, sendo seus pais Arsínio
dos Santos, grande alfaiate da Bahia, e Maria Bibiana do Espírito Santos (ou
"Mãe Senhora”, descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e
Ketu, importantes cidades do Império Yoruba).
Criado desde cedo na religião católica, foi batizado, fez
primeira comunhão e foi coroinha da Igreja Católica. Aos oito anos de idade, afastou-se
do catolicismo e foi iniciado na religião afro-brasileira por "Mãe Aninha". Sua trisavó, Marcelina da
Silva, foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de
candomblé na Bahia. Seu tio avô, e seu primeiro Mestre, Marcos Theodoro
Pimentel , foi sumo-sacerdote da casa de Egungun.
Em 1966 "Mestre Didi" visitou a África Ocidental, onde realizou pesquisas comparativas entre o Brasil e o
continente africano. De 1960 a 1990, participou, como membro efetivo, de
Instituições dedicadas aos estudos africanos e afro-brasileiros, e de
congressos sobre o mesmo assunto, no Brasil e no exterior.
Em 1980, fundou e presidiu a Sociedade Cultural e Religiosa
Ilê Asipá.
"Mestre Didi" é coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional de Tradição e
Cultura Afro-Brasileira e representante da Conferência Internacional da
Tradição dos Orixás.
No dizer de Juana Elbein, sua esposa, ele
“mamou nos peitos das mães
africanas”. Juana Elbein é antropóloga e companheira em todas as viagens para a África, Europa e Américas. Sua filha,
Inaicyra Falcão dos Santos, é cantora
lírica, graduada em dança pela Universidade Federal da Bahia, professora (com
pós-graduação ao nível de doutorado), pesquisadora das tradições
afrobrasileiras e de artes
perfomáticas, na UNICAMP.
"Mestre Didi" absorveu, por meio de sucessivas
iniciações, “o significado das múltiplas
relações do homem com seu meio ético, social e cósmico” e, em conseqüência disso,
assumiu altas posições na religião africana. Em 1975, recebeu o cargo de
Alapini e, em 1983, o de Baba Mobbá Oni
Xangô, entregue em Benin, pelo rei de Ketu.
É também escritor e artista consagrado. Desde criança, aprendeu
a fazer
objetos de uso nos rituais do culto orixá Obaluaiyê . Suas formas são confeccionadas com contas,
búzios, renda de couro e folhas de palmeira e têm como inspiração mitos, lendas
e objetos usados na devoção dos orixás. “Suas obras, diz Juana Elbein, carregam a experiência, o hálito, a
respiração, dos mais antigos aos mais novos, de geração em geração”. Suas
esculturas foram expostas em várias cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Nova Yorque, Frankfurt, Buenos Aires, Paris, Londres, Acra e Nagos. Atualmente podem ser vistas
na “Galeria São Paulo”, em São Paulo.
Aos 29 anos, "Mestre Didi" publicou o primeiro livro, “Yorubá, tal qual
se fala”, com prefácio de Jorge Amado e
ilustração de Caribé. No total, lançou cerca de 20 livros sobre cultura afro-brasileira, nos quais
conta histórias dos terreiros de candomblés “Todos os contos
afro-brasileiros são cânticos. Foram feitos para serem ouvidos, cantados e
dançados . É por isto que "Mestre Didi" é conhecido como um artista
integral, um renascentista da cultura nagô”, explica Juana Elbein.
Relacionamos abaixo suas principais publicações:
01- Yorubá tal Qual se Fala, Tipografia Moderna, Bahia, 1950
02- Contos Negros da Bahia, (Brasil) Edições GRD, Rio, 1961
04- Contos de Nagô, Edições GRD, Rio de Janeiro, 1963
05- Porque Oxalá usa Ekodidé, Ed. Cavaleiro da Lua, 1966
06- Contos Crioulos da Bahia, Ed. Vozes, Petrópolis, 1976
07- Contos de Mestre Didi, Ed. Codecri, Rio de Janeiro, 1981
08- Xangô, el guerrero conquistador y otros cuentos, 1987
09- Contes noirs de Bahia - Ed.
Karthale, 1987
10- História da Criação do Mundo, 1988
11- Ancestralidade Africana no Brasil, Mestre Didi: 1988
12- Pluraridade Cultural e Educação
13- Nossos Ancestrais e o Terreiro
14- Democracia e Diversidade Humana
FONTE: Wikipédia, a enciclopédia
livre.
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ESCULTURAS E LIVROS DE "MESTRE DIDI"
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