sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

OLNEY SÃO PAULO

 





Olney Alberto São Paulo, mais conhecido como Olney São Paulo, cineasta  baiano, nasceu em Riachão do Jacuípe, no dia 7 de agosto de 1936, sendo seus pais Joel São Paulo Rios e Rosália Oliveira São Paulo  (mais conhecida como Zali).

Estudou as primeiras letras em sua cidade de origem, época em que perdeu seu pai e foi morar com o avô. Aos 12 anos de idade, mudou-se para Feira de Santana, onde estudou no Colégio Santanópolis.
 
Em 1954,  Alex Viany chegou em Feira de Santana para filmar  “Rosa dos Ventos”. Olney atuou como figurante em alguma cenas e  se apaixonou pelo cinema. Concluída a participação, escreveu para Alex dizendo: “Eu sou um jovem que tem inclinação invulgar para o cinema. Porém, como neste mundo aquilo que desejamos nos foge sempre da mão, eu luto com incríveis dificuldades para alcançar o meu objetivo”.
Depois desta profecia, teve uma existência penosa. Começou escrevendo uma série de artigos sobre cinema, no jornal do Colégio Santanópolis; depois,  criou e dirigiu o programa “Cinema” na Rádia Cultura de Feira de Santana, no qual comentava filmes  e anunciava novidades.
 
O tema central de sua vida foi o agreste nordestino.
 
Em 1955, produziu com o dinheiro coletado entre amigos, seu primeiro curta-metragem, “Um Crime na Feira”. O filme, com duração de dez minutos, foi exibido no Teatro de Amadores de Feira de Santana, e em cinemas de  algumas cidades vizinhas, em mistura com peças teatrais de Olney São Paulo.
No ano seguinte, conquistou dois prêmios lieterários, em concursos de contos,  no Rio de Janeiro.
 
Em 1959, escreveu dois roteiros: “O Bandido Negro” (focado em Lucas da Feira, um bandido que cometeu crimes abomináveis na região de Feira de Santana) e “O Vaqueiro das Caatingas”.
Pouco depois, Nelson Pereira dos Santos foi a Feira de Santana com o obetivo de filmar “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Em virtude de intempéries do momento, foi obrigado a improvisar outro roteiro, do que resultou o filme “Mandacarú Vermelho”, no qual Olney São Paulo participou da produção, como assistente de direção e de composição do elenco.
 
Em 1962, foi assistente de direção de “O Caipora”, de Oscar Santana, rodado no interior da Bahia. Nessa ocasião, se tornou amigo de Glauber Rocha.
Em 1964, depois de um esforço imenso, realizou seu primeiro longa-metragem, “O Grito da Terra”. Para compor a cenografia,  apelou para vários amigos e alguns comerciantesa que esmprestaram móveis, adereços e  roupas. O filme foi exibido no Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju e Recife e participou do I Festival Internacional do Filme da Guanabara; do Festival do Cinema Baiano, em Fortaleza;  e da Noite do Cinema Brasileiro, organizado pela Embaixada dos Estados Unidos.
 
Três anos depois, realizou “Manhã Cinzenta”, com o registro de alguns protestos  contra a ditadura, pelo que foi detido, levado para local ignorado e ficou  incomunicável durante 12 dias. “Manhã Cinzenta”, embora proibido no Brasil, foi exibido com sucesso em festivais cinematográficos da Itália, Chile, França e Alemanha.
Em 1970, produziu o documentário “O Profeta de Feira de Santana”, onde focalizou a vida e a obra do artista plástico Raimundo de Oliveira.
 
Doente, realizou mais dois longa-metragens:  “O Forte” e “Pinto Vem Aí”.
Acometido de neoplasia pulmonar, Olney faleceu ainda moço,  no Rio de Janeiro, em 15 de feveriro de 1978. De sua filmografia constam 8 curtas, 3 médias e 4 longas metragens.
 
Depois de sua morte, várias personalidades  fizeram pronunciamentos elogiosos sobre a vida e a obra de Olney São Paulo:
"Olney é a Metáfora de uma Alegoria. Retirante dos sertões para o litoral – o cineasta foi perseguido, preso e torturado. A Embrafilme não o ajudou, transformando-o no símbolo do censurado e reprimido. "Manhã Cinzenta" é o grande filme explosão de 1968 e supera incontestavelmente os delírios pequeno-burgueses dos histéricos udigrudistas” (Glauber Rocha).
 
“A imagem que guardo do meu compadre é uma síntese daquele documentário que ele fez sobre os sábios do tempo, os velhos sertanejos que dominam sistemas ancestrais de medição meteorológica. Vejo-o de chapéu de couro, no raso da caatinga, conversando com os ventos, para saber de onde vêm e para onde vão” (Nelson Pereira dos Santos).
 
 
 
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