sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

MÃE SENHORA


 
MÃE SENHORA
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Maria Bibiana do Espírito Santo, conhecida como Mãe Senhora,  nasceu em Salvador, no dia 31 de março de 1880, sendo seus pais Félix do Espírito Santo e Caludiana do Espírito Santos. Foi a terceira Iyalorixá do Ilê Opô Afonjá. Descendente  da nobre família Asipá,  era neta de Marcelina da Silva, fundadora do Candomblé da Barroquinha, primeira casa de candomblé no BrasIL.
Foi Iniciada na nação de Ketu por Mãe Aninha, em 4 de novembro de 1907. Casou-secom Arsênio dos Santos e com ele teve um único filho, Deoscórides Maximiniano  dos Santos (Mestre Didi).

Possuia uma barraca na rampa do Mercado Modelo.  Pela  manhã  vendia  manga, araçá, mangaba, bolinhos, manauês e bolachinhas de goma.  No início da tarde  voltava para casa, levando  suprimentos  para o preparo dos  quitutes do dia seguinte. Em janeiro, por ocasião das festas do Senhor do Bonfim, vendia   cocada e outros doces, no largo da Ribeira.
Frequentava igrejas, e  assistia missas. Nas rua andava  como se fosse qualquer pessoa.  No terreiro de Candomblé, usava  as roupas do preceito, isto é, lenço na cabeça, bata, colar, balagandãs, berloques e saia rodada.

Em 1945, sete anos depois da morte de Mãe Aninha, Maria Babiana  passou a  Ialorixá . Como  mãe de santo, conta Agenor Miranda, “foi a verdadeira continuadora de mãe Aninha. Quando a conheci, diz ele,  Mãe Senhora  era  uma verdadeira rainha. Sabia ser dócil e meiga mas, também, sabia impor respeito, quando necessário.  Todos respeitavam Mãe Senhora. Eu era  amigo dela mas  sempre a respeitei  porque os antigos sempre tinham em mente a hierarquia. Ela era mais velha do que eu.”
Várias pessoas   abordaram  diferentes aspectos de Mãe Senhora:

1) Sinval da Costa Lima, disse que ela  “era uma mulher muito rigorosa com as coisas da seita;  não abria mão de nada que não fosse determinado, não fazia nada sem "ir ao pé de Xangô", isto é sem que ele autorizasse e confirmasse...”

2)  Sua neta Nídia, filha de Mestre  Didi contou  que na festa de Oxum Mãe Senhora se mudava para a casa de Oxum e lá permanecia  16  dias em companhia das pessoas mais íntimas. Na casa de Oxum cozinhava, lavava roupa e fazia as demais obrigações.

3) Moacyr Barreto Nobre acrescentou: “era uma maravilha. Eram 16 dias de obrigação para Oxum. Ela vibrava e dançava muito. Ela era leve, era linda”.

4) Mãe Carmen, filha de Menininha do Gantois, relatou  que Mãe Senhora Senhora “era bem meiguinha;  aquele jeito de Oxum, aquele carinho, mas na hora necessária tinha pulso forte. Era baixinha, meio forte, aquele jeito de mãezona, um jeito gostoso de baiana, que a gente não vê mais. Meio gordinha, meio redondinha, meio fofinha-, andar macio, pisando mais para um lado, aquele jeito manhoso de andar...”

5) Nancy Carybé contou que Mãe Senhora “tinha uma coisa que impressionava muito: era o de olhar para a pessoa e saber das coisas que se passavam com ela, o que ia em sua cabeça. Ela dizia  coisas que depois, quando se consultava os búzios, eles confirmavam tudo..."

6) Nídia Maria Santos recordou  que Mãe Senhora “não dava entrevista, não gostava de repórter. Só quem conseguia entrevistá-la era Jorge Amado, Antônio Olinto, Carybé, Camafeu de Oxóssi, que eram muito amigos dela.”

7) O antropólogo Vivaldo da Costa Lima, disse   que Mãe Senhora iniciou cerca de oitenta pessoas, sendo que apenas oito eram do sexo masculino.

Mãe Senora morreu em 22 de janeiro de 1967. Quinta feira, 19 de janeiro, recebeu a visita do amigo Luiz Domingos. Olhou para ele e disse: “Olhe, meu escurinho, no sábado eu quero comer peixe trazido por você”. Sexta feira, dia 20,  passou mal. No sábado  pela manhã  Luiz Domingos,  onforme prometera, mandou  peixe fresco  para o almoço; à tarde,  Jorge Amado levou o médico Menandro Novais  que,  ao examiná-la,  recomendou repouso.  Ela alegou que não podia repousar pois tinha de fazer as obrigações de Xangô. À noite foi dormir e, na madrugada de domingo, 22 de janeiro, faleceu.
 
FONTE: Wikepédia, a enciclopédia livre


Mãe Senhora, Jorge Amado, Zélia Gattai. Simone de
Beauvoir e Jean-Paul Sarte
 
 
 
Mãe Senhora, Vivado Costa Lima, Jorge Amado,
Zélia Gattai, Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

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