José Júlio de Calasans Neto, mais conhecido como Calasans
Neto, pintor, gravador, ilustrador, desenhista, entalhador e cenógrafo, nasceu em
Salvador, sendo seus pais José Júlio de
Calasans, médico psiquiatra, professor da Faculdade de Medicina da Bahia e Frieda Elisabeth Geiger de Calasans.
Acometido de poliomielite aos
sete anos de idade, ficou com algumas seqüelas, mas não se deixou abater pela
doença: subia e descia ladeiras, nadava muito e dirigia automóvel.
Concluído os preparatórios,
ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, onde foi
aluno de Mário Cravo Júnior e Genaro de Carvalho.
Em 1950 participou, com Glauber
Rocha e outros artistas, de um movimento de renovação das artes e das letras,
chamdo JOGRALESCA e criou a
revista Mapa e as “Edições Macunaína”.
Graduado, especializou-se em
gravura em metal e madeira, com
preferência para a correlação da
gravura com a cultura popular.
A partir de 1956, foi o
responsável por várias iniciativas:
1) Criou cenários para peças
teatrais (“A Jogralesca”, “Morte e Vida de Severina”, “Deus e o Diabo na Terra do
Sol”, de Glauber Rocha e “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancisco Guarnieri);
2) Ilustrou livros de Jorge Amado ("Tereza Batista Cansada
de Guerra" e "Tieta do Agreste"), Tasso Franco, Olga Savary, Zélia Gattai e Sônia
Coutinho, Ivan Rabinllo ("Aprendiz de Feiticeiro") e Silva Dutra ("Vinte e Cinco
Sonetos da Bahia");
3) Criou cenários para filmes famosos (“Deus e o Diabro
na Terra do Sol”, de Glauber Rocha; “Os Fuzis”, de Rui Guerra; “Sem Saída”,
“Memória de Deus”, “O Diabo em Monte Santo” e “Corobobó”, de Agnaldo Azevedo);
4) Criou obras para locais públicos (“Ode a Jorge
Amado”, escultura de ferro resinado e latão feita para a Ladeira do Abaeté,
“Sedes Sapientiae”, painel para Universidade de Louvain-la Neuve, na Bélgica e
“Teresa e Tieta”, painel para Fundação Casa de Jorge Amado).
Notabilizou-se pelas suas
gravuras mas foi na madeira que conquistou o reconhecimento internacional. Em suas gravuras retrata as
belezas e os mitos da Bahia. Na pintura eterniza suas lindas praias,
os encantos de Itapoan, o sol da Bahia, o
farol da Barra, o casario do Centro Histórico e as "baianas" das ruas e esquinas de Salvador.
O grande artista recebeu, famoso mundialmente, foi homenageado em várias oportunidades:
1) Em 1976, foi criado, em Natal-Rio
Grande do Norte, o Prêmio Calasans Neto;
2) Em 1979, foi inaugurada a Sala
Calasans Neto, no Inst. de Música da UCSal.
3) Em 1981 o Governo da Bahia outorgou a Ordem do Mérito, no Grau de
Comendador;
4) Em 1981, o Governo Federal outorgou
a Ordem de Rio Branco;
5) O cineasta Agnaldo Azevedo lançou
o documentário “Calazans Neto, Mestre das Artes e da Vida”.
Calazans Neto faleceu em
Salvador, no dia 1º de maio de 2006.
FONTE: Assis Gonçalves, Cassandra
de Castro. Tese de doutoramento sob orientação de Daisy Peccinini de Azevedo.
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