quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MANUEL QUERINO


        
 
 



Manuel Raimundo Querino, mais conhecido como Manuel Querino, nasceu em Santo Amaro da Purificação, em 28 de julho de 1851, sendo seus pais o carpinteiro José Joaquim dos Santos Querino e Luzia da Rocha Pita, negros libertos que faleceram vitimados pela cólera, no ano de 1855.
Com a morte dos pais, Manuel Querino foi entregue, a mando do Juiz dos Orfãos, a um tutor, o Bacharel Manuel Correia Garcia, residente em Salvador.
Diz Augusto Viana que o Dr. Manoel Correia Garcia “era um espírito elucidado, educado na Europa, cultor das letras e amante das coisas do ensino”. Consuelo Novais acrescenta: “era professor aposentado, político, jornalista e advogado, foi deputado pelo Partido Liberal, praticava o Espiritismo e era Doutor em Filosofia pela Universidade de Tubinge, na Alemanha”. Diz mais: “era professor de Aritmética, Desenho Linear e Caligrafia na Escola Normal e principal fundador do antigo Instituto Histórico da Bahia, em 1855 ou 1856”.
O tutor não fez de Manuel Querino um serviçal. Pelo contrário, o encaminhou para ser um homem de bem, e dedicado ao amor aos livros. Tentou atraí-lo para a pintura; o jovem, inspirado no exemplo do protetor, inclinou-se também para o magistério, a política e a pesquisa histórica e antropológica.
Com 16 ou 17 anos de idade, foi para Pernambuco e Piauí. Estando no Piauí, foi recrutado e enviado para treinamento no Rio de Janeiro. Mandado para a Guerra do Paraguai, foi promovido a cabo de esquadra.
Terminada a guerra, regressou à Bahia, onde trabalhou como pintor e decorador. Nas horas vagas, entregou-se ao estudo. Estudou francês no Colégio 25 de Março, foi um excelente aluno do Liceu de Artes e Ofícios, fez exames e foi aprovado com distinção.
Em 1877, o artista plástico Miguel Navarro y Cañizares, fundou a Escola de Belas Artes da Bahia; durante a construção da Escola, contratou Manuel Querino como pintor. Querino matriculou-se, primeiro no curso de desenho, depois no curso de arquitetura. Licenciado como professor de Desenho, lecionou no Colégio de Órfãos de São Joaquim e no Liceu. Foi professor de Desenho Geométrico em 1885 e agraciado como sócio benemérito, algum tempo depois.
Como decorador, desenhista e artista plástico, Manoel Querino produziu obras que mereceram medalhas de prata e de bronze, e menção honrosa,  em vários concursos promovidos pelo Liceu de Ares e Ofícios. Ninguém se empenhou, mais do que ele, pelo levantamento das artes na Bahia. Como arquiteto, concorreu a um projeto de escolas. Como funcionário público, exerceu diversos cargos na Diretoria de Obras e na Secretaria de Agricultura. Como político, militou no Partido Liberal, onde foi solidário ao seu padrinho e tutor, aos seus irmãos de cor, aos republicanos e aos abolicionistas. Foi candidato a Deputado Federal e membro do Conselho Municipal, por duas vezes, em 1881 e 1887-1889. Como jornalista, criou dois jornais, “A Província” (1887-1888) e “O Trabalho” (1892), nos quais escreveu artigos condenando as injustiças da escravidão, defendeu a "libertação dos escravos seguida de preparação para o mundo do trabalho”, e afirmou que “o ser humano não pode evoluir sem a educação". Como operário e artesão, além de defender os direitos dos operários,  incentivou a qualificação da mão de obra, o ensino profissional e a união dos operários. Liderou o Partido Operário e foi o representante da classe no Conselho Municipal da Cidade do Salvador (1880). Como intelectual, publicou“Artistas Baianos” (1909), “Bailes Pastoris” (1914), “A Raça Africana e os Seus Costumes na Bahia” (1916). “A Bahia de Outrora” (1916) e “O Colono Preto como Factor da Civilização Brasileira” (1918). Seu livro mais conhecido, “A Arte Culinária na Bahia”, foi lançada em 1928, cinco anos após a sua morte. Como professor, lecionaou Desenho Linear e Desenho Geométrico e publicou dois livros didáticos (“Desenho Linear das Classes Elementares” e “Elementos de Desenho Geométrico”.
David Brookshaw, pesquisador norte-americano, declarou que Manuel Querino seguiu as pegadas de Nina Rodrigues, defendeu os negros e exaltou suas qualidades e lutou pela reabilitação do mestiço urbano alfabetizado. "Seu papel, disse ele, pode ser comparado ao de Booker Washington nos Estados Unidos, de quem, aliás, era fervoroso admirador”
Manoel Raimundo Quirino faleceu em Salvador, no dia 14 de fevereiro de 1923.
 
 FONTE:
SabrinaGledhil
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HOMENAGENS A  MANUEL QUERINO,
 
 
 
 
 
BIBLIOTECA MANUEL QUERINO, NO PELOURINHO (SALVADOR)
 
 
 
OBRAS DE MANUEL QUERINO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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