JOÃO UBALDO RIBEIRO
João Ubaldo Osório Pimentel
Ribeiro, mais conhecido como João Ubaldo, escritor, jornalista, roteirista e
professor, membro da Academia de Letras da Bahia e detentor da maior premiação
para autores de língua portuguesa, nasceu em Itaparica em 23 de janeiro de 1941,
sendo seus pais Manoel Ribeiro, advogado de renome, fundador do curso de
Direito da Universidade Católica do Salvador, e Maria Felipa Osório Pimentel.
Ubaldo é autor de vários romances
(Setembro não tem sentido, Sargento Getúlio, Vila Real, Viva o povo brasileiro,
O sorriso do lagarto, O feitiço da Ilha do Povão, A Casa dos Budas Ditosos,
Miséria e grandeza do amor de Benedita, Diário do Farol e O Albatroz Azul),
Contos (Vencecavalo e o outro povo, e Livro de histórias), crônicas (Sempre aos
domingos, Um brasileiro em Berlim, Arte e ciência de roubar galinhas, O
Conselheiro Come, A gente se acostuma a tudo e Rei da Noite) e Ensaios
(Política; quem manda, por que manda, como manda), alem de obras
infanto-juvenis (Vida e paixão de Pandonar, o cruel, A vingança da Charles
Tiburone e Dez bons conselhos de meu pai)
*
Quando
completou dois meses de idade seus pais mudaram-se para Aracaju, onde
passou parte da infância. Em 1947, estudou
as primeiras letras com um professor particular. Alfabetizado, começou a ler Monteiro Lobato e outros autores de livros infantis. Em 1951, matriculou-se
no Colégio Estadual Atheneu Sergipense.
Nessa época foi tomado por uma
verdadeira paixão pela leitura. Foi um
excelente aluno. Seu pai exigia contas sobre os textos que
havia lido, obrigando-o a resumi-los e traduzir alguns trechos. Nas férias, ao invés de se divertir, lia tudo
que lhe chegava às mãos, praticava
latim, e copiava sermões do Padre
Vieira. Quando seus pais se mudaram para a Salvador, o jovem Ubaldo fez amizade com engenheiros
norte-americanos, e aprofundou seus
conhecimentos de inglês. Matriculou-se no curso clássico do Colégio da Bahia. No ano seguinte conheceu Glauber Rocha,
do qual se tornou grande amigo.
Em 1957, começou a trabalhar como
repórter no “Jornal da Bahia”, onde iniciou a vida de jornalista. Depois, se
transferiu para “A Tribuna da Bahia” e foi editor-chefe. Em 1959,
participou da antologia “Panorama do Conto Bahiano”, organizada por Nelson de
Araujo e Vasconcelos Maia. Ingressou na Prefeitura de Salvador, como Office-boi;
em seguida passou a redator, no Departamento Municipal de Turismo.
Concluído o curso clássico,
matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, pela
qual foi diplomado em 1962. No penúltimo ano do curso, editou
revistas e jornais culturais, leu e
releu os grandes mestres da literatura e
participou da coletânea de contos “Reunião”, editada pela Universidade
Federal da Bahia.
Em 1962, fez pós-graduação em
Administração Pública e, no ano seguinte, escreveu seu primeiro romance,
“Setembro não faz sentido”. Em 1964, foi
para os Estados Unidos, onde fez seu mestrado em Administração Pública e
Ciência Política. Regressou em 1965, quando começou a lecionar Ciências
Políticas na UFBa. Ao cabo de seis anos deixou a carreira acadêmica e voltou ao
jornalismo.
A partir de então, ganhou
notoriedade.
*
Seu estilo é caracterizado pela
ironia e pelo contexto social do Brasil, sem perder os liames com a cultura
portuguesa e a cultura africana. Às vezes, diz Antônio Olinto, “ele começa a
história pelo meio, como se ela já houvesse existido antes. Mas como falar
deste país sem o lanho do humor? Em tudo insere João Ubaldo a visão do
humorista, que vê o que não aparece, identifica a nudez das gentes, entende os
pensamentos ocultos".
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