ENTRADA DAS TROPAS BRASILEIRAS
EM SALVADOR, NO DIA 2 DE JULHO
DE 1823
João Francisco de Oliveira Botas,
mais conhecido como João das Botas, herói
da Independência, combateu as forças portuguesas nas águas da Bahia de Todos os
Santos, na ilha de Itaparica e no trecho
da costa, compreendido entre a Praia da Ponta da Areia e a barra do rio
Paraguassu.
Ao lado do almirante Lorde Thomas
Cochrane, comandante da esquadra brasileira, é considerado herói da Marinha Nacional.
Na época da proclamação da
Independência, nem todas as províncias aderiram à causa brasileira. O principal
foco de resistência contra o domínio lusitano concentrou-se na Bahia, onde o Governador
das Armas, General Madeira de Mello, tinha sobre seu comando apreciável força
de terra e mar.
Inicialmente, a reação foi desarticulada mas aos poucos foi se
organizando e se alastrando pelo
interior. Os portugueses recuaram, até se
confinarem à cidade de Salvador e arredores. No mar, todavia, conservaram a
supremacia.
A sorte da guerra acabou
dependendo do domínio da Bahia de Todos os Santos e, consequentemente, do
abastecimento das tropas e das cidades
envolvidas no movimento. Neste contexto, a vitória ficou nas mãos da “Flotilha Itaparicana” que durante sete
meses combateu, sem tréguas, a esquadra lusitana.
João das Botas recebeu ordem de
partir para Itaparica, e assumir o comando da flotilha. Ao chegar em Itaparica,
em fins de novembro de 1822, tomou as primeiras providências. Em 6 de dezembro, lançou ao mar o primeiro barco
artilhado, o “Pedro I”. Depois, acrescentou três outros barcos e pouco a pouco
foi aumentado seus liderados, até alcançar um contigente de cerca de 800
homens.
Os portugueses atacaram Itaparica com quarenta lanchas, dois brigues de guerra e várias canhoneiras. João das Botas, com quatro barcos, resistiu durante três dias, tornando impossíel o desembarque dos invasores.
Os portugueses perderam a
supremacia marítima e, ao mesmo tempo, ficaram cercados por terra, nas cercanias de Pirajá.
Em 2 julho de 1823, as tropas brasileiras entraram em Salvador.
O General Madeira de Melo rumou para
Portugal sob o fogo da Esquadra Brasileira. A Flotilha
Itaparicana, sob o comando de João das Botas, perseguiu os barcos lusitanos até alto mar.