segunda-feira, 12 de maio de 2014

VIVALDO DA COSTA LIMA

 
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Vivaldo da Costa Lima, antropólogo e Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia,  nasceu em Feira de Santana, no ano de 1925, sendo seu pai Paulo Costa Lima.
Ainda criança, mudou-se para Salvador, onde estudou as primeiras letras e realizou os preparatórios. Ingressou na Universidade Federal da Bahia, pela qual diplomou-se em odontologia no ano de 1944.
Em seguida foi para São Paulo, onde se especializou em cirurgia da boca. Regressando a Salvador, passou a se interessar pelas ciências sociais, dedicando-se especialmente à cultura afro-brasileira e à antropologia.  Ao lado de George Agostinho da Silva criou, em 1959, o Centro de Estudos Afro-Orientais (UFBa). Este Centro “orientou e formou muitos intelectuais negros, especialmente no Candomblé e abriu horizontes para os estudos sobre a África e os africanos no Brasil” (Franklin Machado).
Depois, foi para a África onde, de 1960 a 1963, se dedicou às pesquisas antropológicas, buscando ressonâncias entre os povos yoruba e ewefon, da Nigéria e do antigo Daomé e as práticas religiosas do Candomblé, praticadas nos principais terreiros de Salvador.
Regressando ao Brasil ingressou no corpo docente da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, onde substituiu o Prof. Thales de Azevedo.
Iniciado como ogã, consagrado ao orixá Ogum, tornou-se legítimo continuador dos estudos de Nina Rodrigues, Manoel Quirino, Arthur Ramos, Edison Carneiro, Ruth Landes, Roger Bastide, Estácio de Lima, Oscar Freire e Pierre Verger.
Como intelectual de grande prestígio, relacionou-se com  intelectuais, artistas e personalidades de destaque do mundo cultural de sua época, inclusive com Jean Paul Sarte e Simone de Beauvoir, seus hóspedes durante a estadia na Bahia.
Foi o primeiro diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), fundado em 1967.  Promoveu a restauração do conjunto arquitetônico do Pelourinho e implantou uma política, contrária aos conservadores. Para ele, a renovação arquitetônica deve ser acompanhada de integração social. Para ele o Pelourinho “não deve  ser só vitrina para turistas”.
Como professor de Antropologia, orientou muitos alunos, dentre os quais destacamos Ieda Pessoa de Castro, Júlio Braga, Ronaldo Senna, Vicente Deocleciano Moreira, Esterzinha Azevedo e Jeferson Bacelar (Franklin Maxado).
Dentre as homenagens recebidas destacamos o título de Professor Emérito, conferido em 2005 pela Universidade Federal da Bahia, por ocasião dos seus 80 anos de vida. A Prefeitura de Salvador deu o seu nome a um dos logradouros da capital baiana.
De sua bibliografia destacamos as seguintes obras:
A Família de Santo nos Candomblés Jeje-Nagôs da Bahia, Bahia, 1977
Encontro de Nações de Candomblé, Ianamá/Ceao, 1984
Cartas de Édison Carneiro a Artur Ramos 1936-1938 (org), Corrupio, 1987
Cosme e Damião - o Culto aos Santos Gêmeos no Brasil e na África, Corrupio, 2005,
Pouco antes de morrer, fez a introdução e as últimas notas em um livro inédito, intitulado “A comida de Santo em uma Casa de Queto na Bahia”, de autoria de Olga de Alaketo.
Sobre a vida e obra deste filho ilustre da Bahia, ressaltamos o trabalho "Vivaldo da Costa Lima- Intérprete afro-Brasil", organizado em 2007 pelos professores Cláudio Pereira e Jeferson Bacelar.
Vivaldo Costa Lima faleceu em 22 de setembro de 2010.
 
 
 
 
 

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