=vivaldo+da+costa+lima
Vivaldo da Costa Lima, antropólogo e Professor Emérito da
Universidade Federal da Bahia, nasceu em
Feira de Santana, no ano de 1925, sendo seu pai Paulo Costa Lima.
Ainda criança, mudou-se para Salvador, onde estudou as
primeiras letras e realizou os preparatórios. Ingressou na Universidade Federal
da Bahia, pela qual diplomou-se em odontologia no ano de 1944.
Em seguida foi para São Paulo, onde se especializou em
cirurgia da boca. Regressando a Salvador, passou a se interessar pelas ciências
sociais, dedicando-se especialmente à cultura afro-brasileira e à antropologia.
Ao lado de George Agostinho da Silva
criou, em 1959, o Centro de Estudos Afro-Orientais (UFBa). Este Centro “orientou
e formou muitos intelectuais negros, especialmente no Candomblé e abriu
horizontes para os estudos sobre a África e os africanos no Brasil” (Franklin
Machado).
Depois, foi para a África onde, de 1960 a 1963, se dedicou às
pesquisas antropológicas, buscando ressonâncias entre os povos yoruba e ewefon,
da Nigéria e do antigo Daomé e as práticas religiosas do Candomblé, praticadas nos
principais terreiros de Salvador.
Regressando ao Brasil ingressou no corpo docente da Faculdade
de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, onde
substituiu o Prof. Thales de Azevedo.
Iniciado como ogã, consagrado ao orixá Ogum, tornou-se
legítimo continuador dos estudos de Nina Rodrigues, Manoel Quirino, Arthur
Ramos, Edison Carneiro, Ruth Landes, Roger Bastide, Estácio de Lima, Oscar
Freire e Pierre Verger.
Como intelectual de grande prestígio, relacionou-se com intelectuais, artistas e personalidades de
destaque do mundo cultural de sua época, inclusive com Jean Paul Sarte e Simone
de Beauvoir, seus hóspedes durante a estadia na Bahia.
Foi o primeiro diretor do Instituto do Patrimônio Artístico
e Cultural da Bahia (IPAC), fundado em 1967. Promoveu a restauração do conjunto
arquitetônico do Pelourinho e implantou uma política, contrária aos
conservadores. Para ele, a renovação arquitetônica deve ser acompanhada de
integração social. Para ele o Pelourinho “não deve ser só vitrina para turistas”.
Como professor de Antropologia, orientou muitos alunos,
dentre os quais destacamos Ieda Pessoa de Castro, Júlio Braga, Ronaldo Senna,
Vicente Deocleciano Moreira, Esterzinha Azevedo e Jeferson Bacelar (Franklin
Maxado).
Dentre as homenagens recebidas destacamos o título de
Professor Emérito, conferido em 2005 pela Universidade Federal da Bahia, por
ocasião dos seus 80 anos de vida. A Prefeitura de Salvador deu o seu nome a um
dos logradouros da capital baiana.
De sua bibliografia destacamos as seguintes obras:
A Família de Santo nos Candomblés Jeje-Nagôs da Bahia,
Bahia, 1977
Encontro de Nações de Candomblé, Ianamá/Ceao, 1984
Cartas de Édison Carneiro a Artur Ramos 1936-1938 (org),
Corrupio, 1987
Cosme e Damião - o Culto aos Santos Gêmeos no Brasil e na
África, Corrupio, 2005,
Pouco antes de morrer, fez a introdução e as últimas notas
em um livro inédito, intitulado “A comida de Santo em uma Casa de Queto na
Bahia”, de autoria de Olga de Alaketo.
Sobre a vida e obra deste filho ilustre da Bahia,
ressaltamos o trabalho "Vivaldo da Costa Lima- Intérprete afro-Brasil",
organizado em 2007 pelos professores Cláudio Pereira e Jeferson Bacelar.
Vivaldo Costa Lima faleceu em 22 de setembro de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário