terça-feira, 27 de maio de 2014

ADELELMO NASCIMENTO

 
ADELELMO  NASCIMENTO
=adelelmo+nascimento
 
Afirma Nei Lopes em seu “Dicionário Escolar Afro Brasileiro” que o violinista Adelelmo do Nascimento nasceu em Feira de Santana, em 1852 e faleceu em Paris, em 1898. O local e a data do nascimento deste filho ilustre da Bahia são incertos. Alguns afirmam que ele nasceu na freguesia de Santana. O historiador Guilherme Melo diz que Adelelmo nasceu na freguesia da Sé, em Salvador, em 1848.
Sua mãe chamava-se Felippa Gouveia de Portugal. Seu pai, José Francisco do Nascimento, foi um conhecido clarinetista, de quem Adelelmo herdou o gosto pela música, tomou as primeiras lições de rudimentos de violino e sucedeu como mestre da capelania  da Sé.
Aos estudos iniciais  com o seu progenitor, seguiram-se a aprendizagem com um professor chamado Isidoro. Posteriormente Adelelmo tomou lições com o  violinista Giuseppe Baccigaluppi, italiano de Gênova que morou durante vinte anos  no Brasil e que  passou algum tempo na Bahia como professor da Sociedade de Belas Artes.
Após a conclusão do curso primário, Adelelmo freqüentou o Liceu Provincial e o Colégio Oito de Dezembro, onde realizou os preparatórios para entrar na Faculdade de Medicina e se matricular no curso de Farmácia, projeto que não se realizou.
Pouco depois assumiu a mestrança da capelania da Sé, da qual foi, pouco tempo depois, demitido. A partir de então  enfrentou dias difíceis: ficou desempregado e, como se não bastasse,  teve de lutar contra a inveja de seus rivais.
Graças a influência de amigos conseguiu, durante as temporadas artísticas do Teatro São João,  o lugar de  1º violinista e, vez por outra, regente. Na condição de maestro atuou durante a apresentação da companhia artística de Eva Carlani, o que de certo modo contribuiu para o  fortalecimento do seu nome.  Pouco depois recebeu o convite de Carlos Gomes para dividir consigo a regência de “O Guarani” durante a temporada lírica de 1880, na cidade do Salvador. A partir de então surgiram outras oportunidades: a de dividir o palco com o violinista cubano José White e a de excursionar com a companhia lírica de Tomás Passini, como 1º Violino  e 2º Regente. Nesta condição chegou a Belém. Na capital paraense recebeu um convite do diretor da Instrução Pública do Amazonas, Pedro Ayres Marinho, para ocupar a vaga de professor de música (disciplina de caráter obrigatório nos cursos primário, médio e normal, no  Estado do Amazonas).
Em 14 de julho de 1883, terminado  o contrato com a companhia lírica, Adelelmo foi nomeado professor da Escola Normal do Amazonas, do Instituto dos Educandos Artífices e do Ginásio Amazonense.
Sua atividade em Manaus foi meritória. Ao  Instituto dos Educandos Artífices, fez chegar os instrumentos de cordas e de metal necessários, deu continuidade à banda marcial e organizou uma orquestra, sendo maestro de ambas. Com este  eficiente e dedicado trabalho lançou novos valores na carreira musical, como por exemplo Lourival Muniz e Gentil Bittencourt que foram à França aperfeiçoar-se em violino. O próprio Adelelmo atuou como 1º violino e regente substituto em diversas temporadas líricas.
Aposentando-se em 1897, foi viver na França onde morreu no ano seguinte, deixando uma legião de discípulos e  admirados espalhados pelo Brasil. Somente no Ginásio Amazonense, orientou mais de 400 alunos. Em 1904 o Governo do Amazonas publicou  o  “Método Adelelmo do Nascimento”, por ele escrito para os alunos do Ginásio Amazonense e da Escola Normal.

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