RICARDO CASTRO
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Ricardo Castro, pianista e maestro brasileiro, nasceu em
Vitória da Conquista, no ano de 1964.
Aos três anos, tomando parte nas aulas que sua irmã tomava
com uma tia, demonstrou apurado gosto pelo piano. Aos cinco, foi aceito em
caráter excepcional nos Seminários de Música de Salvador, oportunidade em que esteve
sob os auspícios de Hans Joachim
Koellreuter e Ernest Widmer. Aos oito, fez a sua estreia em um recital solo,
tocando composições de Bach, Diabelli, Haydn e Villa-Lobos. Aos dez, foi
solista do Concerto para piano em Ré Maior de Haydn, acompanhado pela Orquestra
Sinfônica da Universidade Federal da Bahia. Aos dezesseis, apresentou-se em São
Paulo, com a Orquestra Sinfônica Estadual, regida por Eleazar de Carvalho, no
Concerto para piano em La menor de Grieg. Finalmente, aos vinte, às suas
próprias custas, foi estudar na Europa, onde ingressou no Conservatório
Superior de Música de Genebra nas classes de virtuosidade e regência,
ministradas respectivamente por Maria Tipo e Arpad Gerecz. Dos cinco aos
dezoitos anos, foi discípulo de Esther Cardoso e Madalena Tagliaferro. Desta
última recebeu o elogio que abaixo reproduzimos: “Ricardo Castro é um grande
artista e um grande pianista. Só lhe falta envelhecer”.
Em 1985, conquistou o primeiro lugar do concurso Rahn em
Zurique e em 1986 o primeiro lugar no de Pembaur, em Berna. Assim
credenciado, recebeu do Conservatório de Genebra, no ano seguinte, o “Premier
Prix de Virtuosité avec Distinction et Félicitations du Jury”.
Ainda em 1987, foi vencedor do Concurso Internacional da ARD
de Munique e pouco depois completou seus estudos de piano em Paris, como aluno
de Dominique Merlet.
Em 1993, conquistou o primeiro lugar no famoso “Leeds
International Piano Competion”, na Inglaterra (primeiro vencedor da América
Latina, desde sua fundação, em 1963).
Passando a residir na Suíça, foi convidado a dar concertos
na BBC Philharmonic de Londres e em várias outras orquestras européias. Nesta
oportunidade, colaborou com regentes famosos, tais como Simon Rattle, Yakov
Kreizberg, John Neschling, Kazimierz Kord, Gilbert Varga, Alexander Lazarev e
Michioshi Inone.
Em 2003, iniciou uma colaboração em duo com a pianista
portuguesa Maria João Pires, com a qual realizou vários recitais em Viena,
Barcelona, Frankfurt, Madri, Amsterdam e Zurique.
Ricardo Castro já gravou diversos discos com obras de
Mozart, De Falla, Liszt e Chopin (este último, em comemoração dos 150 anos de
nascimento do grande compositor polonês).
Sua atividade pedagógica e social é intensa:
- É professor de grupo de jovens pianistas profissionais na Haute École de Musique de Friburgo (Suiça),
- Apoia o Projeto Axé, em Salvador,.
- Apoia o programa Conquista Criança, em Vitória da Conquista,
- É Diretor Geral e Artístico dos Núcleos de Orquestras Juvenis e Infantis do Estado da Bahia (Neojiba).
A discografia de Ricardo Castro, registra:
1990 - Olivier Messiaen - Quatuor pour la fin des temps
Em 14 de maio de 2013, em cerimônia realizada em Londres, Ricardo
Castro recebeu o “Honorary Membership of the Royal Philarmonic Society”. Foi o
primeiro brasileiro a receber esta distinção, criada em 1826, quando Carl Maria
von Weber a recebeu pela primeira vez. Depois dele, o título foi concedido
apenas a 131 personalidades: Mendelssohn (1829), Rossini (1839), Berlioz
(1859), Wagner (1860), Brahms (1882), Clara Schumann (1887), Tchaikovsky(1889),
Serguei Rachmaninov (1902), Stravinsky (1921), Aaron Copland (1970), Paul
Sacher (1991), Evelyn Barbirolli (2001) e outros famosos compositores,
maestros, interpretes, editores e educadores.
Ricardo Castro tem pouco interesse pela carreira solo,
preferindo o duo, música de câmara, concertos, atividades pedagógicas e sociais e,
sobretudo, a educação musical. “A música, diz ele, precisa ser compartilhada
não só através de apresentações mas também pelo ensino sistemático”. Por isso,
desde 1992, ensina na classe de mestrado da Haute École de Musique de Lausanne,
na Suíça.
Ao lado de sua atividade acadêmica, dedica-se a programas
sociais para jovens e crianças. A partir de 2007 assumiu o encargo de implantar e dirigir em
Salvador um projeto inspirado no “El Sistema” da Venezuela e apoiado pelo seu
fundador José Antônio Abreu. A convite do Governo da Bahia, criou o NEOJIBA
(Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), programa
pioneiro no Brasil. O NEOJIBA já
realizou apresentações em importantes
salas de concerto, tais como o ‘Queen Elizabeth Hall’ de Londres, o “Victoria
Hall” de Genebra, o ‘Konzerhaus’ de
Berlim, o “Centro Cultural de Belém” em Lisboa e a “Sala São Paulo” na capital
paulista.
“Ricardo Castro, afirma Teixeira Gomes, conseguiu extrair pepitas
de ouro, onde antes parecia haver apenas um sáfaro deserto de vocações musicais
(no campo, naturalmente, da música clássica na Bahia). Essas “pepitas” são os
jovens que, em tão pouco tempo, ele formou e congregou em torno da Orquestra
Juvenil da Bahia, fundada em 2007 e hoje uma realidade no panorama musical
brasileiro”.
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