JOÃO DA GAMA FILGUEIRA LIMA (LELÉ)
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João da Gama Filgueira Lima, mais conhecido como Lelé, nasceu no Rio de Janeiro, em 10 de janeiro de
1932. Apesar de ter nascido no Rio, ele viveu a maior parte de sua vida adulta em
Brasília e Salvador.
Concluídos os estudos preparatórios, ingressou na
Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), pela
qual se formou em arquitetura, no ano de 1955.
Desde os primeiros dias de seu exercício profissional, recebeu
a influência de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Nauro Esteves, pelo que mudou-se
para Brasília, no exato momento em que foi iniciada a construção da nova
capital. Trabalhando com esse grupo pioneiro, constuiu, projetou e colaborou na
edificação da metrópole brasileira.
Em 1962, ingressou no corpo docente da Universidade Nacional
de Brasília, da qual se afastou em 1965, com outros 209 professores e
servidores, em protesto pela repressão policial contra a referida universidade.
Foi reintegrado em 1990 e neste ano se aposentou.
Seu interesse pela arquitetura industrializada surgiu durante
a construção de Brasília, quando se viu obrigado a edificar um número
infindável de acampamentos e barracões de madeira. Nesta época sentiu a
necessidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a racionalização do concreto
armado, o que o levou aos países do leste europeu: União Soviética,
Tchecolosvaquia e Polônia. “A equipe foi aumentando—disse ele, e, com ela, a necessidade de fazer as coisas
andarem mais depressa. Daí o interesse pelos pré-fabricados. Na própria
construção dos prédios principais seria preciso industrializar alguma coisa,
aproveitar os elementos repetitivos para ganhar tempo na construção”
Poucos arquitetos brasileiros possuem tantos projetos espalhadas pelo país. No Distrito Federal, o
Memorial Darcy Ribeiro da Universidade Nacional de Brasília, os Hospitais
Regionais de Ceilândia e Taguatinga e o Hospital Sarah Kubitscheck de Brasília.
No Norte e Nordeste, a Sede do Tribunal de Contas da União em Sergipe e os
Hospitais Sarah Kubitscheck de Natal, Recife, Fortaleza e São Luiz. No Rio de
Janeiro, o Presídio de Segurança Máxima. Em Salvador, o Palácio Thomé de a Souza,
a Sede do Tribunal de Contas da União, o Hospital Sarah Kubitscheck, o Mercado
Municipal de Paripe, a Estação da Lapa, o Convento de Brotas, a Igreja dos
Alagados, a Igreja da Ascenção do Senhor e vários edifícios do Centro Administrativo, além das passarelas
coloridas que são a marca da capital baiana.
Os projetos de João
Filgueira Lima se caracterizam pela busca da racionalização e da
industrialização. Sua preocupação máxima eram as exigência do clima e a pre-fabricação.
A ele devemos métodos e processos inéditos de construção, o que o levou a
possuir mais de uma fábrica de pré-moldados. Poucos como ele souberam utilizar
a “argamassa armada”. Empregou este
material (nata de cimento e malha de ferro) para desenvolver peças mais leves e
flexíveis, tais como as placas utilizadas na urbanização e melhoria de algumas
áreas de ocupação irregular nas encostas de Salvador. Lelé desenvolveu projetos
de escadarias drenantes, contenções de encostas e canais de drenagem em vários bairros da capital baiana. A
experiência serviu para a instalação de fábricas de equipamentos urbanos em Abadiânia
(Goiás) e Salvador.
No Centro de Tecnologia da Rede Sarah, em Brasília, ele
desenvolveu projetos de construção de novos hospitais e equipamentos
especializados, tais como o da cama-maca móvel utilizada pelas unidades da
rede.
De sua autoria são os projetos e a construção dos Tribunis
de Contas da União em Salvador, Aracaju, Cuiabá, Terezina, Vitória e Belo
Horizonte..
Em 2003 recebeu o título de professor Honoris Causa da
Universidade Federal da Bahia e no Rio de Janeiro existe um logradouro com o
seu nome.
João Figueira Lima faleceu em Salvador, no dia 21 de maio de
2014.
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