C3%A3o_da_Rocha_Pita
Sebastião da Rocha Pita, advogado, historiador e poeta
baiano, nasceu em Salvador, em 3 de maio de 1660.
Realizou os primeiros estudos em sua terra natal, onde foi
aluno do Colégio dos Jesuitas e obteve o grau de Mestre em Artes. Aos 16 anos
foi para Portugal, matriculou-se na Universidade de Coimbrra e fez o curso de ciências
jurídicas.
Excelente historiador, tanto de Portugal quanto do Brasil, foi
acadêmico supranumerário da Academia Real de História Portuguesa e pertenceu a Academia Brasílica dos Esquecidos, da qual foi
um dos fundadores.
De sua bibliografia constam, além de vários sonetos, dois
registros históricos: um sobre a cidade da Bahia e outro sobre a vida e a morte de D. Leonor Josepha de Vilhena.
Sua obra prima é a “História da América Portuguesa”. Depois de sua morte foram
publicados “O Tratado Político de Sebastião da Rocha Pita” (1972) e “Oração do acadêmico
vago Sebastião da Rocha Pita presidindo a Academia Brasílica”(1974).
A “História da América Portuguesa”, fruto de laboriosa
pesquisa nos arquivos de Lisboa, foi publicada em 1730. Em linguagem da época,
assim descreve as maravilhas do Brasil:
“Do Novo Mundo, tantos séculos escondido e de tantos sábios
caluniado, onde não chegaram Hanão com suas navegações, Hércules Líbico com
suas colunas, nem Hércules Tebano com suas empresas, é melhor porção o Brasil;
vastíssima região, felicíssimo terreno, em cuja superfície tudo são frutos, em
cujo centro tudo são tesouros, em cujas montanhas e costas tudo são aromas,
tributando os seus campos o mais útil alimento, as suas minas o mais fino ouro,
os seus troncos o mais suave bálsamo, e os seus mares o âmbar mais seleto,
admirável país, a todas as luzes rico, onde, prodigamente profusa, a natureza
se desentranha nas férteis produções, que em opulência da monarquia e benefício
do mundo apura a arte, brotando as suas canas espremido néctar, e dando as suas
frutas sazonadas a ambrósia de que foram mentida sombra o licor e vianda que
aos seus falsos deuses atribuía a culta gentilidade. Em nenhuma outra região se
mostra o céu mais sereno, nem madruga mais bela a aurora: o sol em nenhum outro
hemisfério tem os raios tão dourados, nem os reflexos noturnos tão brilhantes;
as estrelas são as mais benignas e se mostram sempre alegres; os horizontes, ou
nasça o sol, ou se sepulte, estão sempre claros; as águas, ou se tomem nas
fontes pelos campos, ou dentro das povoações nos aquedutos, são as mais puras;
é, enfim, o Brasil terrenal paraíso descoberto, onde têm nascimento e curso os
maiores rios; domina salutífero clima; influem benignos astros, e respiram
auras suavíssimas, que o fazem fértil e povoado de inúmeros habitadores, posto
que, por ficar debaixo da tórrida zona, o desacreditassem e dessem por inabitável
Aristóteles, Plínio e Cícero; e com os
gentios os padres da Igreja, Santo Agostinho e Beda, que, a terem experiência
deste feliz orbe, seria famoso assunto das suas elevadas penas, aonde a minha
receia voar, posto que o amor da Pátria me dá asas, e a sua grandeza me dilata
a esfera’.
Sua primeira biografia, escrita pelo historiador João Manuel Pereira da Silva
e publicada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, data de 1849. Joaquim
Manoel de Macedo, autor de “A Moreninha”, orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, lembra que “até o fim
do século XVIII o Brasil, embora já tivesse história, ainda não tinha
historiador”. Sebastião da Rocha Pita foi o primeiro.
Além de importante historiador, Sebastião da Rocha Pita foi poeta
conhecido e festejado, coronel do regimento de ordenanças, fidalgo da casa
real, cavaleiro da ordem de Cristo, vereador em Salvador e estudioso de várias línguas.
Alguns críticos têm procurado ressaltar a importância de Rocha
Pita como poeta, destacando-se dentre eles Temístocles Cézar. Afrânio Coutinho enxerga nos versos deste poeta
seiscentista “verdadeiros jogos literários”, certa “habilidade de expressão” e alguma “técnica versificatória”.
Sebastião da Rocha Pita faleceu no dia 2 de novembro de
1738, na cidade de Cachoeira (onde se estabeleceu desde seu casamentocom Ana
Cavalcanti).
Meu mais ilustre ancestral.
ResponderExcluirBoa noite!
ResponderExcluirQuais os nomes dos filhos ou irmão de Sebastião da Rocha Pitta?
Procuro um Capitão José da Rocha Pitta, da Bahia ...
Queria saber qual o parentesco que eles teriam.
Marcos, se você descobrir me conte rsss!! Quero conhecer minha ascendência.
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