ESTEVAM MOURA
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Estevam Pereira de Moura, mais conhecido como Estevam Moura,
musicista, compositor de marchas, dobrados e músicas para filarmônicas, nasceu
em Santo Estevão, no dia 13 de agosto de 1907, sendo seus pais João Pedreira
Moura e Minervina Carvalho Moura.
Seu pai faleceu quando Estevam tinha três anos de idade, deixando sua família má condição financeira. Sua mãe, mulher forte e decidida,
criou seus filhos com o ofício de costureira, dando exemplo de rara dignidade.
Estevam demonstrou, desde criança, forte inclinação para
música, tocando flautas feitas com galhos de mamoeiro nas festas de Santo
Estevão. Utilizava também um instrumento indígena, feito de cerâmica e chamado “ocarina”
por ele mesmo fabricado, do qual extraia belíssimo som.
Aos sete anos ingressou em uma escola pública. Sua
professora, notando sua habilidade e aproveitando a oportunidade em que Santo
Estevão organizava sua primeira filarmônica, o encaminhou para os responsáveis
pela banda musical. Ali, na Filarmônica 26 de Dezembro, Estevam foi aluno
do Prof. Manoel Luis de França. Bem cedo
aluno e professor entraram em discordância a respeito da colocação de uma nota
musical em um dobrado. A disputa chegou ao conhecimento do público e se
espalhou, didivindo a cidade. A Lira Cachoeirana (de Cachoeira), escolhida para árbitro da contenda, decidiu
que Estevão estava com a razão. O maestro, envergonhado, abandonou a cidade
passando a regência da Filarmônica 26 de Dezembro para o professor Sobral. Este,
reconhecendo o valor de Estevam, decidiu entregar a batuta ao jovem aluno.
Estevam, entusiasmado, assumiu o cargo e compôs
seu primeiro dobrado.
Em 1925, com a decadência econômica da Filarmônica 26 de
Dezembro, Estevam Moura se mudou para Bonfim de Feira a fim de reger a Filarmônica Minerva. Em
Bonfim de Feira, então distrito de Feira de Santana, permaneceu sete anos. Compôs
diversos dobrados e conheceu a jovem Regina Bastos de Carvalho com a qual
manteve tumultuado romance. Enfrentado a oposição da família de Regina, fugiram
para Santo Estevão e ali se casaram no ano de 1931.
Em seguida o casal foi residir na cidade de Afonso Pena
(hoje Conceição de Almeida), onde Estevam ocupou o cargo de regente da
Filarmônica local. No ano seguinte, mudaram-se para Feira de Santana, onde
nasceu o segundo filho, Ernani, apelidado de “Tusca”. Para ele Estevam compôs
um de seus mais belos dobrados. Compôs também um dobrado em honra ao Deputado
Arnold Silva, prefeito de Feira de Santana. Outras composições da mesma época
são a marcha “Constelação”, os dobrados “Magnata”, “João Almeida”, “Vida e
Morte”, o Fox “Reveilion”, o “Hino do Congresso Eucarísitico” e muitas “Ave
Maria”.
Sua grande aspiração era fundar uma escola de música em
Feira de Santana, o que se tornou quase realidade quando, ao lado da professora
Georgina Erismann e outros, realizou uma tentativa infelizmente frustrada.
Com o intuito de incentivar os feirenses pelo gosto da
música, criou o Coral São Miguel com quarenta vozes masculinas.
Durante muitos anos foi professor de música no Ginásio
Santanópolis.
Recebeu muitos convites para ser músico no Rio de Janeiro,
cidade que visitou na década de 40 como participante de uma temporada do Corpo
de Bombeiros de Salvador. Ainda na
década de 40, Estevam Moura, regendo a Filarmônica 25 de Março, de Feira de
Santana, se apresentou na Rádio Nacional
e provavelmente na Rádio Ministério da Educação.
Muito educado, gozava a fama de ser verdadeiro “gentleman”. Mantinha
intensa vida social e andava sempre bem vestido. Nas Micaretas de Feira de
Santana e em outras festas populares da cidade, regia a Filarmônica 25 de Março.
Visinho, e grande amigo, de Georgina Erismann, com ela
aprendeu piano, aprofundou seus conhecimentos musicais, e compôs algumas produções.
Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, enfrentando a falta
de palhetas importadas para instrumentos de sopro, passou a fabricá-las,
atendendo pedidos de várias cidades do Brasil.
Morreu em Feira de Santana, no dia 8 de maio de 1951.
Suas músicas são até hoje executadas por várias filarmônicas
de Cachoeira, Maragogipe, Santo Amaro e outras cidades baianas. Em 1978, por
ocasião de um concurso nacional de filarmônicas promovido pela Rede Globo de
Televisão, transmitido para todo o Brasil, com a participação de filarmônicas
de várias regiões do Brasil, esteve presente a Sociedade Filarmônica 25 de
Março de Feira de Santana, interpretando composições de Estevam Moura. Obteve o
segundo lugar na classificação final. Do júri participaram renomados maestros,
como Edino Krieger, Marios Nobre, Isaac Karabithevsky e Júlio Medaglia. O
maestro Marios Nobre fez emocionante pronunciamento, lamentou a morte precoce de
Estevam Moura e a falta de reconhecimento do seu trabalho.
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O festival nacional de bandas, realizado pela FUNARTE, na qual a 25 de Março participou, foi em 1977, pois a mesma foi campeã do festival do interior em 1976. Em 1978 quem participa é a filarmônica 25 de Dezembro de Irará, ficando em quinto lugar ( foi a campeã do Festival do Interior, no campo Grande, em 1977). Apenas essa duas filarmônicas baianas participaram do Festival Nacional de bandas.
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