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Antônio Joaquim Pires de Carvalho
e Albuquerque, Barão e Visconde com Grandeza da Casa da Torre de Garcia d´Ávila, nasceu
em Salvador no dia 12 de fevereiro de 1785, sendo seus pais o capitão-mor José
Pires de Carvalho e Albuquerque e Ana Maria de São José e Aragão.
Em sua atribulada existência foi portador dos seguintes cargos e
honrarias: Capitão de Ordenanças de Santo Amaro da Purificação, Capitão-Mór da
Vila de Santo Amaro, Oficial Tesoureiro do Regimento de Artilharia da Cidade do
Salvador, Coronel do Regimento de Milícias e Marinha da Torre, Membro do
Conselho Geral da Capitania da Bahia, Secretário de Estado do Governo do Brasil,
Familiar do Santo Ofício, Comendador da Ordem de Cristo, Oficial da Imperial
Ordem do Cruzeiro, Cavaleiro da Casa Imperial, Gentil-homem da Câmara, Oficial
da Imperial Ordem de Avis, Grande do Império, Coordenador e Comandante do Exército
Libertador que lutou pela Independência da Bahia e do Brasil.
Em 1 de dezembro de 1811, foi honrado com o título de Barão da
Torre de Garcia D´Ávila, único título outorgado no dia da coroação de D. Pedro I e, durante
quase dois anos, o único título nobiliárquica existente no Brasil.
O Decreto tem o seguinte texto: "Havendo
respeito aos grandes merecimentos e distintas qualidades que concorrem na
pessoa do Coronel Comendador Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque,
Senhor da Torre de Garcia d'Ávila na Província da Bahia; e aos relevantes
serviços que tem prestado com a maior honra, patriotismo, decidido entusiasmo
em bem do Estado e gloriosa causa da Independência e Constituição do Império; e
considerando também ser a Casa tal, por sua antigüidade e nobreza que os que
nela sucederem me poderão sempre servir e aos meus Augustos Sucessores tão honradamente
como deles espero, e o fizeram os de quem ele descende, cuja memória Me é muito
presente; E por folgar outrossim que por todos estes motivos e pela muito boa
vontade que tenho de lhe fazer Mercê (sendo por certo de quem ele é) Me saberá
sempre merecer, continuando a prestar à Nação iguais serviços; Me praz e Hei
por bem de lhe fazer Mercê, como faço, do Título de Barão da Torre de Garcia
d'Ávila, elevando por este modo o Título de Senhorio de que de tempos antigos
tem gozado a sua Casa e Família. Paço em o primeiro de Dezembro de mil
oitocentos e vinte dois, primeiro da Independência e do Império."
Imperador D. Pedro I
José Bonifácio de Andrada e Silva
(Arquivo Nacional, Rio de Janeiro / Graças Honoríficas).
José Bonifácio de Andrada e Silva
(Arquivo Nacional, Rio de Janeiro / Graças Honoríficas).
Em 12 de janeiro, o Barão agradeceu ao Imperador, dizendo: “Nada mais me
resta, Senhor, que de novo possa oferecer à Vossa Majestade Imperial, porque
honra, vida e fazenda há muito dediquei à defesa da Pátria". (Arquivo
Nacional, Rio de Janeiro, lata 34). O fato de mencionar o “Coronel Comendador
Antônio Joaquim como Senhor da Torre de Garcia d´Àvila”, da qual era ainda
herdeiro, suscitou um protesto de sua mãe D. Anna Maria de São José e Aragão,
detentora do vinculo (Rui Vieira da Cunha, “Estudo da Nobreza Brasileira”,
1996).
Affonso De Taunay, em sua obra “Grandes
Vultos da Independência do Brasil”, comemorativa do Primeiro Centenário da
Independência, assim se refere à participação da Casa da Torre nas lutas pela
Independência na Bahia: “Feliz casal, o do Secretário de Estado do Governo do
Brasil e de D. Anna Maria de São José e Aragão! Três varões ilustres dele
provieram: Joaquim, Antônio Joaquim e Francisco Elesbão Pires de Carvalho e
Albuquerque. Um deles - Francisco Elesbão Pires de Carvalho e Albuquerque,
depois Barão de Jaguaripe, membro da junta administrava, ditatorialmente
dissolvida pelo General Madeira, eleito para a junta revolucionária, aclamado
seu presidente, é o chefe do Governo que dirige a Província em todo esse
dificílimo período. Outro - o Coronel de Linha Joaquim Pires de Carvalho e
Albuquerque, Brigadeiro graduado, Barão e depois Visconde de Pirajá, envolve-se
nas primeiras conspirações; submetido a Conselho, retira-se para os seus
engenhos, levanta os ânimos, arma soldados a sua custa e é quem primeiro se
apresenta no campo de luta, de que saiu arruinado. Outro finalmente, o
primogênito, que lhe havia de suceder, como sucedeu, nos bens e títulos da Casa
- o Coronel Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Barão e depois
Visconde da Torre de Garcia d'Ávila, seguiu para o seu Castelo, onde organizou
e de onde comandou a base de operações do exercito libertador, renovando os
relevantíssimos serviços que na invasão holandesa prestara seu avô Francisco de
Avila ... . "
Em 2 de julho de 1825, o
Imperador D. Pedro I criou a Medalha da Independência, também chamada Medalha
da Restauração da Bahia e com ela condecorou os três irmãos.
Em 12 de outubro de 1826, o Visconde
da Casa da Torre com a filha de seu irmão, o Coronel de Linha Brigadeiro
Graduado Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde de Pirajá, e de sua
mulher Maria Luiza Queiroz de Teive e Argolo.
Antônio Joaquim Pires de Carvalho
e Albuquerque faleceu em Salvador, em 5 de dezembro de 1852, vitimado por uma
doença do coração. Com sua morte, já extinto o regime de Morgadio no Brasil
desde 1835, não houve sucessão do Morgado, nem de seus anexos, por não mais
existirem os vínculos.
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