A MORTE DE JUDAS MACAGEU - JOSÉ TEÓFILO DE JESUS
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José Teófilo de Jesus, mais conhecido como Teófilo de Jesus,
pintor, dourador encarnador e decorador, nasceu em Salvador, no ano de 1758, sendo seus
pais Antônio Feliciano Borges e Josefa de Santana.
Iniciou sua vida artística bem jovem, como discípulo de José
Joaquim da Rocaha, criador da Escola Baiana de pintura, mas nunca o superou. Com
ele aprendeu a dourar e pintar figuras
secundárias de tetos e painéis. Em 1788, entrou para o serviço militar e em
1893 foi contratado pela Sé de Salvador para fazer quatro pinturas para a
Capela do Santíssimo Sacreamento.
Em 1794, viajou para Lisboa, onde frequentou a
Academia do Desenho, estudou na Aula Régia instalada na Real Casa
Pia, foi aluno de Pedro Alexandrino de Carvalho e se familiarizou com as obras de Batoni, Lusitano e Rubens.
Em 1801, regressou para a Bahia e iniciou a fase
produtiva de sua existência. Pintou quatro painéis para a Igreja da Ordem
Terceira de São Francisco, as naves das igrejas
da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e dos Órfãos de São Joaquim e os
painéis laterais dos altares da Igreja de Ordem Terceira de São Francisco. Também
merecem destaque as pinturas que realizou no mosteiro dos Beneditinos e nas igrejas de Nossa Senhora da Graça, Nossa
Senhora da Barroquinha e Nossa Senhora do Pilar; os painéis das igrejas de
Nosso Senhor do Bonfim e da Ordem
Terceira de São Francisco; os 23
retratos de santos, beatos e eminências da Ordem dos Capuchinhos e as 14
estações da Via Sacra da Matriz de Maroim, em Sergipe. Ainda merecem destaque os quatro painéis das paredes laterais da Capela do Santíssimo Sacramento
da Sé Primacial; o quadro do Senhor do Bonfim, para a Santa Casa de
Misericórdia da Bahia e muitos outros
trabalhos sacros.
Algumas de suas obras de cavalete estão preservadas no Museu
de Arte da Bahia.
Em Sergipe, trabalhou em Maroim, Divina Pastora e Itaporanga, bem como em Itaparica (Bahia). Sua produção é imensa. Carlos Ott, em
seu livro “A Escola Baiana de Pintura”, lista 131 obras atribuidas a Teófilo de
Jesus, todas elas realizadas na Bahia e em Sergipe.
Além de retratos e pinturas de cunho religioso, pintou cenas
históricas e alegóricas como, por exemplo, Judith e Holofernes, O Rapto de
Helena, o conjunto de alegorias dos
quatro continentes (América, África, Ásia e Europa) e o retrato de ;D. Pedro I,
encomendado pela Prefeitura de Salvador, quando o pintor estava no auge de sua
fama.
Alguns entendidos dizem que Teófilo de Jesus é “o Rafael baiano”.
Faleceu em 19 de julho de 1847, depois de cair de um andaime
enquanto pintava o teto da Matriz de Divina Pastora (por sinal, uma de suas
melhores obras), Morreu quase na penúria: cobrava pouco pelos seus trabalhos e
no fim da vida tinha poucas encomendas. Dentre seus raros alunos, destacamos
João Francisco Lopes e Olimpio Pereira da Mata.
Maria de Fátima Hanaque Campos, da Universidade Estadual de
Feira de Santana, em sua “Revisão da Escola Baiana de Pintura”, faz o estudo da vida e obra do pintor José Teófilo de Jesus.
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