segunda-feira, 21 de abril de 2014

FRANCISCO GÊ ACAYABA DE MONTEZUMA, VISCONDE DE JEQUITINHONHA

 
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Francisco Gê Acayaba de Montezuma, nascido Francisco Gomes Brandão, advogado, jurista e político baiano, nasceu em Salvador no dia 23 de março de 1794, sendo seus pais Manuel Gomes Brandão (comerciante português) e Narcisa Teresa de Jesus Barreto (brasileira).
Concluída a aprendizagem das primeiras letras, ingressou no seminário franciscano, em 1808, pois era desejo de seu pai fazê-lo padre. Em 1816, contrariando a vontade paterna, seguiu para Portugal, onde se matriculou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, pela qual foi diplomado em 1821.
Diplomado, regressou para a Bahia, onde se revelou grande defensor da Independência do Brasil. Com este propósito fundou o jornal “O Constitucional”, porta-voz da aspiração brasileira.  Instalado o Governo Provisório na vila de Cachoeira,  a ele deu todo o apoio, ocasião em que revelou sua qualidade de aguerrido tribuno . Proclamada a Independência, abandonou seu nome de batismo, passando a chamar-se Francisco Gê Acayaba de Montezuma (Gê, atualmente grafado com J, é uma homenagem aos índios brasileiros do tronco linguístico não-tupi-guarani; Acayaba, hoje grafado com i, é uma palavra de origem tupi; Montezuma é uma homenagem ao imperador asteca).
Em reconhecimento à sua participação nas lutas pela Independêcia, foi agraciado por D. Pedro com o títuilo de Barão de Cachoeira, título que recusou, aceitando o de comendador da Imperial Ordem do Cruzeiro.
Em 1823, ingressou na política, elegendo-se deputado junto a corte, motivo pelo qual mudou-se para o Rio de Janeiro. Alí deu vasão ao  seu gênio aguerrido, fazendo ferrenha oposição ao Ministro da Guerra. Preso, exilou-se na França – onde permanecu oito anos.
Regressando ao Brasil, foi eleito para a Assembléia Geral Constituinte de 1831, onde se destacou pelo seu reconhecido talento. Foi o primeiro deputado da história do Brasil a lutar contra o tráfego negreiro, revelando-se, portanto um pioneiro do movimento abolicionista.
Em 1837, foi nomeado Ministro da Justiça e dos Estrangeiros, e eleito, mais uma vez, deputado pela Bahia. Foi, ainda plenipotenciário do Brasil junto ao Império Britânico.
Em 1851, elegeu-se Senador.
Montezuma foi o primeiro Presidente do Instituto dos Advogados do Brasil e em 1850 lutou, sem sucesso, pela criação da Ordem dos Advogados do Brasil. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil e autor de obras sobre economia, história, política e ciências jurídicas e sociais. Além destas atividades, desempenhou papel de destaque na história da Maçonaria no Brasil, sendo, inclusive 1º Soberano Grande Comendador brasileiro.
Em 1854 foi elevado ao título de Visconde de Jequitinhonha, com Grandeza (Grande do Império). Além de comendador da Imperial Ordem do Cruzeiro, Montezuma foi comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e potador da Medalha da Guerra da Independência.
Sobre o Visconde de Jequitinhonha, disse o memorista Américo Jacobina Lacombe: “misto de estadista e politiqueiro; de jurista e de chicanista; de cabotino e de homem de honra; de mestiço e de fidalgo; combatendo a aristocracia e pleiteando para seus filhos um lugar na nobreza; contradição viva, enfim, que deixou em seus contemporâneos uma impressão de versatilidade, de ceticismo, e de sarcasmo, curiosamente contrabalançados por uma vaidade surpreendente.”
São palavras de Antônio Loureiro de Souza: “A ação de Montezuma, na política e no parlamento, foi das mais grandiosas. Quando ainda era deveras perigosa a manifestação das idéias abolicionistas, teve a coragem de, no parlamento, clamar pela libertação dos escravos. Venera-lhe a pátria o  nome insígne, como o de um de seus filhos que mais a diginificaram.”
Montezuma faleceu em 15 de fevereiro de 1870, com 75 anos de idade.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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