JOSÉ LINO COUTINHO
José Lino dos Santos Coutinho, mais conhecido como Lino
Coutinho, médico, poeta, político e professor, nasceu em Salvador, no dia 31 de
março de 1784, sendo seus pais José Lino dos Santos (português) e Luiza Rosa
Coutinho.
Realizou os primeiros estudos em Salvador, seguindo depois
para Coimbra, onde se diplomou em Medicina pela Universidade local.
Dalí partiu para a França e Inglaterra com o objetivo de
ampliar seus estudos.
Por ocasião da luta pela
Independência, Lino Coutinho estava em Lisboa, como membro das Cortes
Portuguesas. Embora tivesse apoiado a remessa de tropas lusas para sufocar a
rebelião de “facciosos, apoiados nos pretos e mulatos”, recusou-se a subscrever
a Constituição. Regressando para a Bahia, integrou a Junta Constitucional
como secretário, exerceu .a profissão médica e tomou parte proeminente na luta
pela Independência do Brasil.
Proclamada a Independência, foi eleito deputado às duas
primeira legislaturas. Fez oposição ao Imperador, apesar de ser nomeado seu
médico honorário e ter sido agraciado com o título de Conselheiro. Graças a sua
atuação aguerrida, foi apelidado “deputado das galerias”.
Em 4 de outubro de 1826, tomou posse como lente proprietário
da cadeira de Patologia Externa, na Escola Médico Cirúrgica da Bahia.
De 1826 a 1829 foi eleito Deputado Geral, quando teve
atuação marcante. De sua autoria é o projeto sobre a organização do ensino
médico, projeto que propunha a criação de mais uma Faculdade de Medicina, além
das existentes no Rio de Janeiro e na Bahia. A nova faculdade seria no Maranhão.
Nas três faculdades funcionariam cursos de Farmácia, Medicina e Cirurgia com a
duração, respectivamente, de três, seis e quatro anos. Em 1828, apresentou
importante projeto sobre saúde pública.
Em 1829, reassumiu a cátedra de Patologia Externa e, no ano
seguinte, foi reeleito deputado, assim permanecendo de 1830 a 1833.
Quando da abdicação de D. Pedro I, foi nomeado Ministro dos
Negócios do Império e, logo depois, presidente da província do Rio de Janeiro,
cargo que manteve até janeiro de 1832.
Em 1832, quando a Escola Médico Cirúrgica da Bahia foi
transformada em Faculdade, foi eleito seu primeiro diretor, cargo que exerceu
até 1836, quando morreu. Em sua gestão criou a Biblioteca, uma das mais
importantes do país.
Poeta, médico e professor, publicou várias obras, dentre as quais destacamos a “Topografia Médica da
Bahia”, “A Memória sobre a doutrina de Broussais”, uma coletânea de poemas e um
tratado sobre educação feminina, destinado a instruir a ama de sua filha, Cora.
O livro, publicado após sua morte, é considerado um “importante registro da
forma como homens ilustrados viam a educação das mulheres”. São de sua autoria
outras obras de igual valor: “Afecções catarrais por Cabanis” (1816),
“Coleção de fatos principais na história do cólera-morbus epidêmico” (1833) e
“Memória sobre as águas naturais da Bahia”.
Segundo Sá Oliveira, “foi o Dr. Lino um professor culto,
clínico humanitário, político modelar, tribuno fulgurante,, estadista operoso,
administrador progressista, literato fecundo e jornalista intrépido”
Cavaleiro da Ordem de Cristo, Conselheiro do Imperador,
sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e médico honorário da Imperial
Câmara, José Lino Coutinho figura como uma das mais importantes figuras da
medicina brasileira.
Diz Antônio Pacífico Pereira: “Além de grande médico, Lino
Coutinho foi um erudito filósofo e profundo moralista. Suas “Cartas sobre
educação de Cora” , seguidas de um
“Catecismo moral, político e religioso”, são um modelo de cultura espiritual,
dedicado à sua filha pelo varão ilustre que foi o mentor da Faculdade de
Medicina em sua fase inicial”.
O grande médico, professor, poeta e legislador, faleceu em 24 de julho de 1836, com 52 anos de idade.
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