terça-feira, 8 de abril de 2014

JOSE LINO DOS SANTOS COUTINHO






JOSÉ LINO COUTINHO

José Lino dos Santos Coutinho, mais conhecido como Lino Coutinho, médico, poeta, político e professor, nasceu em Salvador, no dia 31 de março de 1784, sendo seus pais José Lino dos Santos (português) e Luiza Rosa Coutinho.
Realizou os primeiros estudos em Salvador, seguindo depois para Coimbra, onde se diplomou em Medicina pela Universidade local.
Dalí partiu para a França e Inglaterra com o objetivo de ampliar seus estudos.
Por ocasião da luta pela  Independência, Lino Coutinho estava em Lisboa, como membro das Cortes Portuguesas. Embora tivesse apoiado a remessa de tropas lusas para sufocar a rebelião de “facciosos, apoiados nos pretos e mulatos”, recusou-se a subscrever a Constituição. Regressando para a Bahia, integrou a Junta Constitucional como secretário, exerceu .a profissão médica e tomou parte proeminente na luta pela Independência do Brasil.
Proclamada a Independência, foi eleito deputado às duas primeira legislaturas.  Fez oposição ao Imperador, apesar de ser nomeado seu médico honorário e ter sido agraciado com o título de Conselheiro. Graças a sua atuação aguerrida, foi apelidado “deputado das galerias”.
Em 4 de outubro de 1826, tomou posse como lente proprietário da cadeira de Patologia Externa, na Escola Médico Cirúrgica da Bahia.
De 1826 a 1829  foi eleito Deputado Geral, quando teve atuação marcante. De sua autoria é o projeto sobre a organização do ensino médico, projeto que propunha a criação de mais uma Faculdade de Medicina, além das existentes no Rio de Janeiro e na Bahia. A nova faculdade seria  no Maranhão. Nas três faculdades funcionariam cursos de Farmácia, Medicina e Cirurgia com a duração, respectivamente, de três, seis e quatro anos. Em 1828, apresentou importante projeto sobre saúde pública.
Em 1829, reassumiu a cátedra de Patologia Externa e, no ano seguinte, foi reeleito deputado, assim permanecendo de 1830 a 1833.
Quando da abdicação de D. Pedro I, foi nomeado Ministro dos Negócios do Império e, logo depois, presidente da província do Rio de Janeiro, cargo que  manteve até janeiro de 1832.
Em 1832, quando a Escola Médico Cirúrgica da Bahia foi transformada em Faculdade, foi eleito seu primeiro diretor, cargo que exerceu até 1836, quando morreu. Em sua gestão criou a Biblioteca, uma das mais importantes do país.
Poeta, médico e professor, publicou várias obras,  dentre as quais destacamos a “Topografia Médica da Bahia”, “A Memória sobre a doutrina de Broussais”, uma coletânea de poemas e um tratado sobre educação feminina, destinado a instruir a ama de sua filha, Cora. O livro, publicado após  sua morte, é considerado um “importante registro da forma como homens ilustrados viam a educação das mulheres”. São de sua autoria outras obras de igual valor: “Afecções catarrais por Cabanis” (1816), “Coleção de fatos principais na história do cólera-morbus epidêmico” (1833) e “Memória sobre as águas naturais da Bahia”.
Segundo Sá Oliveira, “foi o Dr. Lino um professor culto, clínico humanitário, político modelar, tribuno fulgurante,, estadista operoso, administrador progressista, literato fecundo e jornalista intrépido”
Cavaleiro da Ordem de Cristo, Conselheiro do Imperador, sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e médico honorário da Imperial Câmara, José Lino Coutinho figura como uma das mais importantes figuras da medicina brasileira.
Diz Antônio Pacífico Pereira: “Além de grande médico, Lino Coutinho foi um erudito filósofo e profundo moralista. Suas “Cartas sobre educação de Cora” ,  seguidas de um “Catecismo moral, político e religioso”, são um modelo de cultura espiritual, dedicado à sua filha pelo varão ilustre que foi o mentor da Faculdade de Medicina  em sua fase inicial”.
O grande médico, professor, poeta e legislador,  faleceu em 24 de julho de 1836, com 52 anos de idade.





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